Fiocruz recruta voluntários para receber dose fracionada de vacina anti-COVID

Foto: Divulgação
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Por Suelen Morales – Jornal O Estado MS

O projeto Fract-Cov investigará se as doses fracionadas das vacinas anti-COVID conferem imunidade para quem já tomiu duas doses da vacina há mais de seis meses. A meta é recrutar 1.440 voluntários em Mato Grosso do Sul e até o momento 376 pessoas se voluntariaram.

A pesquisa é desenvolvida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com o Sabin Vaccine Institute, Universidade Aga Khan, Universidade Stanford, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Secretaria Municipal de Saúde, entre outros. De acordo com o infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, os voluntários receberão uma dose de reforço completa ou fracionada das vacinas Pfizer, AstraZeneca ou Coronavac.

A equipe de pesquisa acompanhará os participantes por seis meses a partir da dose de reforço, com coletas de sangue no momento inicial, aos 28 dias, aos 3 e aos 6 meses, para medir a quantidade de anticorpos formados. “O estudo vai comparar, por exemplo, se quem tomou duas doses de AstraZeneca vai tomar uma dose fracionada de Pfizer.

Ou uma dose completa de Pfizer, outra dose de AstraZeneca e uma fracionada de AstraZeneca. Todas as possibilidades vão ser testadas para justamente identificar inclusive em pessoas que tomaram vacinas diferentes se a dose fracionada possui a mesma resposta imunológica que é a dose completa”, esclareceu o infectologista.

Até o momento o projeto já conta com 376 voluntários, mas o objetivo é recrutar 1.440 pessoas. “Como estudo se iniciou agora e tem um segmento de seis meses. Esperamos terminar o recrutamento em três meses. Teremos os resultados no primeiro trimestre de 2023”, ponderou Croda.

Para captar os voluntários, a pesquisa conta com uma equipe de telermaketing, uma unidade móvel que está percorrendo os bairros de Campo Grande e com a busca ativa dos agentes comunitários. “Temos uma equipe de telefonistas, então não é fake News. Temos uma lista de pessoas que tomaram duas doses da vacina em Campo Grande e a gente faz esse contato pessoa por pessoa questionando se deseja participar do estudo.

Também a cada duas, três semanas a gente fica com a nossa unidade móvel em um bairro”, acrescentou o infectologista. Cabe destacar que a aplicação de doses fracionadas sibilitaria multiplicar a oferta de vacinas e diminuir o custo da imunização das populações ao redor do mundo. De acordo com o Instituto Sabin, cerca de 17% da população dos países de baixa renda completaram o esquema vacinal, ao passo que nos países de alta renda esse índice chega a 72%.

 

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