Aperto das políticas monetárias do Fed elevam o preço do dólar

Valter Campanato/ Agência Brasil
Valter Campanato/ Agência Brasil

O dólar tinha leve alta contra o real na manhã desta quinta-feira (15), em linha com movimento visto no exterior à medida que temores sobre um aperto monetário muito agressivo por parte do banco central norte-americano continuavam impondo cautela.

No Brasil, investidores digeriam dados muito melhores do que o esperado do IBC-Br (indicador da atividade econômica do Banco Central) de julho, que subiu 1,17% sobre o mês anterior. Às 9h13 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,17%, a R$ 5,1873 na venda. Na B3, às 9h13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,39%, a R$ 5,2080.

Na sessão passada, o dólar teve um pequeno ajuste para baixo, com leve queda de 0,19%, cotado a R$ 5,1790, mas compensando apenas parcialmente o avanço de 1,8% na terça-feira (13), na esteira do aumento da aversão ao risco causado por dados de inflação nos Estados Unidos.

Mercado externo

No mercado externo, as ações nas principais Bolsas dos Estados Unidos operaram sob intensa volatilidade, alternando entre perdas e ganhos, após a forte baixa registrada na terça, provocada por dados de inflação nos Estados Unidos.

Já perto do final da sessão, os principais índices acionários do mercado americano acabaram se firmando no terreno positivo, com ganhos de 0,34% do S&P 500, de 0,10% do Dow Jones e de 0,74% do Nasdaq.

A alta, contudo, compensou apenas parcialmente o tombo verificado na terça-feira (13), quando os índices tiveram queda de 4,32%, 5,16% e 3,94%, respectivamente, a maior desde junho de 2020.

O tombo veio na esteira da forte aversão ao risco que dominou os mercados na sessão anterior, por causa de dados sobre a inflação nos Estados Unidos acima das expectativas, que renovaram os temores dos investidores acerca de um aperto monetário mais agressivo por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

“O receio de uma desaceleração econômica se intensificou no mercado, trazendo novamente o sentimento de aversão ao risco”, afirmou Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos.

A inflação americana subiu 0,1% em agosto em relação a julho. No acumulado em 12 meses, a alta dos preços ficou em 8,3%.

Analistas de mercado esperavam que o CPI, sigla em inglês para índice de preços ao consumidor, mostrasse deflação. A agência Bloomberg projetava taxa negativa de 0,1% no mês e, no acumulado em 12 meses, apontava que o índice cairia de 8,5% para 8,1%.

Sem a redução esperada na CPI, o mercado passa a esperar que o Fed continue a aumentar com rapidez os juros no país. Aumentar juros é uma medida adotada por bancos centrais para segurar a inflação. O crédito mais caro reduz a circulação de dinheiro, e os preços tendem a cair.

Um efeito colateral é o aumento do desemprego. Nos Estados Unidos, porém, há quase duas vagas abertas para cada pessoa à procura de trabalho.

Na próxima quarta-feira (21), o Fed deverá divulgar um novo aumento da sua taxa de juros. O mercado esperava uma elevação entre 0,50 e 0,75 ponto percentual. Mas após a surpresa com a inflação de agosto, analistas consideram até mesmo um aumento de 1 ponto percentual.

Na semana passada, Jerome Powell, presidente do Fed, disse que os Estados Unidos devem continuar a agir energicamente para reduzir a demanda e conter a pressão sobre os preços para evitar um pico de inflação como o observado nas décadas de 1970 e 1980.

Com informações da Folhapress

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