Com risco de morte, meteorologia emite alerta vermelho para onda de calor

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Foto: Inmet

A onda de calor extrema está cada dia mais preocupante, e Mato Grosso do Sul está no centro do fenômeno climático. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) renovou o alerta para aumento de temperaturas, e a possibilidade é de recordes de temperatura, com máximas de 40ºC a 42°C.

O alerta vermelho, ou seja, de grande perigo, indica aumento acima da média de até 5°C da temperatura e risco de hipertermia, sendo a elevação da temperatura corporal em mais de 40°C, que pode evoluir para um óbito. O aviso vale até domingo (24), para todos os municípios do Estado.

Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), setembro já registrou recordes de temperaturas em cidade de Mato Grosso do Sul.

Apenas neste mês, 18 cidades do Estado bateram seus devidos recordes de temperatura. Entre os municípios que ultrapassaram os 40°C no último domingo (17) estão: Pedro Gomes (40,7°C), com o calor mais intenso do Brasil em 2023, Água Clara (40,6°C) e Porto Murtinho (40,3°C).

Destas 18 cidades, em 11 houve quebra de recordes no domingo (17). Coxim, Laguna Carapã e Rio Brilhante, por exemplo, atingiram 38°C. A segunda-feira (20) também teve calor intenso, com registro de 36°C em Campo Grande, maior temperatura da Capital em 2023, e 39,3°C em Três Lagoas.

A meteorologia explica que o calor excepcional ocorre devido a uma bolha de calor, denominada bolha ou cúpula. “Ocorre com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, com ar descendente (subsidência). Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar. Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo, assim como uma tampa em uma panela. Esta bolha de calor de agora vai estar com seu centro entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil” informa o MetSul.

Cuidados

Além do calor, MS deverá sofrer com a baixa umidade relativa do ar, que ficará entre 10% e 20%. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a umidade do ar ideal compreende a faixa entre 50% e 80%.

Com o clima quente e seco, os cuidados devem ser redobrados para que o prejuízo seja menor. Além da hidratação e de uma boa alimentação, é recomendável arejar os ambientes fechados regularmente, evitar a prática de exercícios físicos entre 10 e 16 horas, lavar tapetes e cortinas com frequência, aspirar e limpar todos os locais que possam acumular poeira, colocar uma bacia de água no ambiente para ajudar a evitar o ressecamento da mucosa respiratória e aliviar desconfortos em crises alérgicas já manifestadas.

Além disso, crianças, idosos e animais exigem atenção redobrada nesse período; por isso, é necessário ficar atento à hidratação.

El Niño

O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre) divulgaram nesta terça-feira (20), um boletim com o objetivo de apresentar o monitoramento, previsões e os possíveis impactos do El Niño no Brasil em 2023.

De acordo com o boletim, desde junho de 2023 as condições observadas de temperatura da superfície do mar mostram um padrão típico do fenômeno El Niño. Este padrão se apresenta na forma de uma faixa de águas quentes em grande parte do Oceano Pacífico Equatorial que, próximo à costa da América do Sul, são superiores a 3°C. Entre agosto e o início de setembro, essa região apresentou sinais de atividade convectiva anômala em associação ao desenvolvimento de nuvens profundas. Neste ano, um efeito do El Niño foram as chuvas registradas no Rio Grande do Sul, entre 1º e 19 de setembro, cujos volumes ficaram em torno de 450 milímetros (mm). Nos demais estados do País, foi registrado um déficit de precipitação, com volumes superiores a 50 mm, abaixo da média histórica, na Região Norte.

Para o próximo trimestre (outubro, novembro e dezembro) a previsão indica maior probabilidade de chuva abaixo da faixa normal entre o leste, centro e faixa norte do Brasil. Entre a Região Sul, parte de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, a previsão indica maior chance de chuva acima da faixa normal. Esta previsão reflete as características típicas de El Niño sobre o Brasil. Já a previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal na maior parte do País.

Em relação a previsão do armazenamento de água no solo, parte sul de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, além da Região Sul, indicam a manutenção da umidade no solo, com valores maiores que 70%. É importante ressaltar que com a atuação do El Niño, há probabilidade de ocorrência de grandes volumes que podem contribuir para a elevação dos níveis de água no solo, com valores superiores a 90%, ocasionando, inclusive, excedente hídrico.

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