Sem previsão para acabar, força-tarefa no CTG enviou quase duas toneladas de doações ao estado gaúcho

( Fotos: Nilson Figueiredo)
( Fotos: Nilson Figueiredo)

Dia com maior número de voluntários contabilizou 500 pessoas e 45 carretas saíram para o estado gaúcho

Com a comoção da população sul-mato-grossense, mais de mil toneladas de produtos foram doados ao estado de Rio Grande do Sul. A ação que começou no dia 5 de maio, nesta segunda-feira (20) completou 16 dias, sem previsão para acabar. Desde o primeiro momento, várias pessoas se solidarizaram com o estado que passa pela maior tragédia de todos os tempos, com cerca de 2 milhões de pessoas afetadas e mais de 150 mortos. O CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Tropeiros da Querência contabilizou em um único dia, no ponto máximo, 500 voluntários.

Saíram de Campo Grande até 27 cidades do Rio Grande do Sul 45 carretas e três vans, em 16 dias de campanha. Cerca de 100 a 250 voluntários foram diariamente ao CTG ajudar a embalar e com separação dos materiais. O gaúcho, presidente do CTG Tropeiros da Querência, Mário Carvinatto, não conteve as lágrimas ao expressar a gratidão pela ajuda que os sul-mato-grossense estavam fornecendo para o Rio Grande do Sul. O presidente do centro de tradições revela que não esperava a imensidão que chegaria as doações.

“Um grupo de amigos resolveu se unir e fazer alguma coisa, começamos no dia 5 de maio e não esperávamos o volume que chegou. Até hoje, eu fico surpreso e assustado. Mas fico grato por ter bons amigos, a alegria, de poder contribuir com o povo do Rio Grande do Sul, é enorme. E hoje, dia 20, completamos 16 dias dessa jornada, com mais de mil toneladas de encaminhamento de vários tipos de alimentos, roupas, vestuário, água, material de limpeza, material de pet. Tudo isso foi enviado a 27 cidades diferentes, não todas no mesmo lugar, são de diferentes locais. Felizmente, conseguimos distribuir, tivemos uma equipe de logística, voluntários que estiveram aqui nos apoiando e nós, do CTG, abrimos a porta, coordenamos o processo, mas o apoio da sociedade e dos amigos está sendo muito gratificante”, pontua.

Além disso, um dos maiores parceiros da ação foi a empresa de transporte e logística de Mato Grosso do Sul, Setlog MS, que forneceu a maior parte dos caminhões. Os associados da empresa também se envolveram nas atividades e, também, ofereceram seus transportes. O presidente do Setlog MS, Cláudio Cavol, conta que ficou emocionado com toda solidariedade e ressalta a importância de ajudar.

“Sou gaúcho e fiquei emocionado com a ajuda do povo sul-mato-grossense. Já amava esse Estado, faz quase 40 anos que estou aqui, e passo a amar ainda mais, tanto o Estado como o povo sul-mato-grossense. Assim que o Setlog soube da necessidade do povo rio-grandense-do-sul, nós fizemos uma reunião de diretoria, achamos e nos posicionamos que o melhor jeito de ajudar o Rio Grande do Sul, que era transportar as doações do povo sul-mato-grossense. E assim nós fizemos, colocamos, no início, 10 carretas, mas a demanda foi muito maior e nós tivemos que colocar mais carretas, evidentemente. É importante frisar que não foi só o Setlog que colocou essas carretas, agricultores ligaram oferecendo carretas, comerciantes, donos de pequenas indústrias. Tivemos grandes e pequenos transportadores, pequenos comerciantes, que tinham caminhão de pequeno, médio ou grande porte a disposição para ajudar o povo gaúcho”, enfatizou.

Órgãos públicos, como a Defesa Civil, também participaram ativamente nesta ação. Com auxílio na triagem, expedição e logística, principalmente. O coronel Hugo Djan explicou que há uma comunicação entre os estados para saber qual região necessita de mais de uma demanda mais urgente. Além de elaborar planos para fazer os produtos chegarem até o destino final.

“Quando acontecem eventos que extrapolam o poder de resposta da empresa que é responsável, eles chamam a Defesa Civil para coordenar todas as frentes juntas. Foi o que foi feito por ordem do nosso governador, Eduardo Ridel. Nós iniciamos com a coleta em todos os quartéis do Mato Grosso do Sul. Centralizamos em Campo Grande, no Albano Franco, junto com o Sistema S e de lá nós estamos fazendo o encaminhamento para o Rio Grande do Sul. Existem várias iniciativas, como a iniciativa do CTG, que são independentes, que também fomos chamados para poder dar apoio. Todo momento é verificado a possibilidade de melhoria e agilidade no envio deste material”, destaca.

Novo horário de atendimento

O presidente da CTG Tropeiros da Querencia destaca que essa semana o horário de atendimento continuará o mesmo, sem pausas. Contudo, como a tendência é diminuir as doações e a maioria dos voluntários também terão que voltar para suas devidas rotinas, a instituição estipulará um horário para começar e terminar as ações do dia. Essa projeção será alinhada para a próxima semana.

“Como nós ficamos como ponto de referência, vamos continuar. Temos que dar vida ao nosso CTG, porque nós temos as nossas atividades, compromissos, até o aluguel do espaço, mas ainda temos tempo para atender a esses compromissos, enquanto nós pudermos, enquanto nós tivermos esse apoio da sociedade, nós estaremos aqui. Estávamos praticamente das 8 horas até as 23, 24 horas terminando de carregar, fazer carretas para enviar para os nossos irmãos de lá. É natural diminuir as doações, muita gente já fez a arrumada no guarda-roupa, então começa a diminuir o horário também. Vamos, para a próxima semana, estabelecer alguns horários de manhã, a tarde e um final de tarde para poder fazer esse encaminhamento”, enfatiza.

Serviço:

Horário de atendimento
Manhã: 8h às 11h
Tarde: 13h às 18h
Noite: a definir

Por Inez Nazira

 

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