Evento inaugura projeto Potencialize para jovens da Capital

Foto: Mylena Fraiha
Foto: Mylena Fraiha

A partir desta quinta-feira (15), jovens de baixa renda entre 18 e 29 anos, residentes em Campo Grande, poderão se inscrever no projeto Potencialize, que oferta curso de Negociação. A inscrição é gratuita e poderá ser realizada até 31 de janeiro de 2023.

O projeto Potencialize, idealizado pelo INW (Instituto Nelson Wilians), tem como objetivo promover a inclusão produtiva no mercado de trabalho de jovens em contexto de vulnerabilidade social, com famílias de baixa renda – ou seja, que possuem renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 606,00) ou renda familiar total de até três salários mínimos (R$ 3.636,00).

Durante evento de inauguração,  ocorrido na manhã desta quinta-feira (15), o gerente de projetos do INW, William Ruiz, comentou que o projeto atua em prol da inclusão produtiva, que abrange a capacitação profissional e a garantia de emprego. “Inclusão produtiva é um dos conceitos que usamos no Instituto e que é um dos pilares do nosso trabalho. É um termo que abrange a capacitação profissional e a empregabilidade. Então não é só capacitar o jovem, mas também oferecer a oportunidade no mercado de trabalho”, explica.

O curso de Negociação será dividido em oito módulos. Os dois primeiros módulos serão teóricos, com aulas à distância e presenciais. Os outros seis módulos, serão práticos, com desafios semanais, mentoria para os jovens, simulações de negociações e a imersão em ambiente de trabalho de negociações.

Durante o curso, os jovens também irão aprender conceitos fundamentais de Direito, Marketing Pessoal e Comunicação não-violenta.

Ao final do programa, a proposta é garantir a empregabilidade de 5%, dos 50 participantes do curso. Ruiz explica que a ideia é gerar mão-de-obra especializada em Negociação, para atender as demandas de Campo Grande e região. “A ideia é capacitar esses jovens para ingressarem aqui, na Nelson Wilians Advogados e na Nelson Wilians Grupo, porque esse tipo de mão de obra está escasso na cidade. A gente não tem encontrado gente capacitada na área de Negociação, nem no escritório, como em outras empresas”.

Foto: Berlim Caldeirão

Foto: Berlim Caldeirão

Jovens nem-nem

O desemprego e a falta de oportunidades tem afetado uma parcela considerável da juventude brasileira. Conforme um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil é o segundo país com a maior proporção de jovens, de idade entre 18 e 24 anos, que não conseguem nem emprego e nem continuar os estudos — os chamados “nem-nem” —, atrás apenas da África do Sul, que lidera a lista.

Segundo a analista de Projetos Sociais da INW, Clara Freitas, a situação da juventude brasileira é estrutural e está ligada à falta de oportunidades. “Eu prefiro utilizar o termo sem-sem, que é sem oportunidade de estudo e sem oportunidade de trabalho. A gente hoje tem a maior geração de jovens do Brasil. São 150 milhões de jovens, que representam ¼ da população brasileira. E temos dados que nos chocam muito. Cerca de 36% da juventude brasileira não está no mercado de trabalho, nem nas escolas e universidades. Isso é preocupante, porque estamos falando de um grupo social que não é só o futuro do nosso país, mas também o presente.

Ela aponta que o papel das instituições, tanto públicas como privadas, é de atuar na mitigação das desigualdades e na promoção de ações que visam a inclusão produtiva dos jovens brasileiros. “Então precisamos garantir que esses jovens tenham mais oportunidade. É muito importante que a gente esteja promovendo a agenda da inclusão produtiva da juventude no Brasil. Precisamos garantir a capacitação técnica, a capacitação profissional; e garantir que, posteriormente, sejam incluídos no mercado de trabalho”.

Foto: Berlim Caldeirão

Foto: Berlim Caldeirão

Instituto Nelson Wilians

Fundado em março de 2017, o INW (Instituto Nelson Wilians), sediado em São Paulo (SP), é uma organização social, sem fins lucrativos, que se propõe a atuar pela democratização de oportunidades e a mitigação das desigualdades sociais.

A presidente do INW, Anne Wilians, comenta que nos projetos que visam atender demandas sociais e atuar na inclusão produtiva, as empresas tornam-se grandes aliadas. “Um dos nossos vieses é que quando a gente trabalha com a inclusão produtiva, unindo todos fatores, todos os fatores e stakeholders, o impacto disso ocorre de uma forma mais eficaz. Então a gente chama as empresas para dialogar com a gente. Em um projeto que fala de inclusão produtiva dos jovens, que estão em um alto índice de desemprego, a gente tem que fechar essa cadeia. Esse é o papel das empresas”.

Somente em Campo Grande, o INW trouxe dois projetos sociais voltados à juventude, o Compartilhando Direito e o Líderes que Inspiram. “O Instituto está há cinco anos no mercado, é um instituto jovem, mas é ousado. Nesses cinco anos tivemos 14 projetos, em todo território nacional. Em Campo Grande, dois projetos foram feitos – o Compartilhando Direito e o Líderes que Inspiram. O primeiro falava sobre o direito das mulheres, diversidade e inclusão, além de aproximar o jovem de seus direitos. Já no segundo, tentamos trazer uma motivação aos jovens e colocá-los como protagonistas da própria história”, explica Anne.

Para os próximos cinco anos, a presidente do INW comenta que o objetivo é ampliar o número de municípios que receberão os programas ofertados pela instituição. “Agora queremos fazer a expansão dos projetos com o Potencialize, para as demais filiais do Brasil. Contamos com uma parceria com a Unesco, que vai acontecer nos próximos cinco anos. Nós estamos na fase de mapear o território e começar a dialogar com as organizações locais”.

Foto: Berlim Caldeirão

Serviço

Para fazer a inscrição é preciso ter cursado o ensino básico em escola pública e ser beneficiário em projetos e ações de organizações sociais.

As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de janeiro de 2023, pelo site: www.inw.org.br.

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