Alckmin diz que operação contra Bolsonaro não interfere em negociação com EUA sobre tarifas

Júlio César Silva/MDIC
Júlio César Silva/MDIC

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou na sexta-feira (18) que a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a imposição de medidas cautelares não devem impactar as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A declaração vem em meio às tentativas do governo brasileiro de reverter o aumento tarifário anunciado recentemente pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Alckmin ressaltou que não há vínculo entre questões jurídicas internas e as tratativas econômicas com o exterior. “Não pode e não deve [comprometer a negociação tarifária] porque a separação dos poderes é a base do Estado de Direito, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos”, declarou o vice-presidente a jornalistas. “Não há relação entre uma questão política ou jurídica e tarifa. Até é um precedente muito ruim essa relação entre política tarifária, que é regulatória, sobre questões de outro poder.”

Diante da possibilidade de que Trump não aceite o argumento brasileiro de independência do Judiciário, Alckmin reforçou que o Brasil seguirá apostando no diálogo e na diplomacia comercial.

“O caminho é o da negociação. Foi qualificado o trabalho que foi feito, mostrando que podemos sair de um perde para um ganha-ganha. Ampliar comércio, ampliar oportunidade, ampliar investimento. São os dois maiores mercados das Américas: Estados Unidos e Brasil”, afirmou.

Alckmin também fez um balanço positivo das reuniões realizadas ao longo da semana após a criação de um comitê interministerial, instituído pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar da questão tarifária com os EUA. Ele destacou que ouviu representantes de setores estratégicos, como mineração, agroindústria, energia e indústria de máquinas e equipamentos.

Para o vice-presidente, os encontros revelaram uma “união nacional em torno da soberania do país, que é inegociável” e a urgência de se reverter o aumento das tarifas, considerado prejudicial à economia brasileira.

O governo brasileiro tenta convencer a administração norte-americana a reconsiderar o aumento anunciado por Trump, que pode atingir exportações-chave do país. A estratégia oficial inclui argumentos técnicos, econômicos e geopolíticos, com o objetivo de preservar a parceria estratégica entre as duas maiores economias das Américas.

 

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