Despachar bagagem pode elevar custo em até R$ 90 em voos nacionais

Bagagem
Foto: Pixabay

No dia 26 de abril, a Câmara dos Deputados aprovou a retomada do despacho gratuito de bagagem de até 23kg em voos nacionais, e de até 30kg para voos internacionais. Foram 273 votos a favor e 148 contra, mas o texto ainda precisa passar pelo Senado.

Essa cobrança pode significar acréscimo entre R$ 90,00 e R$ 350,00 por trecho, dependendo da companhia aérea e do destino, para aqueles que optam por não despachar, opção mais barata do que aquelas que já incluem o envio das bagagens.

Uma viagem no dia 16 de maio de 2022, às 7h, de São Paulo a Florianópolis por exemplo, custará  R$ 2.534 pela Azul, se o passageiro despachar uma mala de até 23kg. Se a viagem fosse feita apenas com mala de mão, o passageiro pagaria R$ 95,00 a menos.

Já na Gol, sem a bagagem o mesmo trecho custa R$ 2.178, e se houver mala para despachar, a taxa cobrada é de R$ 120,00. Pela Latan, a diferença na mesma simulação pode chegar a R$ 189,00. Caso o passageiro queira despachar mais de uma bagagem, e ela ultrapasse 23kg liberados, as companhias podem cobrar pelo volume extra transportado.

O modelo de cobrança pelo transporte de bagagem é utilizado em diversos países, desde 2017 no Brasil. Cada passageiro pode despachar, sem taxa, mala de até 23kg, sem ultrapassar o limite de cinco bagagens. Se ultrapassar o peso, é cobrado um adicional à passagem.

Segundo as regras da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o peso total de uma única bagagem não pode ultrapassar 45kg para voos nacionais, e 32kg para internacionais. Porém, quem define o valor cobrado é cada companhia aérea, tanto no Brasil quanto em outros países. O passageiro deve ficar atento se utilizar mais de uma companhia durante o trajeto, pois pode haver nova cobrança pelas bagagens.

Medida provisória 

A medida provisória, MP do Voo Simples, pode acabar com essa taxa adicional, se for aprovada pelos senadores, e se for sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro. Porém, os especialistas no setor aéreo afirmam que o fim da taxa não deve baratear o custo das passagens.

As empresas aéreas também estão pressionando o Senado, para retirar esse destaque da MP, para que as chamadas “low cost”, companhias de baixo custo invistam no Brasil, ampliando a concorrência.

O diretor-geral da IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos) no Brasil, Dany Oliveira, comentou sobre a questão. “Dessa forma, as empresas aéreas têm a liberdade comercial para desenvolver os seus produtos e entregar aquilo que os seus passageiros de diferentes estilos preferem consumir aquele produto”, disse Oliveira.

O diretor afirma que se a taxa for retirada, será um sinal negativo para o mercado. “Eu, por exemplo, numa viagem Rio-SP, um ‘bate-volta’, não pretendo levar uma bagagem, só levo a minha mochila. Por que eu tenho que subsidiar a passagem de uma outra pessoa? No mundo lá fora isso não acontece. Se o Brasil voltar ao modelo antigo, será um sinal muito negativo que daremos para todo o mercado. Distanciando o Brasil das melhores práticas internacionais”, finalizou o diretor.

Quando a cobrança da taxa entrou em vigor, as empresas aéreas estimavam que haveria queda no preço das passagens, e o mercado até registrou redução na época, mas não se manteve. Não há como afirmar se a queda ocorreu à mudança da política de bagagem ou à recessão.

Regras setor aéreo 

O peso total de uma bagagem não pode ultrapassar 45kg para voos nacionais, e 32kg para internacionais. Para quem viaja com bebê de colo, de até 2 anos incompletos, pode despachar uma cadeirinha de automóvel, um carrinho ou bebê conforto por criança, sem cobranças.

Os artigos pessoais, como bolsa/mochila de notebook devem ficar embaixo do assento durante o voo. As bagagens de até 10kg são consideradas de mão, e podem ser levadas na cabine, sem custo extra. Porém, a taxa não permite levar, por exemplo, duas malas de 10kg no lugar de uma de 23kg, ela é aplicada como bagagem despachada.

Confira abaixo os custos para despachar a 1° bagagem de até 23kg em voos dentro do Brasil (valores de 12 de maio de 2022, segundo companhias aéreas):

Antecipado – No dia do embarque – Volume extra
Latam R$ 95 a R$ 120 – R$ 120 a R$ 160 – R$ 175 (entre 23 kg e 32 kg) R$ 350 (de 32 kg a 45 kg )
Gol R$ 95 – R$ 140 – R$ 35 (por quilo a mais)
Azul R$ 90 (site, app e Azul Center) – R$ 140 (no aeroporto) – R$ 120 a R$ 160 (no aeroporto)

Maneiras de economizar 

Algumas maneiras de economizar é comprando passagens antecipadamente, junto ao serviço de transporte de bagagem, além de ficar atento às taxas impostas por cada companhia, com horários e dias dos voos.

Outra dica é ficar atento ao peso da bagagem, que influencia no preço cobrado. Na hora de montar a mala, escolha com atenção o que e como levar os itens. Há também cartões de crédito e programas de fidelidade que oferecem despacho gratuito de bagagens.

Com informações da FolhaPress. 

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