Estado se iguala a países de Primeiro Mundo no esclarecimento de homicídios

Foto: Divulgação/Sejusp
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Segundo Ievantamento percentual, é mais que o dobro da média nacional

Investimentos, integração entre as forças de segurança e formação e capacitação dos policiais possibilitaram que Mato Grosso do Sul fosse reconhecido em levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz como o Estado que mais esclarece homicídios, com índice de 89%. O percentual de elucidação de mortes violentas é mais que o dobro da média nacional, que é de 44%, e se iguala à taxa de resolução dos órgãos de segurança de Primeiro Mundo.

Segundo o instituto responsável pela pesquisa, o relatório levou em consideração assassinatos cometidos no Brasil em 2018, ano em que foram registrados mais de 48 mil homicídios dolosos no país, que tenham sido resolvidos com apresentação de denúncia no mesmo ano ou até o fim de 2019.

Com isso, a liderança ficou por conta de Mato Grosso do Sul (89%), seguido por Santa Catarina, com 83%, Distrito Federal, 81%, e Rondônia, 74% de resolução. Só esses quatro estados aparecem com alta eficácia de esclarecimento. Outros oito estados são classificados como tendo média eficácia (entre 66% e 33% de esclarecimento), ao passo que outros cinco estão abaixo de 33%, o que os coloca em posição de baixa eficácia.

Conforme o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, o resultado está diretamente atrelado aos investimentos feitos nas forças de segurança pelo governo do Estado, especialmente por meio do Programa MS Mais Seguro, e relembrou que novos investimentos já estão previstos.

“Este ano nós inauguramos o primeiro Centro de Inteligência de Segurança Pública da Regional Centro- -Oeste, o Centro Integrado de Comando e Controle Regional, entregamos viaturas, um novo presídio com 603 vagas em Campo Grande e o governador autorizou e em breve contrataremos 250 novos peritos médicos legistas, peritos criminais e papiloscopistas e agentes de Polícia Científica, para reforçar a perícia criminal”, lembra.

Para o delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, tais números refletem o empenho da equipe em solucionar crimes contra a vida.

“Resolver crimes, principalmente aqueles cometidos contra a vida, é uma questão cultural implementada em Mato Grosso do Sul, pois entendemos que o crime contra a vida é o maior que pode existir e que precisamos dar respostas à sociedade e às famílias das vítimas, com mais equipamentos, viaturas, prédios adequados e capacitação”, afirma Adriano.

Segundo o titular da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), delegado Carlos Delano, entre os segredos para o sucesso de uma investigação estão o trabalho de análise de dados e vínculos, e de inteligência, que contribuem para o esclarecimento das mortes violentas. “Existe um esforço da Polícia Civil de priorizar a apuração de crimes contra a vida e esses fatores contribuem para esse excelente resultado”, diz.

O bom desempenho de Mato Grosso do Sul foi destacado pela imprensa nacional. “A forma como cada estado faz a gestão de segurança pública varia muito. Há aqueles que realizam gestão profissional das instituições, se baseiam em métricas e resultados e alcançam bons resultados. Mato Grosso do Sul tem um monitoramento permanente que é muito bom”, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo” Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.

O indicador nacional que aponta 44% de resolução de casos deixa o Brasil abaixo da média mundial, que é de 63%, segundo dados reunidos em 72 países. A porcentagem brasileira, no entanto, é compatível com a média de 18 países das Américas (região do mundo onde menos se esclarece assassinatos), que é de 43%. Na Europa, o indicador é de 92%.

O governador Reinaldo Azambuja enfatiza que a resposta dada pela Polícia Civil, em número de elucidações, traz ganhos tanto para a polícia como para a sociedade. “Nós temos uma das melhores Polícias Civis do Brasil. Índice de 89% de elucidação é mais que o dobro da média nacional e isso mostra o bom trabalho, uma boa equipe, bons treinamentos, qualificação e estrutura que disponibilizamos à nossa Polícia Civil para esclarecer os homicídios”.

Reforço na fronteira é mantido

Após o ataque que culminou com a morte de quatro pessoas no último fim de semana na região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, a onda de criminalidade voltou a fazer mais uma vítima fatal.

Desta vez, um policial federal paraguaio que foi morto na noite da última terça-feira (12), em Pedro Juan Caballero. De acordo com o jornal “La Nacion”, Hugo Ronaldo Acosta, de 32 anos, estava em uma via pública da cidade que faz fronteira com o Brasil. O corpo foi achado dentro de um carro, que aparentemente ia em direção à casa do agente, quando foi alvo de tiros.

O agente estava uniformizado e trabalhava na 10ª Delegacia de Polícia do Cruzamento Bella Vista. Os tiros atingiram uma casa, onde foi deixado um bilhete, em português, direcionado para uma pessoa chamada Riky.

“Para de oprimir a população lá dentro porque vamos pegar vocês como pegamos anteriormente os companheiros seus”, disse o texto deixado pelos criminosos.

Segundo a polícia paraguaia, os assassinos dispararam mais de 100 tiros de fuzil. Ainda não se sabe a motivação do crime, mas as autoridades investigam se o PCC (Primeiro Comando da Capital) está por trás dos assassinatos. Segundo o delegado Carlos Miguel López Russo, os policiais conseguiram identificar o suposto autor do crime, que já se encontra sob custódia das autoridades, por meio das gravações feitas pelas testemunhas.

Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira informou, na tarde de ontem (13), que, diante dos últimos acontecimentos, o reforço na fronteira será mantido. “Manteremos esse reforço por tempo indeterminado e apoiaremos as autoridades do país vizinho incondicionalmente com o fim de reprimir esses crimes assim como prevenir outros”, destacou.

(Texto de Michelly Perez)

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