PMA trabalha em parceria com o Ministério Público para identificar focos de calor possivelmente criminosos
O 1° Batalhão da PMA (Polícia Militar Ambiental), que cobre toda área do Pantanal, trabalha em parceria com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para identificação dos focos de incêndios e já aplicaram, só este ano, mais de R$ 9,6 milhões em multas, principalmente na Serra do Amolar em Corumbá. As informações foram repassadas durante o boletim semanal da Operação Pantanal 2024, desta quinta-feira (15).
Segundo a tenente Eveny Parrela, da PMA, desde o início da operação, foram atendidas 34 ocorrências e realizou 28 vistorias em parceria com o Nugeo (Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto) do MPMS, além de realizar ações preventivas para orientação e educação ambiental.
“Quando ocorreram as primeiras ocorrências de incêndio, a gente visita as propriedades rurais por onde o fogo passou, conversa com o proprietário e também com os funcionários, dando orientações sobre a necessidade das ações preventivas do fogo”, explica.
A tenente também detalha que o trabalho de identificação de um incêndio criminoso é muito difícil e minucioso. “Esse monitoramento do Ministério Público e com ajuda de satélites. Eles nos dão as coordenadas e nossa equipe vai até lá, mas às vezes são locais de difícil acesso, de mata fechada. Teve situações que precisamos usar helicóptero para chegar. É um trabalho feito com muita cautela e atenção, para que as vistorias sejam convertidas em autuações”, ressalta.
Com atuação específica na proteção ambiental, além de fiscalização e responsabilização no caso de incêndio criminal, a PMA também contribuiu no resgate de famílias ribeirinhas que estavam em área próxima as chamas, de um grupo de turistas que por conta da fumaça se perdeu no Rio Paraguai durante atividade de pescaria e ainda de animais silvestres.
Durante o boletim, a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar), lamentou a morte do trabalhador Edson Genovês, de 32 anos, na última quarta-feira (14). Ele foi internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva), com 90% do corpo queimado quando tentou combater um incêndio na propriedade rural onde trabalhava na fronteira com a Bolívia.
“A gente se solidariza com a família do Edson pela perda. E lembro que duas semanas atrás a guarnição dos Bombeiros também se deparou com uma situação de risco, e os militares tiveram que pular dentro de um açude porque as chamas foram para cima deles. A atividade é extremamente perigosa”, disse.
Já Valesca Fernandes, responsável pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS) lembra que essa semana enfrentaremos condições climáticas preocupantes. Segundo o painel do sistema Lasa/UFRJ, que é o alerta de área queimada com monitoramento estimado por satélite da Universidade Federal do Rio de Janeiro, até quarta-feira (21) teremos condições de combate difíceis até com ajuda de aeronaves.
“Serão condições de combate difíceis, até com uso de aeronaves e alto risco de propagação. Pelo menos até quarta que vem, as temperaturas ficam altas e sem previsão de chuva, mas há previsão de entrada de frente fria a partir da próxima quinta feira”, detalhou.
Nesta quinta-feira, a Operação Pantanal completou 136 dias ativos. Atualmente, o Corpo de Bombeiros atua na contenção de dez focos de incêndios ativos nas regiões de Miranda, Serra do Amolar e nas proximidades de Paiaguás, Passo da Lontra, outros dois na divisa com o Mato Grosso, Forte Coimbra, Nabileque e nas proximidades da comunidade indígena Kadiwéu, além da região de Naviraí.
Os dados atualizados mostram que houve aumento de 3.831,1% nos focos de incêndios do ano passado para este, já que foram 270 focos de calor em 2023 e agora está em 5,5 mil. Atuam no combate às chamas: 607 bombeiros, 56 militares da Força Nacional e 273 brigadistas do Ibama. São 17 aeronaves, 67 veículos e investimento superior a R$ 50 milhões só do Governo do Estado.
Por Kamila Alcântara
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