Após os resultados do segundo turno das eleições de 2022, a manhã de ontem (31) não foi passiva para acadêmicos da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). Segundo relatos de alunos que presenciaram os momentos de confusão, acadêmicos pró-Bolsonaro discutiram com grupos de petistas em um dos blocos da instituição.
Vídeos feitos por estudantes com a câmera do celular foram divulgados nas redes sociais. As imagens mostravam o momento em que as manifestações causaram confusão generalizada no local. Um dos grupos de alunos gritavam “sou brasileiro, com muito orgulho”.
Em um momento, uma acadêmica foi empurrada e tentou revidar aos opositores, enquanto outros alunos tentavam separar a confusão. Em outro momento, acadêmicos apareceram gritando: “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”.
De acordo com informações divulgadas por testemunhas, acadêmicos do Curso de Ciências Agrárias saíram de um dos blocos protestando em favor do atual presidente Jair Bolsonaro. Eles teriam ido até o bloco de Comunicação e Saúde da universidade, onde havia alunos de botons e camiseta vermelha, manifestando apoio ao candidato eleito Lula.
Os acadêmicos de agrárias foram recebidos com dizeres de apoio ao presidente petista, mas começaram a se exaltar e a confusão começou. Uma acadêmica que estava com adesivo do Lula relatou ter tido o pneu furado durante os atos.
A assessoria de imprensa da UCDB disse, em nota a O Estado, que “foi surpreendida com manifestações de grupos de acadêmicos. Com objetivo de conter os ânimos, professores, gestores e colaboradores acompanharam a movimentação e organizaram a separação dos grupos com imparcialidade”, esclareceu.
Ainda conforme a nota divulgada à imprensa, “a UCDB preza pela democracia, mas repudia qualquer atitude que vá contra a integridade física e moral das pessoas, portanto não compactua e lamenta o ocorrido. As manifestações serão analisadas para aplicação do Regimento Geral da instituição, conforme o caso”, garantiu a instituição.
Balanço segurança
Com reforço de mais de oito mil homens e mulheres das forças estaduais de Segurança Pública, em Mato Grosso do Sul a Operação Eleições 2022 registrou 15 ocorrências de crimes eleitorais. O balanço foi divulgado pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), na manhã de ontem (31).
Em comparativo com o primeiro turno, houve um crescimento de 650% quanto às ocorrências de crimes eleitorais. Enquanto no dia 2 de outubro, quando ocorreram as primeiras eleições, foram registradas duas ocorrências, sendo elas: o eleitor que tirou “selfie” na cabina de votação e o indivíduo que colou as teclas de uma urna, no segundo turno houve 13 registros a mais.
Entre as ocorrências de crimes eleitorais registradas houve quatro desobediências às ordens da Justiça Eleitoral, sendo uma em Nioaque, em Bandeirantes, Miranda e outra em Vicentina; duas prisões de eleitores, na Capital, duas em Três Lagoas, uma em Laguna Carapã e outra em Chapadão do Sul; ocorreu também uma apreensão de material de campanha em ocorrência de boca de urna, em Sete Quedas; quatro violações ou tentativas de violação do sigilo do voto, uma em Japorã, Antônio João, uma em Chapadão do Sul e outra em Coxim. Além do grande efetivo, a Sejusp empregou na operação mais de três mil viaturas, como também embarcações e aeronaves em todo o Estado.
Após o resultado das eleições nesse domingo (30), um guarda civil, de 41 anos, foi encaminhado para a delegacia após ser visto dando tiros durante a comemoração do resultado eleitoral na região do Parque dos Laranjais, na Capital.
Após a repercussão, a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) de Campo Grande se pronunciou sobre o caso, pontuando que houve o recolhimento do armamento e abertura de procedimento administrativo contra o agente.
“A Sesdes manifesta que prima pela atuação dos servidores da Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande pautadas no estrito cumprimento do dever legal e com respeito à legalidade, impessoalidade e moralidade, defesa dos direitos humanos e garantias fundamentais do exercício da cidadania e das liberdades públicas”, afirmou o órgão.
Por Brenda Leitte – Jornal O Estado do MS.
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