Kuumba: Mostra do Coletivo Enegrecer valoriza cultura afro

Enaltecendo a cultura Afro, a Mostra Kuumba tem abertura no dia 29 de agosto, às 19h30, no Espaço Jorapimo, que fica no saguão do Memorial da Cultura e Cidadania, trazendo pinturas, gravuras, instalações, assemblagens e lambe-lambes, realizados por artistas do Coletivo Enegrecer: Auriellen Leonel, Danillo Carvalho, Erika Pedraza, Gabriela Dias, Giu Beto, Leonardo Mareco, Loren, Rafael Dantas, Roberto Passos, Ubiratan Junior e Yasmin Alexandra.

“Na mostra KUUMBA, temos obras do coletivo enegrecer, ou seja, artistas negros que contribuem com suas artes para a nossa cultura. Na maioria das vezes muitas pessoas quando pensam em artistas negros normalmente associam as outras linguagens culturais, como a música, dança, etc”, explica a responsável, gestora de Artes e Cultura da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Marilena Grolli.

O Coletivo Enegrecer nasce a fim de mostrar que em Campo Grande existem artistas negros e eles estão se aquilombando, produzindo, ocupando os espaços e resistindo. A abertura da mostra terá a participação especial da Cia. de Artes Rob Drown, que traz à cena o corpo, a voz, o movimento, a força da cultura brasileira. Danças, toques, cantos e tradições, verdades de grupos tradicionais vivenciadas e transformadas pelo Batuque de Tayós na busca de levar ao público uma experiência única explorando sua própria identidade por meio das danças brasileiras.

Um dos princípios da Kwanzaa – celebração pan- -africana que festeja os “primeiros frutos da colheita” (baseando-se nos festivais de colheitas realizados no fim do ano pelos povos africanos do Kemet, no Egito antigo, assim como os povos Ashanti, Yorubá) – Kuumba vem significando criatividade e consiste em usar de inovações e ideias para criar uma comunidade mais bonita em seus diversos sentidos.

Grupo de artistas, o Coletivo Enegrecer busca também provocar questionamentos e reflexões de assuntos que vão desde o cotidiano, no contexto atual, aos espaços que nossos corpos ocupam, de forma criativa, inovadora, crítica e afirmativa. “Temos gigantes nas artes visuais poucas vezes citados, ou lembrados como deveriam, mas que construíram nossa identidade cultural; cito um artista que representava em suas pinturas seu meio com perfeição e forte expressividade: Estevão Silva (1845-1891). Foi o primeiro pintor negro a se formar na Academia Imperial de Belas- -Artes e pode ser considerado um dos melhores pintores de natureza morta do século 19”, destaca Grolli.

Obras ricas em cores, traços, ideias e experiências pessoais, fundamentalmente afirmando a necessidade da união, no fortalecimento que o artista deve ter com o outro da mesma etnia são parte de mais uma das exposições temporárias no Espaço Jorapimo, que tem realização do Núcleo de Artes Visuais da Difusão Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

O projeto é destinado aos artistas que ao longo do tempo legitimaram suas práticas nas categorias de pintura, desenho, grafitti, gravura, escultura, objeto, colagem, instalação, arte digital, videoarte, web-arte, body-art e performance.

“Cabe aos gestores culturais mostrar que as artes plásticas também devem ser visibilizadas por suas vertentes culturais com fortes influências de seu meio, suas raízes africanas e também ser usada como forma de manifesto e expressão, mostrando a contribuição cultural negra às artes plásticas”, finaliza Grolli.

Aberta à visitação, a mostra fica até dia 31 de outubro de 2019, de segunda a sexta, das 7h30 às 17h30. As visitas monitoradas, rodas de conversa ou ações socioeducativas no Espaço Jorapimo devem ser agendadas com antecedência de no mínimo uma semana, diretamente no Núcleo de Artes Visuais da Difusão Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, ou pelo WhatsApp (67) 99200-3730. (Leo Ribeiro com assessoria)

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