UFGD publica nota de repúdio contra ato racista sofrido por docente e sua família

Sisu
Foto: Reprodução/UFGD

Em nota divulgada nesta quinta (4), a comunidade acadêmica da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) repudiou o ato racista que o docente Sikiru Olaitan Balogun e sua família sofreram na última quarta (3) em um supermercado atacadista por um casal de idosos.

A sugestão foi feita pelo reitor Jones Dari Goettert e aprovada durante a reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura (CEPEC). O documento manifesta o total repúdio da comunidade acadêmica contra todas as formas de discriminação, preconceito, racismo e violência que pessoas de diferentes condições étnico-raciais tem sofrido no Brasil e em outros países, especialmente Sikiru e sua família.

Além da nota do CEPEC, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal da Grande Dourados também se manifestou sobre o caso e declarou que “Atos como estes ferem a nossa dignidade humana, faz perceber que o racismo é uma estrutura que opera em todas as esferas da sociedade brasileira, sejam elas, atitudes individuais ou coletivas, por vezes, naturalizadas no cotidiano como aceitáveis”.

Sikiru Olaitan Balogun é doutor em Ciências da Saúde, na área de Farmacologia de Produtos Naturais, cursando também um pós-doutorado na mesma linha de pesquisa. Nascido na Nigéria, vive no Brasil há 11 anos, sendo dois deles em Mato Grosso do Sul. Atua na UFGD como professor visitante na Faculdade de Ciências da Saúde e dá aulas no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde.

Sobre o caso

Na quarta-feira (3), Sikiru Olaitan Balogun, sofreu injúria racial e agressão física, após deixar o seu filho de seis anos cuidando de um carrinho de compras que achava ser seu. Quando retornou, a criança teria afirmado que uma mulher o agrediu. Quando foi perguntar para a idosa o que teria acontecido, ela afirmou que o menino estava roubando o seu carrinho de compras. Durante a discussão, a idosa e o seu marido começaram a chamar Sikiru de “preto”, utilizando um tom ofensivo e o idoso de 61 anos desferiu um soco no docente.

Ainda de acordo com informações, a mulher afirmou que não teria batido na criança, mas retirado a sua mão do carrinho e justificou a atitude falando que já tinha tido o carrinho roubado outras vezes por “esse tipo de pessoa”, se referindo a pessoas estrangeiras.

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