Movimentação indireta traz incremento nas finanças e expectativa de melhorias para o centro como um todo
Na reunião realizada na terça-feira (20), a prefeita Adriane Lopes (PP) se reuniu com representantes de comércios localizados no centro da cidade para discutir os rumos da 14 de julho, cotada para ser um chamariz cultural noturno para a população campo-grandense. Em reunião foram discutidas melhorias para o centro como um todo, não somente no período noturno. Dentre as pautas levantadas estavam assuntos como mobilidade através da implementação de micro-ônibus, bolsão de estacionamento, o fomento a criação de um corredor gastronômico, além de um estudo financeiro para descontos e benefícios em impostos para os comerciantes. Nos dias 23, 24 e 25 de agosto, a Prefeitura pretende fazer um teste, um projeto-piloto, para verificar se o fechamento noturno vai funcionar. Para empreendedores que visam abrir novos empreendimentos na região, a decisão de mostra positiva não só pela parte cultural, como ainda, econômica.
A empreendedora do bar que abrirá em breve na 14 de julho e recebe o nome de Mistura, Graciela Nina, explica que em reunião com a prefeita, foram analisadas as opções para esse fechamento da 14 de julho e abertura de bares. “Eles estão dando um aporte para a gente até essa abertura da 14, para nos ajudar, para fomentar o comércio local. Quando a gente abre um comércio, todo mundo ganha. Nós trazemos o entretenimento, mas o cara do espetinho, por exemplo, vem, vende e ganha o dinheiro dele. A gente achou muito importante e ficou muito feliz com a reunião e com o resultado dela”, pontuou Nina.
O bar, chamado “Mistura”, ainda não tem data para abrir as portas, mas faz parte de uma sociedade entre quatro mulheres. O prato principal do bar ainda é surpresa, mas o nome já denuncia como será o clima no ambiente, que deve contar com ritmos variados e dar luz, sobretudo, ao trabalho cultural de mulheres. “A gente pensa o seguinte: samba, MPB, entre outros, porque a gente tem muitas mulheres e a nossa ideia é colocar em evidência as mulheres, as cantoras. A gente quer dar alegria para o povo, oferecer uma cerveja gelada em um ambiente bacana e acolhedor. Como acontece ali, as pessoas vão, conversam, não ficam paradas em um bar só, vão interagindo com as outras pessoas e estão felizes”, pontuou a reportagem do jornal O Estado.
Um dos sócios-proprietários do “Bar da 14”, que também deve ser lançado em breve na Capital, Rodrigo Brandão, explica que o nome e o local foram escolhidos de maneira estratégica. Morador de São Paulo por sete anos e também residente por um período em Curitiba, ambas cidades consideradas fortes e ativas na vida noturna, a proposta de abrir um bar em uma das ruas mais emblemáticas da cidade, parte também de uma necessidade e movimentar a cultura campo-grandense. “Eu quero trabalhar muito a questão cultural do centro, não é a toa que em nossas redes sociais eu quero trazer muito grafismo, os ícones de Campo Grande, como o relógio da 14, Morada dos Baís, os museus, o Obelisco, tudo isso a gente quer trabalhar dentro da rede social. Queremos fazer uma coisa bem regional, bem uma pegada street, com uma pegada centro histórico”, pontua o empreendedor.
Conforme explica Brandão, o Bar da 14 segue a mesma pegada do Capivas e do Whatahell, bares já conhecidos no centro da Capital. Serão 10 torneiras de chopp e a proposta musical também segue ritmos variados. Além disso, o prato principal será o hambúrguer. “O meu sistema é o mesmo sistema do Capivas e do Whathell, é o mesmo sistema que atende nós três. A gente vai ser uma hamburgueria, vamos trabalhar com os clássicos pão, carne e queijo e o hambúrguer vegano, mas ainda estou pesquisando qual será o hambúrguer vegano e terá também a batata rústica dentro do cone. A média de valores vai girar em torno de R$30 a R$35 os hambúrgueres”, explicou a reportagem.
“O bar vai ser lindo, temático e vai ter muito led dentro, com uma pegada que ainda não tem na 14 de julho”, disse o sócio-proprietário do Bar da 14, Rodrigo Brandão.
Opinião dos comerciantes
O gerente da loja de tecidos São Paulo, Lincon Almeida, 40, argumenta que “todo o esforço do comércio para revitalizar a 14 é válido”. No entanto, um dos pontos que o preocupa, é a limpeza das calçadas. “O que tem que ter é um acordo da prefeitura com os comércios para que eles mantenham limpo após o fechamento, porque está tendo um sério problema quando fecha, porque quando chegamos de manhã para abrir estão as calçadas estão todas sujas”, explica o comerciante, que afirma entender o movimento como positivo, mas que precisa ter esse olhar cuidadoso quanto a higienização das vias.
Conforme o sócio-proprietário do Bar da 14, Rodrigo Brandão, a prefeita argumentou que vai mudar a coleta de lixo e a limpeza, que a partir da sexta-feira vai ter limpeza e coleta na 14 de julho a partir da meia noite.“A gente vai ver como será essa experiência, se realmente vai acontecer isso e se acontecer vai ser ótimo, que aí a gente fecha o bar e já vem com toda a equipe de limpeza, tanto para varrer, limpar e fazer a retirada do lixo. Caso não tenha, a gente vai fazer o que todos os bares estão fazendo, que é tirar o lixo”, explicou Brandão.
Para o proprietário da Casa das Lãs, Pedro Soares, 64, o fechamento noturno será positivo, porque vai trazer mais segurança para os comércios e pessoas. “Eu acho excelente, porque além de ser bom, traz segurança à noite. Porque às vezes a pessoa que está tomando, conversando, corre risco de sofrer acidente. Se fechar a rua, não vai ter problema nenhum.
Vai ser bom para eles, mas para nós não afeta, a não ser em termos de segurança. Porque se tiver gente por aqui, não vai ter problema de alguém querer abrir porta para roubar e isso traz até segurança para nós”, explica o comerciante.
Posicionamento
De acordo com a Prefeita Adriane Lopes, o objetivo é atrair o público para o Centro da Capital e melhorar a experiência para o consumidor. “Estamos comprometidos em garantir um crescimento sustentável que beneficie todos os envolvidos”, destacou a prefeita.reunião. Para reforçar a segurança no local, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) estará presente, oferecendo apoio e tranquilidade tanto aos frequentadores quanto aos empresários.
“Queremos assegurar que o público possa aproveitar a região com confiança, sem a necessidade de um policiamento ostensivo, mas com uma presença que garanta a segurança”, acrescentou Adriane.
Por Julisandy Ferreira
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