Educação e Música andam juntas por aqui

Professor compartilha conhecimento de violão, cavaquinho e canto por meio de músicas populares brasileiras nas escolas (Foto: Régiss Azevedo/Arquivo pessoal)
Professor compartilha conhecimento de violão, cavaquinho e canto por meio de músicas populares brasileiras nas escolas (Foto: Régiss Azevedo/Arquivo pessoal)

    Projeto promove aprendizado musical para alunos nas escolas da Rede Estadual em Campo Grande

Desde os primeiros acordes de cavaquinho ensinados por seu pai, Régiss Azevedo, professor de música formado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Graduado em Artes Visuais e pós-graduado em Musicoterapia, descobriu sua paixão pela música. Esta lembrança especial não apenas despertou seu interesse pelo mundo sonoro, mas também nasceu a ideia de levar a música para dentro das escolas, para inspirar e educar a próxima geração de talentos musicais através da Música Popular Brasileira (MPB).

O projeto “Educação e Música andam juntas por aqui” já existia na Rede Estadual de Ensino (REME), mas foi implementado por Régiss com um potencial adicional. Enquanto outros projetos focavam apenas no violão, o músico quis ampliar para os estudos práticos do cavaquinho e canto com músicas da MPB em uma única aula.

Essa abordagem diferenciada tem sido altamente eficaz, com os alunos demonstrando progresso em cerca de dois meses. Para participar, as escolas precisam estar cadastradas no Núcleo de Arte e Cultura do Estado. Até o momento, Régiss já atendeu mais de 720 alunos que aprenderam cavaquinho e violão através do projeto.

Régiss compartilhou para a reportagem do Jornal O Estado, sua experiência com o projeto de músicas na escola. Além das aulas de violão, Régiss decidiu ensinar também cavaquinho e canto. Essa abordagem multifacetada cativou os alunos e em cerca de dois meses já demonstravam progresso significativo. O projeto já atendeu diversas escolas, sendo elas; E.E José Maria Hugo Rodrigues, E.E Maestro Frederico Liberman, E.E Professor Henrique Cyrilo Correa e E.E Maria Eliza Bocayuva Corrêa Da Costa.

“Durante a faculdade ampliei ainda mais meu conhecimento musical, especialmente em relação ao violão e à interação social. Foi quando surgiu a ideia de levar esse aprendizado para dentro das escolas, como uma forma de estimular os alunos. Assim como aprendi, decidi compartilhar esse conhecimento com eles. Meu método de ensino é diferenciado e altamente eficaz com resultados muito bons”, afirma o professor.

O músico comenta sobre a recepção dos alunos foi além das expectativas. Com seu entusiasmo contagiante e sua habilidade musical cativante, Régiss entrou nas salas de aula com cavaquinho e violão, cantando músicas populares brasileiras e convidando os alunos a aprenderem com ele. “Os alunos adoram! Funciona muito bem e, em cerca de dois meses, os alunos já demonstram progresso. O objetivo do projeto é justamente quebrar os estereótipos musicais, afastando-os de músicas com letras inadequadas e introduzi-los à Música Popular Brasileira, com artistas como Caetano Veloso, Jorge Vercillo, Djavan e etc. “

O projeto de música conta com apresentações realizadas ao longo do ano letivo. Esses espetáculos proporcionam aos alunos a oportunidade de mostrar o que aprenderam diante de um público maior. Régiss destaca que essa experiência é transformadora, não apenas do ponto de vista musical, mas também pessoal tanto para ele quanto para os dissentes.

“Quando os alunos sobem ao palco para cantar diante de um grande público, é uma experiência incrível. Em apenas três ou quatro meses, eles passam de iniciantes a se apresentarem em um palco importante, o que os deixa maravilhados”.

Alunos

O estudante de Ciências da Computação pela UFMS, Cae Duek da Silva, de 18 anos, foi aluno do projeto durante seu ensino médio na E. E. José Maria Hugo Rodrigues e relata que durante sua passagem pelo projeto, teve todas as experiências que um músico pode ou deveria ter. “Tive experiência de palco quando fui apresentar algumas músicas com os demais alunos do projeto, tive a oportunidade de conhecer mais pessoas que também cantam ou toca e pude me divertir com os encontros entre nós alunos. O professor Régiss sempre deu apoio e suporte para tudo. Sempre que tinha ensaio ele dava carona para quem precisasse. Ele sempre comprava lanche para nós e até mesmo os shows que eram dele, ele levava a gente para ter a experiência de palco necessária”.

A estudante Nicole Marques, de 16 anos, da E.E Maria Eliza Bocayuva Corrêa Da Costa também foi aluna do projeto de Régiss e conta sobre sua trajetória durante as aulas. “Minhas experiências com o projeto foram uma das melhores. Aprendi violão e ukulele. O professor Régiss incentivava bastante a gente durante as aulas, levava a gente até para tomar açaí depois. Percebi que tive muitos benefícios ao frequentar o projeto, pois agora consigo me expressar melhor e me comunicar de forma eficiente com as pessoas”, destaca a estudante.

Henrique dos Santos Lopes, ex-aluno da escola E.E Maestro Frederico Liebermann realta que, além do projeto ter melhorado sua comunicação, percebeu melhorias em sua saúde mental. “É um projeto maravilhoso. Aprendi a tocar cavaco em pouco tempo, e também me fez ter menos vergonha em público. O projeto me ajudou bastante com a ansiedade”, argumenta Henrique.

Planos futuros

Para Régiss, o projeto vai além da música. É uma oportunidade de ensinar valores importantes e impactar positivamente a vida dos alunos. Porém, o projeto possui desafios. “Eu faço tudo sozinho, então há algumas barreiras. Escrevi esse projeto de música popular brasileira nas escolas, mas, na verdade, ele não vai para todas as escolas. Só as cadastradas no Núcleo de Arte. E quando escrevi esse projeto, pensei justamente em lecionar música para a comunidade, já que não consegui incentivo e não tinha como bancar tudo. Então entrei neste projeto que já existia no Estado, sendo para ensinar violão, e adaptei ao meu jeito”.

Olhando para o futuro, Régiss planeja expandir o projeto para outras regiões e continuar promovendo a cultura e a educação musical. Os planos do músico, é de construir uma sede do projeto chamada Escola de Música Popular Brasileira do Professor Régiss futuramente. Ele acredita que a música tem um poder transformador e está determinado a compartilhar seus ensinamentos com o maior número possível de pessoas.

“A gente está indo muito bem com os shows que faço para arrecadar dinheiro e poder arrumar a primeira sede em uma região. Depois, quero expandir para as sete regiões da cidade para que todos possam aprender. A música desperta o seu lado direito do cérebro. Então, por que não aprender de uma forma interessante?”, finaliza.

Serviço

Alunos de todas as idades podem participar do projeto e não é preciso ter instrumento. A próxima apresentação do projeto, será no dia 9 de julho na Choperia do Lugui, localizado na Av. Zahran, 1337, a partir das 14h. Os ingressos custam R$ 50 e podem ser adquiridos através do contato pelo WhatsApp pelo número (67) 992548894. O dinheiro arrecado com a venda dos ingressos, será convertida no investimento do projeto e também para a construção da Escola de Música Popular Brasileira do professor Régiss.

Por Amanda Ferreira

 

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