Na Capital, lojas masculinas antecede as femininas no vestuário para o frio

Casacos já tomam
conta das vitrines de
lojas no Centro de
Campo Grande (Fotos: Nilson Figueiredo)
Casacos já tomam conta das vitrines de lojas no Centro de Campo Grande (Fotos: Nilson Figueiredo)

De acordo com lojistas, movimentação no comércio já sente incremento de 30% com a mudança na temperatura

 

Na 3ª semana de abril, a Capital sul-mato-grossense já pôde sentir a virada na mudança climática com a chegada, mesmo que tímida, do frio. Os lojistas de Campo Grande, embora a época não seja ainda um grande chamariz, não perderam a oportunidade e aproveitaram a ocasião para disponibilizar itens de proteção às baixas temperaturas. No entanto, o que se mostra curioso, são as lojas masculinas apostando antecipadamente no vestuário e deixando para trás até mesmo as lojas femininas.

No Pátio Central Shopping, a exemplo, enquanto lojas como Pitanga Morena e Uzze Feminine, grandes queridinhas do público feminino apostam em roupas mais básicas, curtas e com alças, voltadas especialmente as temperaturas quentes, as lojas masculinas já retiram do estoque os itens voltados ao inverno. Na loja Mens Wear, por exemplo, se observou a exposição de itens como a jaqueta Puffer, uma das queridinhas do público, e suéteres, que de acordo com o sócio-proprietário, William Vasconcelos Garcia, 26, são os itens preferidos dos homens. “Eu já trouxe suéter, jaqueta de couro, colete e jaqueta puffer. Eu comecei a me preparar cinco meses antes para estar com a mercadoria estocada e preparada, para ficar um mês antes colocando essa mercadoria na vitrine para poder ter a saída”, argumentou Garcia.

Conforme o lojista da loja esporte fino, que está há pelo menos 10 anos no Pátio Central e oferece 11 marcas ao público, o movimento já está maior em 30% com a queda das temperaturas. Garcia pontua que a dinâmica não é a mesma para todos os comerciantes, o que explica, por exemplo, a diferenciação na disponibilidade de itens masculinos e femininos. “Eu viajo para vários pontos para poder observar o valor da mercadoria e trazer e está caro. Sobe a inflação e sobe o tecido. Eu prefiro estar com a mercadoria comprada e pronta dentro da loja, porque às vezes esfria dois ou três dias no final de semana, no meio da semana, abaixa a temperatura, chove, eu já exponho e vendo. A gente tem que estar preparado para o ano inteiro na verdade, não é só para uma época X não”, esclareceu o sócio-proprietário da Mens Wear.

O gerente de marketing, Denilson Souza, 47, pontua que o aumento sentido na loja a partir da queda de temperaturas em abril já é de 20% em média. No entanto, é somente em maio que as vendas impulsionam de verdade, pois é o período em que chega de fato a coleção de inverno. “Posso dizer que a gente começa de uma forma mais tímida, mas 20% já busca, porque é um período em que há o inverno e o dia dos namorados. Então, já começa esse processo de pesquisa, de 20% em uma busca ainda tímida, mas que já começou. Em abril a gente está em uma fase onde as pessoas estavam procurando peças de Carnaval e pensa ‘opa, o frio chegou’ e aí começa essa coisa de inverno”, explicou o gerente.

Vestuário feminino

Presente na loja Mega Jeans do Pátio Central, a dona de casa, Eleni Claroesler, 65, argumentou que todo ano quando chega a época de frio, ela procura renovar o guarda-roupa. “Já estou sondando blusinhas e casaquinhos. Estão bonitas as roupas, estão lindos os casaquinhos. Todas as blusinhas estão lindas. Vou dar uma olhada para ver se eu encontro uma que eu goste, porque eu gosto de colocar coisas diferentes, de comprar coisas novas. Todo ano colocar o mesmo não dá, né?”, disse Elenir.

A gerente da Mega Jeans do Pátio Central Shopping, Kelly Martins, argumentou que tem recebido as roupas femininas para o frio desde o início de março. Conforme elucidou, no estabelecimento é possível encontrar roupas femininas, mas também masculinas e infantis. Martins explica que a procura no local gira em torno de 15% a 20% até a 3ª semana de abril. “Tem crianças que estudam e a procura é muito grande por roupa infantil, por causa da troca de tamanho, então já está saindo bastante”, pontuou.

Embora reconheça que as mulheres têm uma pretensão maior pelo consumo, Martins afirma que os homens são mais decididos na hora de comprar e quando chegam a loja, já sabem o que vão levar. “A gente vê que a procura é para os dois. A mulher gasta um pouquinho mais, porque quer renovar todos os anos, mas a gente vê também que o masculino sai também. Mas, o pico esperado na loja é para o final de abril, que é quando chega a primeira frente fria”, pontua Martins, que destaca a importância de aproveitar esses períodos, já que o frio em Campo Grande dura poucos dias.

 

Por Julisandy Ferreira

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