O que o PSDB quer filiando quase todos os prefeitos do Estado?

Tiago Botelho acredita
que seu nome será
definido pela militância
do PT como pré-candidato, em Dourados.|Foto: Arquivo pessoal
Tiago Botelho acredita que seu nome será definido pela militância do PT como pré-candidato, em Dourados.|Foto: Arquivo pessoal

Mato Grosso do Sul possui 79 cidades, portanto 79 prefeitos e prefeitas, até o fim da escrita dessa coluna, 51 desses já estão filiados no PSDB, o que representa que 64% dos gestores municipais de MS seguem o partido do governador que já administra o Estado por 10 anos. É bem verdade que do PT ao MDB, quando estiveram no Governo do Estado, também tiveram muitos prefeitos filiados ao partido do governador em exercício, mas de 2023 para cá o que estamos vendo é um movimento muito forte de retirada de prefeitos e prefeitas de suas bases partidárias e os levando para o PSDB.

Tenho clareza que política é a arte do diálogo e do convencimento e me parece que o PSDB tem feito isso com maestria, mas, penso que precisamos problematizar tal prática. Quando abrimos a Constituição Federal, em seu primeiro artigo, lemos que o fundamento do Estado Democrático de Direito é o pluralismo político. Sendo assim, a pluralidade de ideias a partir do pluripartidarismo é o que move a política. Confesso que a tentativa de esvaziar inúmeras siglas partidárias na busca de levar todas e todos para o mesmo partido me causa estranhamento.

Reconheço a importância do PSDB no sistema político brasileiro e sul-mato-grossense, mas, ao mesmo tempo, existem inúmeros outros importantes partidos e, para mim, esvaziar tais siglas, retirando seus prefeitos e vereadores, acaba sendo diminuir a própria capacidade de aprimorar a política e a gestão. É bem verdade que ser do mesmo partido do Governo do Estado ou do governo federal ajuda a movimentação política municipal.

Digo isso, pois hoje sou pré-candidato a prefeito de Dourados com o apoio do Lula, que é atual presidente do Brasil. Todavia, o que quero refletir não é sobre apoio e proximidade com quem está no poder, pois isso é da política e está tudo bem, mas sobre quem está no poder tentar cooptar toda a classe política para o seu partido, diminuindo os demais partidos.

Qual é o saldo de se tentar reunir todos os gestores municipais em um único partido? O que se quer com tal prática? Sigo achando que o pluralismo político é o melhor caminho e que governar valorizando os muitos partidos é democrático e a melhor saída, pois é com as diferenças política e partidária que encontramos alternativas mais concretas para os muitos problemas que existem no Mato Grosso do Sul.

 

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Confira as redes sociais do O Estado Online no  Facebook e Instagram

 

Leia Mais

 

Haddad cria Comitê Permanente de Gênero, Raça, Diversidade e Inclusão no Ministério da Fazenda

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *