MS: Nossa arte tem história’ irá homenagear Henrique Spengler

O artista Henrique Spengler (1958-2003), foi diretor de Cultura da Prefeitura Municipal de Coxim. Entre as décadas de 1980 e 1990 criou o Movimento Cultural Guaicuru, juntamente com artistas visuais e plásticos, jornalistas e músicos (Foto: Acervo Unidade Guaicuru) 
O artista Henrique Spengler (1958-2003), foi diretor de Cultura da Prefeitura Municipal de Coxim. Entre as décadas de 1980 e 1990 criou o Movimento Cultural Guaicuru, juntamente com artistas visuais e plásticos, jornalistas e músicos (Foto: Acervo Unidade Guaicuru) 

Evento será aberto ao público e terá debates acerca da história da arte de MS

Será realizado na próxima segunda-feira (29), na Estação Cultural Teatro do Mundo, a 2ª edição do “MS: nossa arte tem história”, com um ciclo de debates com os protagonistas dos principais movimentos culturais de Mato Grosso do Sul. O evento é uma iniciativa da Associação Cultural Sarau de Segunda. “Trata-se do segundo encontro de um ciclo de reflexões e debates sobre nossa cultura, através da história da nossa arte. No primeiro abordamos a história do teatro, com a abordagem sendo conduzida pela Cristina Matogrosso”, relembra o secretário da associação, Walber Noleto, ao jornal O Estado.

Conforme Walber, a referência para a segunda edição é o Movimento Cultural Guaicuru. “É o primeiro, e ao longo do tempo, um dos mais significativos movimentos culturais de Mato Grosso do Sul, liderado pelo inesquecível Henrique Spengler”.

Durante o evento, a história do movimento artístico será abordada a partir da fala centro do ativista cultural Paulo Carvalho, egresso do Movimento Guaicuru. “Esperamos presença de vários artistas de múltiplas áreas e que tiveram ativa participação no movimento que influenciou nossa arte em várias áreas e contribuiu muito para a formação da nossa identidade”, disse Walber.

O professor Paulo Paes, da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), estudioso do movimento, será o coordenador da dinâmica do evento. Segundo Paes, o Movimento Guaicuru faz parte do período Modernista, porém surge de forma tardia, onde uma de suas características é a apropriação de símbolos e iconografias dos povos originários do país.

Quem foi Henrique Spengler e o movimento

O artista Henrique Spengler (1958-2003), foi diretor de Cultura da Prefeitura Municipal de Coxim. Entre as décadas de 1980 e 1990 criou o Movimento Cultural Guaicuru, juntamente com artistas visuais e plásticos, jornalistas e músicos, com objetivo de valorizar a cidadania sul-mato-grossense e promover o resgate dos indígenas. Chegou a representar o Estado na Eco-92, conferência das Nações Unidas, e em 1996 encaminhou para a Assembleia Legislativa o pedido de substituição do termo ‘sul-mato-grossense’ para ‘guaicuru’.

Spengler se considerava um abstracionista nativista, e reproduziu em suas obras, as cores, composições, figuras geométricas e tradições visuais dos Kadiwéu, criando trabalhos com elementos formais e materiais contemporâneos, mas que não se desviavam dos grafismos originários.

O artista possui o “Memorial Henrique Spengler”, no campus de Coxim da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (CPCX-UFMS), responsável pela guarda e conservação de suas obras e objetos pessoais. Além do memorial existe um anexo, o Centro de Documentação Histórica da Região Norte do estado de Mato Grosso do Sul, construido pelo acervo bibliográfico que pertencera a Henrique.

Para manter o movimento vivo, a produtora cultural Caroline Garcia, juntamente com Paulo Duarte Paes, criaram o projeto “Unidade Guaicuru Viva”, um site (www.unidadeguaicuru.com.br) que reúne a história de Henrique, do movimento e uma exposição virtual de 21 artistas ligados ao movimento.

Além de Henrique, artistas como Adilson Adilson Schieffer, Cleir, Mary Slessor, Ilca Galvão, Miska Thomé, Isaac de Oliveira entre diversos outros também terão suas obras expostas e o site será um espaço em constante atualização.

Serviço

A 2ª edição do “MS: nossa arte tem história”, será realizada no dia 29 de abril, às 19h, na Estação Cultural Teatro do Mundo, na rua Barão de Melgaço, 177, Centro. A entrada é franca.

 

Por Carolina Rampi

 

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