Com energia nas alturas, consumidores optam por placa solar

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Foto: Marcos Maluf

“É um investimento que dá retorno, pagava
R$ 900 e agora pago R$ 60”, afirma consumidor

Mato Grosso do Sul é o 9º estado brasileiro que mais produz energia solar, são 113.955 residências adeptas ao sistema solar. Conforme dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A alta cobrança na conta de luz é o principal motivo, que fez com que os consumidores da energia convencional migrassem para esse método.

O ano começou com mudança na casa da aposentada, Maria Estevez. As faturas de energia elétrica que antes se aproximavam dos R$ 1 mil, agora estão bem menores, graças a instalação das placas solares. “Foi um investimento que já começa a dar retorno. Antes pagava R$ 900 e agora comecei a pagar R$ 60. As placas eram para ter sido instaladas em dezembro, só que por conta das festas de fim de ano, acabaram sendo instaladas em janeiro”, destaca.

Pela instalação foram investidos R$ 18 mil. Valor que segundo a aposentada, vai valer a pena. “Acho que é um investimento e por mais que possa parecer caro no primeiro momento, sei que vou colher os frutos nos próximos anos. Vejo que todos os dias as pessoas reclamam dos preços de suas contas, a gente fica à mercê das concessionárias, então a instalação pra mim foi a melhor saída”, pontua.

Há cinco meses o professor Rogério Gai, de 59 anos, tomou uma decisão que hoje sente a diferença no bolso após o investimento com a instalação das placas solares em seu telhado. “O valor alto da taxa de energia cobrado pela concessionária de energia elétrica, me motivou. A minha conta de luz que era em torno de R$ 700,00 reais, hoje eu pago em torno de R$ 170,00 reais”, relata o consumidor.

O número de consumidores de energia solar, só não é maior devido ao alto custo de investimento com a instalação das placas que convertem a energia do sol. O preço para a instalação do sistema é relativamente alto, no entanto, é importante ressaltar a sua longa vida útil, bem como o fato de que com o tempo, a economia do sistema acaba pagando a si mesmo, à exemplo da dona Maria e do Rogério, que viu sua conta de energia diminuir drasticamente.

Apesar do alto valor investido, algumas empresas que realizam o serviço têm facilitado na hora do pagamento, para que seja feita a mudança para energia solar. “Fiz um investimento de R$ 13 mil, não precisei fazer nenhum reparo no telhado para receber a instalação. E pude parcelar o investimento em 36 vezes”, conta Rogério Gai.

Aumento de consumidores 

De acordo com dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), no Brasil já são mais de 3 milhões de unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica. Hoje o país possui cerca de 2,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

Em 2023, Mato Grosso do Sul se destacou mais uma vez pela geração de energia fotovoltaica, tendo avanço em 88%, ou seja, 881,7 MWh (megawatts/hora) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

Em Mato Grosso do Sul, dos 847,71 MWh de potência instalada na geração distribuída, 44,69% está na classe ‘Residencial’ de acordo com dados divulgados pelo governo do estado. Campo Grande, Dourados e Ponta Porã são os principais municípios em termos de potência nominais instaladas, representando juntos 37,74% do total em MS. A geração de energia denominada “distribuída”, refere-se à produção de energia em menor escala, muitas vezes no próprio local de consumo, como, por exemplo, por meio de painéis solares instalados em residências ou empresas.

Em 2022, foi sancionada a lei que cria o marco legal da geração própria de energia, conhecida como geração distribuída – Lei 14.300/22. A medida estabelece regras para consumidores produzirem a própria energia a partir de fontes renováveis, dentre elas a solar.

Curiosidades

A energia solar possui uma fonte completamente gratuita – o sol. Por isso, a energia fotovoltaica caminha a passos largos para ser considerada a energia renovável mais barata do mundo. Na China, a energia solar já é mais barata do que a energia elétrica, por exemplo. Esse tipo de queda no valor tende a se estender por todo o globo, conforme ela se torne mais utilizada.

A energia solar é totalmente renovável, por ser extraída de uma fonte inesgotável – diferente de outros tipos de recursos renováveis, como energia eólica ou hídrica, a energia solar é a única com a qual temos a certeza de poder contar no dia seguinte.

Ainda falta bastante incentivo por parte do governo, especialmente no que diz respeito aos impostos – o que contribui para que o sistema seja caro. Assim, é possível recorrer a financiamentos para tornar mais simples a aquisição desse sistema.

Um grande ponto negativo da energia solar, ao menos atualmente, é sua baixa capacidade de armazenamento. Não é possível guardar a energia para ser utilizada por longos períodos, o que pode ser um problema em grandes períodos de chuva, por exemplo.

Possuir um sistema de energia solar em sua casa pode contribuir também com a valorização do imóvel – que pode variar entre 10% e 30% do total.

Por Suzi Jarde.

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