Francisco Cezário é destituído da presidência da FFMS após 28 anos no comando

Foto: reprodução
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O presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário de Oliveira, de 78 anos, foi destituído do cargo após uma assembleia extraordinária realizada na tarde de segunda-feira (14), em Campo Grande. Após quase três décadas no comando da entidade, a decisão de afastamento foi tomada com 19 votos a favor e 12 contra, em um processo que contou com a participação de clubes profissionais, ligas amadoras e membros da FFMS.

Entre os clubes da 1ª divisão, oito votaram pela destituição e três foram contrários. Nos clubes restantes, houve empate: seis a favor e seis contra. No caso das ligas amadoras, cujo voto tem peso unitário, oito foram a favor da destituição e apenas uma contra. Os votos foram realizados de forma secreta.

Cezário, que está sendo representado pelo advogado Julio Cesar Marques, questionou a legalidade do processo. Em entrevista ao site Campo Grande News, o advogado disse que, o ex-presidente não foi formalmente intimado para apresentar defesa no prazo adequado. O advogado argumenta que a assembleia foi aberta com base em um parecer jurídico, que não constitui uma acusação formal. “Parecer e acusação são instituições do direito totalmente diferentes. Parecer é que nem a opinião. Agora a deliberação se acusa ou não é que teria que ser feita para abrir o processo com o direito de defesa do Cesário”, defendeu.

Marques também criticou o uso de documentos do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) na assembleia, apontando que, segundo o estatuto da FFMS, a investigação deveria ter sido conduzida pela própria entidade. A defesa de Cezário adiantou que irá recorrer da decisão e solicitar a anulação da assembleia.

Operação Cartão Vermelho e acusações contra Cezário

Francisco Cezário tornou-se alvo da Operação Cartão Vermelho em maio de 2023, sob a acusação de liderar um esquema de desvio de pelo menos R$ 6 milhões em recursos públicos por meio de convênios e repasses para a FFMS. O ex-presidente foi preso duas vezes no curso da investigação e, atualmente, está em liberdade, monitorado por tornozeleira eletrônica.

A segunda prisão ocorreu após o Gaeco apontar que Cezário teria interferido nas decisões da FFMS mesmo afastado, inclusive na escolha de seu sucessor. As investigações também revelaram a existência de uma “federação paralela”, que estaria funcionando na casa de Cezário, reforçando as suspeitas de que ele tentava manter o controle sobre a entidade, apesar de seu afastamento.

Futuro da FFMS

Com a destituição de Cezário, o presidente em exercício, Estevão Petrallás, e os representantes dos clubes seguem discutindo a eleição para a presidência da FFMS, que será válida até 2027. O futuro da entidade ainda está indefinido, mas a saída de Cezário marca o fim de um ciclo de quase três décadas no comando do futebol sul-mato-grossense, período marcado tanto por desenvolvimento quanto por controvérsias administrativas e judiciais. A eleição para o novo presidente deve acontecer nos próximos meses.

 

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