Nudem oferece atendimento humanizado e mostra para as vítimas que não é normal conviver com a violência

Foto: Divulgação
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“As mulheres precisam saber que merecem ser amadas e respeitadas acima de tudo”, cita a coordenadora do Núcleo

Completando uma década de existência nesta terça-feira (15), o Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher) comemora a realização de um trabalho sólido no atendimento às mulheres em situação de violência. A Assistência, que começou apenas como um núcleo para atendimento à violência familiar, atualmente se tornou um núcleo de violência de gênero. Em entrevista ao Jornal O Estado, a coordenadora e defensora pública Zeliana Luzia Sabala reforça que ainda é necessário mostrar para as vítimas que não é normal conviver com a violência. “A mulher precisa reconhecer que está em um ciclo de violência e sair, o papel do Nudem é retirar essas vítimas e incentivar a querer mudar, elas precisam saber que merecem ser amadas e respeitadas acima de tudo”.

Zeliana ressalta que não existe apenas a violência doméstica e que os casos de agressão psicológica, financeira, sexual e moral também deixam marcas e o maior desafio ainda é o de poder chegar até as vítimas que, por medo, se calam.

“Por mais que existam campanhas e informações, as mulheres ainda sentem medo em denunciar. Ainda é um obstáculo levar atendimento e informação a mulheres mais necessitadas, temos um exemplo na cidade de Corumbá que, para chegar à aldeia, são dois dias de barco, o que acaba se tornando um trabalho dificultoso. As mulheres que moram na periferia também não conseguem acessar os serviços prestados, nosso maior desafio é chegar até elas”, pontuou.

Dados tristes e reais analisados pelo Nudem mostram que a violência contra a mulher tem enfrentado um aumento no nível de crueldade. Por outro lado, também aumentou o número de boletins de ocorrência e, por isso, a Defensoria revela que a violência continua e a maneira com  que se estão matando as mulheres indica para uma ‘raiva’ por parte dos parceiros. “As mulheres precisam entender que não é normal acharem que o parceiro pode determinar a roupa que ela vai vestir ou manter relação sexual sem querer”, finalizou.

Além do atendimento para a garantia de medidas protetivas à vítima de violência doméstica no sentido de resguardar a integridade física dessa mulher, o Nudem também oferece ações para a garantia de direitos decorrentes da relação com o agressor, tais como: divórcio, pensão alimentícia, partilha de bens, guarda de filhos, regulamentação do direito de visita, etc.

Para os próximos anos, a defensora espera que a sociedade avance no respeito e pare de perseguir as mulheres. Durante toda a trajetória, o Nudem não chegou nesses 10 anos sozinho e contou com o apoio de diversos segmentos. “O Núcleo foi criado em 2014, mas a história de defesa e direito das mulheres na defensoria pública começou muito antes”, complementou.

O Nudem Regional Campo Grande integra o Núcleo Institucional de Promoção e Defesa da Mulher em Situação de Violência de Gênero. O Núcleo Institucional atua junto às Defensorias Públicas do Estado que operam na defesa da mulher e foi instituído pela Resolução da Defensoria Pública-Geral. O Nudem Campo Grande conta com três Defensorias Públicas, que atuam perante a 1ª e 2ª Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital. Diariamente, são realizados cerca de 30 atendimentos.

Por Thays Schneider

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