Em MS, proporção de jovens de 6 a 14 anos no ensino fundamental cai pelo segundo ano

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Foto: Divulgação/Governo de MS

O IBGE divulgou, nesta sexta-feira (23), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022- PNAD Contínua – com o tema Educação, retratando o atual panorama educacional de Mato Grosso do Sul, com indicadores sobre analfabetismo; nível de instrução e número médio de anos de estudo; taxa de escolarização; taxa ajustada de frequência escolar líquida; motivo da não frequência à escola ou creche das crianças até 3 anos; abandono escolar das pessoas de 14 a 29 anos; condição de estudo e situação na ocupação das pessoas de 15 a 29 anos, entre outras abordagens.

Taxa de analfabetismo cai em MS, mas continua mais alta entre idosos e pretos e pardos

Em Mato Grosso do Sul, havia 86 mil pessoas com 15 anos ou mais de idade eram analfabetas em 2023, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 3,9%. Entre as Unidades da Federação (UFs), o estado tem a 7ª menor taxa, tendo Distrito Federal a menor taxa (1,7%) e Alagoas a maior (14,2%).

Em relação a 2022 (4,0%), houve uma redução de 0,1 ponto percentual (p.p.) dessa taxa em MS. Já se visto pela ótica do total de população analfabeta absoluta, houve uma alta de cerca de 1 mil analfabetos em 2023.

Nota-se que o analfabetismo está diretamente associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Em 2023, eram 50 mil analfabetos com 60 anos ou mais em MS, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 13,7% para esse grupo etário.

Ao incluir, gradualmente, os grupos etários mais novos, observa-se queda no analfabetismo: para 7,2% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 4,7% entre aquelas com 25 anos ou mais e 3,9% entre a população de 15 anos ou mais. Esses resultados indicam que as gerações mais novas estão tendo um maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda enquanto crianças. Por outro lado, os analfabetos continuam concentrados entre os mais velhos.

A taxa de analfabetismo das mulheres de 15 anos ou mais, em 2023, foi de 4,1%, enquanto a dos homens foi de 3,7%. Em relação a 2022, para as mulheres houve um aumento de 0,2 p.p na taxa e redução para os homens 0,4 p.p. Para a faixa etária mais velha, nota-se que a taxa das mulheres foi superior à dos homens, alcançando 15,2% em 2023.

Na análise por cor ou raça, chama-se atenção para a magnitude da diferença entre pessoas brancas e pretas ou pardas. Em 2023, 2,7% das pessoas de 15 anos ou mais de cor branca eram analfabetas, percentual que se eleva para 5,0% entre pessoas de cor preta ou parda. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo das pessoas de cor branca alcançou 8,5% e, entre as pessoas pretas ou pardas, chegou a 19,0%. Neste grupo etário, comparando os dados de 2023 com 2022, nota-se uma queda de 1,1 p.p. para as pessoas pretas e pardas.

MS fica com a sétima posição no ranking na taxa de escolarização de crianças entre 0 e 3 anos

A educação infantil engloba as crianças de 0 a 5 anos, abrangendo a creche (0 a 3 anos) e a pré-escola (4 a 5 anos). Em Mato Grosso do Sul, a taxa de escolarização entre as crianças de 0 a 5 anos ficou em 58,3%. Com isso, no ranking 2 entre as UFs, MS ficou na décima primeira posição, tendo as três maiores taxas ficado com São Paulo (68,1%), Santa Catarina (66,2%) e Piauí (61,4%). A menor taxa foi registrada no Amapá (28,2%).

O Plano Nacional de Educação (PNE), em sua Meta 1 estabeleceu que, no mínimo, 50% das crianças de 0 a 3 anos frequentem creche até o final da vigência do Plano (em 2024). Analisando esse recorte da faixa etária, MS registrou o valor de 40,0%. Se comparado aos anos de 2022 (38,6%) e 2016 (32,5%) houve uma progressão positiva, no entanto, a meta não foi alcançada. O percentual registrado em 2023 faz com que MS fique na 7ª posição entre as UFs. São Paulo (53,4%) fica em primeiro, Santa Catarina (51,2%) em segundo e Amapá (8,1%) em último.

MS tem a maior taxa de escolarização de pessoas de 6 a 14 anos, mas cai a proporção destes jovens na etapa de ensino adequada à idade

Em Mato Grosso do Sul, 95% das pessoas de 6 a 14 anos estavam frequentando o ensino fundamental, etapa escolar adequada para esta faixa etária, ficando na 10ª posição no ranking. Frente a 2022, houve retração de 0,5 pontos percentuais, atingindo o menor nível da série. Com isso, o indicador do estado passou a ficar no limite da Meta 2 preconizada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), de 95%.

Já a taxa de escolarização desse grupo etário, que mede apenas a frequência escolar sem considerar o nível de ensino, aumentou de 99,0% para 99,8%, ficando com o maior percentual entre as UFs, junto com Distrito Federal e Goiás, chegando próximo à universalização.

54,6% da população de MS completaram a educação básica

O nível de instrução é o indicador que capta o nível educacional alcançado por cada pessoa, independentemente da duração dos cursos por ela frequentados. Como as trajetórias educacionais das pessoas variam ao longo da vida, esse indicador é mais bem avaliado entre aquelas pessoas que já poderiam ter concluído o seu processo regular de escolarização, em geral, em torno dos 25 anos. Em Mato Grosso do sul, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram a educação básica obrigatória – ou seja, concluíram, no mínimo, o ensino médio – manteve uma trajetória de crescimento e alcançou 54,6% em 2023.

Entre aqueles que não completaram a educação básica, 4,3% eram sem instrução, 28,7% tinham o ensino fundamental incompleto, 7,1% tinham o ensino fundamental completo e 5,3%, o ensino médio incompleto. Na série temporal, os números de pessoas sem instrução (77 mil) apresentaram queda de 7,3% em relação a 2022 (83 mil) e de 18,1% na comparação com 2016 (94 mil) .

Número de pessoas com nível superior completo no estado cresce 33,6% em relação a 2019

O número total de pessoas com nível superior cresceu em MS. Em 2016 havia 278 mil pessoas que haviam concluído curso superior ou pós-graduação. Em 2022, o número já era de 401 mil. Já em 2023, foram registradas 476 mil pessoas com estas formações. O percentual de pessoas com o ensino superior completo vem em uma crescente no estado, conforme se pode ver no gráfico.

O número de 26% coloca MS na quarta melhor posição entre as UFs. Em primeiro, fica DF (40,7%), seguido por RJ (27,4%). Em último, fica o MA (12,7%).

Nível superior: número de mulheres é 33,9% maior que o de homens e de pessoas brancas é 36,7% maior
que o de pretas e pardas

Em 2023, 29,6% (272 mil pessoas) das mulheres sul mato-grossenses tinham o ensino superior completo. Para os homens, esse valor era de 22,4% (203 mil pessoas). Desta forma, o número de mulheres com nível superior é 33,9%
maior que de homens.

Na distribuição por cor ou raça, o percentual de pessoas com nível superior completo era maior na população branca (34,6%) do que entre a população preta ou parda (19,6%). Em números absolutos, 268 mil pessoas brancas tinham nível superior. Já 196 mil pessoas pretas ou pardas de MS tinham nível superior. Com isso, o número de pessoas brancas com ensino superior no estado é 36,7% maior que o de pessoas pretas ou pardas.

Média de anos de estudo é maior entre a população branca e entre mulheres

No Brasil, a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade, em 2023, foi de 9,9 anos, mesmo valor de 2022. Para Mato Grosso do Sul, a média foi de 10,3 em 2023, superando os 10,1 de 2022. No estado de MS, entre as mulheres, o número médio de anos de estudo foi de 10,5, anos, enquanto para os homens, 10,0 anos.

Com relação à cor ou raça, mais uma vez, a diferença foi considerável, registrando-se 11,1 anos de estudo para as pessoas de cor branca e 9,6 anos para as de cor preta ou parda, ou seja, uma diferença de 1,5 anos entre esses grupos.

Sobe o número de pessoas estudando e trabalhando em MS e cai o dos que não estudam e nem trabalham

No estado, em 2022 havia 109 mil pessoas de 15 a 29 anos estudando e trabalhando. O número sobe para 113 mil em 2023. Com 18,0% da população nesta faixa etária estudando e trabalhando, o estado tem a 6ª maior porcentagem entre as UFs. RS é a primeira, com 21,8%, seguida por SC, com 21,4%. O menor percentual foi obtido no Acre (7,3%).

Entre as pessoas ocupadas, mas não estudando, os números eram 277 mil em 2022, passando a 280 mil em 2023.

Entre os que frequentavam escola, mas não estavam trabalhando, os números são 143 mil (2022) e 140 mil (2023). Queda maior foi detectada entre os que não estavam ocupados e nem estudando. Em 2022, estes eram 101 mil. Em 2023, o número passou para 96 mil.

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