Governo estadual quer isentar ICMS sobre nova tarifa de energia

High voltage towers in the dusk of the evening
High voltage towers in the dusk of the evening

Conta de luz deve ficar menor sem a cobrança do tributo estadual

O governador Reinaldo Azambuja disse ontem (9) que pretende isentar a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre a nova bandeira tarifária de energia elétrica, a de escassez hídrica. Segundo o chefe do Executivo estadual, a medida serve para diminuir o impacto na conta de energia dos consumidores.

“Agora, o governo lançou a taxa que vai impactar perto de R$ 14 a cada 100 kWh, que é a taxa de escassez hídrica, um custo adicional. Estamos avaliando, pois existem vários pedidos de isenção. Provavelmente, devamos encaminhar à Alems [Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul] um projeto de lei isentando a cobrança de ICMS sobre essa taxa extra”, anunciou Azambuja.

De acordo com o governador, por enquanto a proposta está sendo validada e deve ser enviada ao Legislativo com urgência. Reinaldo revelou ainda que existe uma resistência muito forte de governadores de outros estados quanto à isenção do ICMS sobre a nova cobrança.

“Eu preciso falar isso a vocês. Ontem mesmo, recebemos 19 comunicados por meio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) para que MS não isentasse a tarifa, porque os outros estados não o farão. Mas isso é questão de cada estado. Eu entendo que a nossa medida seria um gesto a mais nesse
momento de escassez hídrica”, defendeu.

A economista Andreia Ferreira elaborou um exemplo para demonstrar o quanto a ausência do tributo estadual influencia nos valores. “Considerando um ICMS de 17% sobre a nova tarifa de R$ 14,20, o valor final dessa taxação seria R$ 16,61. Então, a não cobrança de ICMS nesta tarifa significa uma economia de R$ 2,41.”

Além do anúncio dos próximos passos da gestão estadual sobre a incidência do imposto, o governo sugeriu aos consumidores que façam a economia do consumo de água e de energia elétrica para evitar o risco de um apagão no país. O intuito, segundo o comunicado, é o de promover uma diminuição dos custos.

Nova bandeira

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou no dia 31 de agosto que, a partir de setembro, uma nova tarifação deveria compor os custos da energia consumida pelos brasileiros. O texto define que a cada 100 kWh registrados serão cobrados R$ 14,20, em referência ao patamar denominado “escassez hídrica”.

Na fase da bandeira vermelha patamar 2, o valor cobrado era de R$ 9,49. Isto é, o atual cenário representa um aumento de 50% na tarifa sobre a energia. O órgão também estabelece que a recente cobrança deve permanecer por oito meses, o que difere do processo de escolha da cor da bandeira, definido mensalmente.

Redução do imposto em MS

No Estado, o governo atua com uma redução de dois pontos percentuais na alíquota do ICMS sobre a bandeira vermelha. A lei que define a diminuição do tributo está valendo desde 1º de setembro. Com o benefício dado aos consumidores, o Executivo estima que R$ 18,4 milhões deixarão de ser arrecadados mensalmente.

Crise hídrica

O principal motivo para os constantes aumentos na conta de energia elétrica, no Brasil, se deve ao período de estiagem prolongado durante este ano. Com a falta de chuvas no país, as usinas hidrelétricas perdem sua capacidade de produção energética, o que motiva o acionamento das termelétricas. Acesse também: Após vitória e novo recorde pela Seleção, Neymar se diz ‘perseguido’

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(Texto: Felipe Ribeiro)

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