A estudante de literatura, Marlene Engelhorn, ganhou os noticiários após informar que iria rejeitar a herança de 4,2 bilhões de euros, ou R$ 20 bilhões se for convertido, deixada pela avó.
Na verdade, rejeitar é uma palavra muito forte, Marlene irá doar cerca de 90% da herança. O dinheiro é derivado da multifuncional Basf, uma empresa química alemã global e líder mundial na área, responsável pela produção de corantes sintéticos de tecidos. Em 2021, a empresa chegou a ter uma receita de 7,8 bilhões de euros (mais de R$ 41 bilhões).
A avó de Marlene ainda está viva, mas decidiu manifestar o seu desejo da fortuna ir para a neta, que só conseguirá mexer no dinheiro quando a sua vó falecer.
Integrante do movimento ‘Tax me now’ (Taxe-me agora), formado por herdeiros que defendem a taxação de ricos igual ao de trabalhadores, Marlene afirma que quando recebeu a notícia sobre o destino da fortuna, sentiu que tinha alguma coisa de errada e que esse dinheiro não a faria feliz, já que ela não precisou “fazer” nada para o receber.
Quando perguntada sobre a reação da sua avó ao fato de que ela iria doar uma enorme parte da herança, Marlene responde que na verdade a idosa lhe deu “uma enorme liberdade de ação” e que a apoiou.
Agora, Marlene espera conseguir usar esta ação para abrir um debate público sobre o tema de grandes fortunas. “O 1% mais rico das famílias austríacas possui quase 40% de todos os ativos. Nas nossas sociedades, a riqueza individual está estruturalmente ligada à pobreza coletiva”, afirma.
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