Hospital Universitário e Santa Casa não possuem recursos para o tipo de tratamento
Casal de São Gabriel do Oeste, pais da Alice vieram a Campo Grande no último mês para tratar da filha que nasceu há duas semanas com a bexiga exposta e extrusão completa de órgãos do trato urinário, intestinal e genital. Entretanto, até esta quarta-feira (7), a criança não foi atendida por um especialista.
A mãe Grazieli Aparecida Reis, 30, explicou que desde sábado (3), a Defensoria Pública do Estado expediu uma liminar que determina o transporte aéreo e custeio do tratamento. Porém, Alice continua a espera da transferência, que segundo a decisão judicial deveria acontecer em até 12 horas.
A razão disso é que a menina teve a transferência negada para o Hospital Universitário, visto a falta de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) pediátrico no local. Alice está internada na UTI Neonatal da Santa Casa de Campo Grande, que também não conta com a especialidade de urologia infantil.
Esse tipo de doença exige equipe multidisciplinar experiente e capacitada para realização do procedimento reconstrutivo, além de estrutura do centro cirúrgico com materiais especiais em urologia infantil.
O juiz Marcelo Andrades Campos Silva, concedeu a tutela de urgência determinando que o Estado transfira para quaisquer “Hospitais Públicos da Capital ou de fora deste Estado que disponha de serviço de referência em urologia pediátrica, para a realização de avaliação da urologia pediátrica, incluindo CTI ou UTI (se for o caso) ou, na impossibilidade desta, seja deferida sua transferência para Unidade Hospitalar da Rede Particular.”
Referência no assunto, o Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba (PR), informou a mãe de Alice que em MS há um urologista particular que recebe esse tipo de caso. Porém, a justiça deve executar uma nova liminar que autoriza a transferência de Alice para um hospital particular, explica Grazieli.
“Estamos esperando, meu marido foi até a Defensoria ontem e disseram que a liminar seria executada nesta quarta-feira. Mas a justiça no nosso país, você sabe como é”, informa a mãe.
Laudo médico
Conforme relatório médico, a paciente necessitou de intubação ainda na primeira hora de vida devido a desconforto respiratório precoce. (…) e desde o dia 24/05 vem sendo realizado insistentemente solicitações diárias para transferência para serviço de referência de Urologia pediátrica + equipe especializada, porém sem sucesso, retardando assim o tratamento adequado e necessário, expondo a mesma à evolução clínica desfavorável e aumento dignificativamente a morbimortalidade.
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) prepara uma nota sobre o acompanhamento do caso por parte pública. Acesse também: Vitrines decoradas são ‘carta na manga’ para atrair clientes, no Dia dos Namorados
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