O dólar iniciou a quinta-feira (28) em alta, chegando perto de R$ 6 no mercado de câmbio, reflexo da reação às medidas anunciadas pelo governo para ajuste fiscal e mudanças no Imposto de Renda. Na quarta-feira (27), a moeda norte-americana já havia registrado alta de 1,81%, fechando em R$ 5,9135 — maior cotação nominal de fechamento da história, superando o recorde de R$ 5,9008 de maio de 2020, durante a pandemia de covid-19.
O movimento no mercado cambial acontece após a coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, na qual os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Rui Costa (Casa Civil) apresentaram detalhes do novo pacote fiscal do governo. Entre os pontos de destaque estão:
– Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil;
– Aumento da tributação para rendas acima de R$ 50 mil mensais;
– Mudanças na aposentadoria de militares.
Analistas avaliam que as medidas fiscais e tributárias, apesar de representarem uma tentativa de reequilibrar as contas públicas, geram incertezas sobre a capacidade de execução e os impactos na economia. A elevação do dólar reflete, em parte, a aversão ao risco dos investidores, que aguardam desdobramentos políticos e legislativos para aprovação das propostas.
Além disso, a proximidade do dólar dos R$ 6 pode impactar diretamente o custo de importações e pressionar a inflação, gerando desafios adicionais para a economia brasileira.
A cotação recorde da moeda americana ocorre em meio a um cenário de instabilidade nos mercados globais, aliado às incertezas domésticas. Com o anúncio do pacote fiscal, o governo busca demonstrar compromisso com o equilíbrio fiscal, enquanto os mercados analisam os impactos de curto e longo prazo.
A equipe econômica deve continuar detalhando as medidas e articulando sua aprovação no Congresso Nacional. Enquanto isso, o mercado permanece atento à reação dos investidores e ao comportamento do dólar nas próximas semanas.
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