Governo do Estado e Ministros discutem sobre ações para o Pantanal em Corumbá
Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) confirmou ao Jornal O Estado na tarde de ontem (16), que está organizando uma equipe para verificar a situação de seca no Rio da Prata. Desde 2019, o Rio, localizado no município de Jardim, é alvo de investigações por seca abrupta. A programação realizada pelo Instituto visa mapear os mais de 20 quilômetros de seca do Rio a fim de averiguar se o quadro é motivado pelo período de estiagem ou outros fatores. O estudo será realizado na próxima semana.
Suspeitando que a alteração pudesse vir de propriedades rurais, há 5 anos o Ministério Público abriu inquérito para investigar a situação do Rio. Para o gerente de Recursos Hídricos do Instituto, Leonardo Sampaio, é muito provável que o período de estiagem seja realmente o principal fator.
“Nós estamos fazendo uma programação para na semana que vem nós irmos ao rio realizar um estudo mais aprofundado. Mas a princípio é estiagem mesmo. Naquela região, é normal faltar água”, disse.
Pantanal em pauta
O governador do Estado, Eduardo Riedel se encontrou com ministros para discutir sobre ações de combate a incêndios no Pantanal. Realizada na sede do Corpo de Bombeiros de Corumbá, a coletiva reuniu a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o Ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, além da Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet.
Durante a coletiva, com um pouco mais de duas horas, foram discutidas as operações realizadas por brigadistas que, após 106 dias em ação com a Operação Pantanal, conseguiu controlar os focos de incêndios, tornando a crise climática na região sob controle, segundo afirmou o Coronel Rampazo, do CBBMS. Embora dados climáticos apontem que um período de intensa estiagem ainda está por vir, conforme alertou o secretário do Meio Ambiente, André Lima durante o encontro.
“Apesar da situação estar relativamente sob controle conforme foi apresentado aqui, nós temos para os próximos dias uma previsão para um clima mais quente e seco, o que pode tornar o nosso trabalho mais difícil”, reitera.
3940 focos de incêndios foram constatados até 14 de julho. 79% da área afetada foi no Mato Grosso do Sul e 21% em Mato Grosso. Corumbá foi o município mais afetado, com 2.674 focos de incêndio, seguido por Cáceres, com 446, Poconé, com 362, Porto Murtinho, com 218 e Aquidauana, com 158. De 1º de janeiro a 14 de julho, Corumbá concentrou 67,9% dos focos de calor. Segundo um levantamento realizado pelo Lasa, a área atingida pelos incêndios afetou de 587 mil hectares a 778 mil hectares do bioma.
Nas últimas semanas de julho, a Terra Indígena Kadiweu que teve 57.375 hectares queimados desde o início de julho, teve zero focos de incêndios. Assim como o parque Nacional de Mato Grosso, que queimou 12.723 (9,4%) hectares e na última semana de julho queimou 0,3%. André Lima elogia o trabalho de brigadistas e outras instituições por estabilizar a alta incidência de focos no bioma. “Nas últimas semanas, nós estamos com um trabalho muito forte para reverter a situação e temos conseguido”.
Já o ministro Waldez Goés parabeniza a ação transversal do presidente Luiz Inácio em prol da situação climática no Pantanal. “O governo do Brasil tem agido na primeira hora, tanto no monitoramento quanto informando a comunidade local sobre as alterações climáticas. No ano passado, nós tivemos mais de dois mil municípios que viveram em situação de emergência por falta ou excesso de água. Esse ano já chegamos a mais de 1600. Então, o Presidente Lula tem dado condições desde o primeiro momento, criando, por exemplo, a sala de situação”, disse.
Até 14 de julho, dos 55 incêndios constatados, 31 foram extintos e, dos 24 ativos, 22 foram controlados. Para Simone Tebet, o resultado positivo é efeito de um trabalho responsável por parte do governo federal, estadual e municipal.
“Nós não chegamos tarde, nós estamos nesse processo de combate ao fogo no Pantanal desde o ano passado. Quando eu, Marina (Silva) e o governador Eduardo Riedel nos encontramos em setembro de 2022 para elaborar um plano de prevenção ao incêndio no Pantanal. Ainda este ano, nós liberamos 100 milhões de reais a mais do orçamento para os biomas da Amazônia e Pantanal”, afirmou. “Não é falta de recurso, é realmente, infelizmente, efeito climático”, enfatiza.
Para Marina Silva, a importância de um planejamento para o enfrentamento de gestão do risco como um meio de prevenção ao desastre é o necessário.
“Vamos montar uma estratégia nacional para o enfrentamento de eventos climáticos extremos dos 1942 municípios que são vulneráveis à mundança do clima. No Pantanal, são 1321 pessoas fazendo combate ao fogo. São 832 profissionais do governo federal envolvidos. Esse trabalho, somado a mais de 400 profissionais do Mato Grosso do Sul, eu só tenho a dizer obrigado ao trabalho de vocês”, agradeceu Marina Silva.
Já o Governador Eduardo Riedel destaca a quantidade de recursos mobilizados para sanar a crise no bioma.
“Nós estamos falando de 200 milhões de reais, 150 governo federal. Não é um volume de recurso desprezível. Nós somos uma potência ambiental e isso tem valor na biodiversidade, na mitigação da emissão de carbono e na nossa cultura. O que nós estamos investindo aqui é na manutenção desses status. E é essa a mensagem que nós estamos passando para todo o Brasil e para o mundo”, conclui.
Por Ana Cavalcante
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