O projeto de um mural artístico na Orla Morena emCampo Grande, com o objetivo de oferecer um espaço inspirador para oficinas infantis, foi destruído por moradores da região. Thais Maia, uma artista de 28 anos, dedicou sete horas de seu talento e R$ 2 mil em materiais para criar uma obra de aproximadamente 25 metros, apenas para vê-la destruída por atos de vandalismo.
Um dos residentes da região, jogou tinta branca sobre as obras de arte da artista. Em uma coletiva de imprensa, o morador argumentou que o projeto não possuía a devida autorização para ocupar o muro da Orla, indicando ainda que já existia um processo em andamento para revitalização, contemplando intervenções artísticas e pinturas no espaço.
Em vídeo, Thais alega que, há quase 13 anos dedicada à arte, expressa não apenas a tristeza de ter seu trabalho destruído, mas também a luta diária para viver de sua paixão. Em uma postagem na sua rede social, a artista revela que o projeto segue a iniciativa de revitalização de espaços urbanos, destacando a dificuldade financeira que artistas de rua enfrentam, muitas vezes tendo que “vender o almoço para comprar tinta”.
A narrativa da artista destaca a opressão e violência enfrentadas pelos artistas de rua, especialmente no contexto brasileiro, onde a cultura muitas vezes é negligenciada. Mulheres artistas são subestimadas e desrespeitadas, enfrentando desafios de homens autoritários e desprovidos de talento.
A artista ressalta a realidade de viver nas ruas do Brasil como uma artista de rua, onde o risco de violência é constante. Ela destaca a importância de defender artistas, particularmente mulheres, que enfrentam não apenas a intolerância artística, mas também a violência de gênero.
Apesar dos obstáculos, Thais Maia enfatiza a resistência coletiva da comunidade artística. “A gente se ergue aos montes e fazemos acontecer”, afirma, destacando a determinação em enfrentar as adversidades e continuar a espalhar arte pelas ruas.
Em um apelo emocional, a artista conclama o público a apoiar artistas e reconhecer o poder transformador da arte. “Defendam artistas, assim como as pessoas presentes defenderam a gente ontem”, exorta ela, ressaltando a importância de criar uma cultura de apoio e valorização para a arte de rua no Brasil.
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