Simone Tebet vem a MS prestar contas dos avanços das obras da Rota Bioceânica

Ministra Simone Tebet ao lado do presidente da Fiems, Sérgio Longen, e do secretário Jaime Verruck - Foto: Nilson Figueiredo
Ministra Simone Tebet ao lado do presidente da Fiems, Sérgio Longen, e do secretário Jaime Verruck - Foto: Nilson Figueiredo

Na Fiems, a ministra discutiu o papel do setor industrial para integração econômica

 

Cumprindo agenda em Campo Grande e antes de se reunir com empresários do setor industrial, a ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet, adiantou durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (20), como está o andamento das obras da Rota Bioceânica – construção da ponte que liga o Brasil ao Paraguai com percurso de 13 quilômetros, dando acesso a BR-267, com investimentos de R$ 470 milhões.

“É importante lembrar que é uma alça suspensa, tanto no início quanto no final da ponte, então ela tem uma complexidade. A ordem de serviço foi dada em dezembro do ano passado, com perspectiva de começar em março, mas teve todo um trabalho com muito critério de análise de engenharia da obra, que levou um pouco mais do que quatro meses do previsto. O importante é que hoje iniciou. É uma obra de dois anos, são 26 meses de contrato. Não podemos prometer uma data fixa, mas a ideia é se tudo der certo, o presidente Lula inaugurará essa obra”, detalhou a ministra sobre a conclusão de um dos projetos que fazem parte da Rota.
A ministra reforçou que a integração entre os países da América do Sul traz ganho para o Brasil e em especial para o estado sul-mato-grossense. Destacou ainda que sem essa troca, o país esta perdendo dinheiro, empregos, renda, crescimento e turismo.

“A vida inteira, o Brasil ficou de costas para a América do Sul, e a América do Sul de costas para o Brasil. Isso não acontece em nenhum outro continente. O comércio regional da América do Norte é 40%, só depois eles compram do mundo. O comércio regional da Europa é na ordem de mais de 65%, e só depois eles olham para o mundo. Então, nós temos um outro Brasil na América do Sul, isso é importante, porque a gente está falando sempre da China, mas a gente esquece que os produtos de Mato Grosso do Sul e do Brasil vão ser vendidos na Argentina, no Paraguai, no Chile, na Colômbia, entre outros”, pontua.

Além de trazer atualizações sobre a Rota Bioceânica, a ministra veio a Capital para uma reunião empresarial na Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), onde foram abordadas alternativas de integração econômica dos países da América do Sul e o papel da indústria no megaempreendimento.
O encontro contou com a participação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, além da presença de autoridades, diretores da entidade, representantes de entidades classistas, empresários e executivos do segmento industrial.

Desafios econômicos com a Rota

A ministra fez uma apresentação sobre as cinco rotas de integração sul-americana, previstas no novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e que podem entrar em funcionamento até 2028. Um dos objetivos das obras é escoar a produção brasileira por meio de portos no Oceano Pacífico e conectar mercados em nível continental. Ao ressaltar o diálogo entre o poder público e a iniciativa privada, Sérgio Longen manifestou preocupação com o posicionamento da indústria nacional diante dos novos desafios econômicos a partir da implantação da Rota Bioceânica.

“O Brasil tem um custo de produção diferenciado em relação ao resto do mundo. Produtos asiáticos vão chegar de forma mais competitiva ao país por meio dessas rotas. Não defendo protecionismo para a indústria nacional, pelo contrário, defendo avaliarmos oportunidades com essa situação. Sei que vamos encontrar a saída para isso, mas não podemos deixar de olhar para esse tema com preocupação. É algo que não depende exclusivamente do governo federal ou estadual, mas a regulação muitas vezes traz preocupação para a iniciativa privada”.

Simone Tebet destacou a importância de ouvir as demandas do setor produtivo para construir soluções de forma conjunta. “Viemos discutir com a Fiems, ouvir as demandas, e a partir daí abrir um leque de oportunidades jamais imaginadas para Mato Grosso do Sul e o Centro-Oeste. Algumas demandas e problemas são infinitamente pequenos diante da grandeza que se vislumbra de futuro promissor para Mato Grosso do Sul e o Brasil. Esses problemas eu venho ouvir de quem entende, quem está ali e vai se utilizar dessa rota. Como aqui, no caso, a Federação das Indústrias, e também o comércio e os demais setores produtivos”.

O secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, chamou a atenção para novas oportunidades econômicas com a importação de produtos de outros mercados.

“Vamos chegar ao mercado asiático com produtos com menor custo, mas isso também dá competitividade aos produtos asiáticos chegarem aqui. Isso cria uma oportunidade para Mato Grosso do Sul. Talvez possamos ter a opção de sermos um grande distribuidor de produtos asiáticos para a economia brasileira, substituindo o local de importação de Santos para Mato Grosso do Sul”.

Sobre a Rota Bioceânica

A mega estrada ligará os oceanos Atlântico e Pacífico, cruzando quatro países para conectar os portos de Santos e Antofagasta, no Chile. Mato Grosso do Sul será cortado de leste a oeste e receberá uma ponte internacional em Porto Murtinho. A previsão de operação da rota é 2026.

Entre as vantagens esperadas pela implantação da Rota Bioceânica, estão o aumento da competitividade e da integração regional, o desenvolvimento de novas cadeias produtivas e a redução dos custos de transporte e armazenagem de mercadorias.

De acordo com estudos do Observatório da Indústria da Fiems, a Rota Bioceânica poderá encurtar em até 12 dias a viagem marítima das exportações brasileiras até Xangai (China), com redução de custos estimada em até 30%. Em plena operação, a Rota Bioceânica poderá viabilizar receita anual de exportação superior a US$ 5 bilhões de dólares a partir de produtos como: complexo soja (grãos, óleo, farinhas e pellets), celulose, complexo frigorífico (carnes bovinas e suínas, aves e peixes), milho, açúcar, ferro e minerais metálicos.

 

Por Suzi Jarde

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram

 

Leia mais

Em reunião com governadores, MS se destaca por trabalho de integração no combate aos incêndios

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *