APHELEIA: Humanidades, trocas de saberes e sustentabilidade

Foto: divulgação
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Ontem, 20 de novembro, foi celebrado o “Dia mundial da Filosofia” instituído pela Unesco, que neste ano traz o tema: “Os valores da sociedade do futuro”. No Mato Grosso do Sul, há dois anos, se criou o “Fórum Estadual de Filosofia e Ciências Humanas”, FEFICH, com o intuito de (re) pensar o MS com o potencial e produção da economia do pensamento. Não há como desenvolver, progredir, mudar matrizes econômicas e ser sustentável se o aspecto humano não for o centro de todas as decisões e caminhos.

E nesse sentido, integrando o pensar, o agir e as trocas de saberes visando à sustentabilidade, respeito às identidades, integrando povos e respeitando as diversidades culturais acontece em Campo Grande-MS, entre os dias 26 e 28 de novembro o “II Seminário Internacional APHELEIA América do Sul”, com o tema:  “Patrimônio, Lugares e Sustentabilidade”. O Seminário reunirá representantes da Unesco, de Universidades Europeias e Latino-americanas, além de professores, alunos e a sociedade civil, em caráter inter e multidisciplinar. O local será na UFMS, com formato híbrido, palestras e apresentações de trabalhos/pesquisas. As inscrições são gratuitas.

A Rede Apheleia adota a “Declaração de Princípios sobre a Ciência da Sustentabilidade”, aprovada pela UNESCO, e propõe quatro vetores fundamentais para a gestão convergente e paisagens sustentáveis: educação continuada, reorganização da matriz sociocultural e das relações intergeracionais, envolvimento de diversos atores territoriais e uma estratégia de comunicação crítica. Trabalha sobre o contributo específico das “Humanidades” para a gestão territorial e a sustentabilidade, tendo desde o início a colaboração de pesquisadores do Brasil. É membro do “Conselho Internacional para a Filosofia e as Ciências Humanas”, e contribuiu de forma decisiva para a concepção e criação do novo programa da UNESCO, BRIDGES, sobre “Humanidades e Sustentabilidade”. A circulação de Seminários Internacionais é uma forma de organização da própria Rede para expandir as ações e ampliar as trocas de experiências.

Mato Grosso do Sul tem papel estratégico na integração da América do Sul. Seja através da Rota Bioceânica, dos eventos culturais internacionais, das fronteiras e produção de conhecimentos científicos diversos que resultam em estratégias de decisão para melhorar a vida das pessoas. Receber o Seminário Apheleia nos coloca em sintonia com pensamentos e experiências do mundo todo para que possamos avançar e também se firmar como protagonistas dessa Integração e deixarmos de sermos periféricos. Somente com a união de forças, de pensamentos e de ações é que podemos repensar e mudar realidades. A UFMS ganhou notoriedade na Rede Apheleia através da “Trilha Rupestre”, conquistando a agenda do evento para Campo Grande.

A Trilha Rupestre, programa de extensão da UFMS, promove a inovação social e o desenvolvimento através da identidade local e sustentabilidade. Os vestígios arqueológicos e geopaleontológicos da região (14 municípios do MS diretamente envolvidos) são os estimuladores para a geração de renda e fortalecimento da bioeconomia. Oito eixos dão a estruturação das ações e envolvimento da comunidade, sendo eles: alimentos, arqueológico, arquitetura, arte-cerâmico, botânico, geopaleontológico, químico-farmacêutico e turismo.
Teremos, durante o II Seminário, a oportunidade de ocupar o lugar que nos cabe na liderança para integração latino-americana, mostrando que a ciência só faz sentido se for compartilhada, integrada e voltada para transformar realidades e apontar caminhos para a sustentabilidade e a melhora de vida das comunidades, fazendo com que o mundo seja melhor para toda a humanidade.

Eduardo Romero é Doutor em Comunicação, Jornalista, Escritor, Bacharel em Direito, Gestor Cultural, Membro da Rede AMLAT e integrante do FEFICH.
E-mail: [email protected]

Este artigo é resultado da parceria entre o Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul e o FEFICH – Fórum Estadual de Filosofia e Ciências Humanas de MS.

 

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