A atriz global Leona Cavalli está na Capital para a gravação do filme ‘Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas’. No elenco estão, além de Cavalli, Filipi Silveira, Gleycielli Nonato Guató, a três-lagoense Dandara Queiroz, que está na TV Globo, “No Rancho Fundo”, Cat Dantas, e uma atriz da novela “O Rei do Gado”, Iara Jamra. “Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas”, retrata os desafios enfrentados por uma família atípica — neste caso, a depressão da mãe Layla e as dificuldades do pai Jorge e da criança Ida em manterem a família unida.
Sinopse
Devido a sua depressão, Layla abandonou a família por 9 meses e, quando retorna, não é imediatamente aceita pela filha Ida, que está no espectro autista, e não entende o motivo da partida da mãe. A adolescente Ida desenvolve uma rejeição à cor vermelha, que associa à ausência da figura materna, e essa ausência acaba interferindo até em sua rotina alimentar: Ida se nega a comer qualquer coisa que seja vermelha, o que pode trazer graves consequências a sua nutrição. Acompanhamos a reintegração da mãe Layla à família e sua luta para vencer a depressão e aprender a lidar com o transtorno do espectro autista da filha. Com a ajuda do pai, Jorge, Ida acaba por ensinar uma grande lição à mãe. Layla, por fim, dá a maior prova do amor materno.
Leona Cavalli concedeu entrevista exclusiva ao jornal O Estado e falou sobre a vinda a Campo Grande e relatou um pouco da história de sua personagem filme. “Recebi o convite do diretor Aaron Torres em meio a uma série de compromissos no Rio de Janeiro, mas pausei todos para vir; pois adorei o roteiro, por ser um filme diferente, que aborda temas importantes, como a depressão e o autismo. Já tinha feito uma viagem de barco pelo Pantanal, mas é a primeira vez que venho a Campo Grande, e a Três Lagoas, que é uma cidade linda; estou sendo muito bem recebida aqui no Mato Grosso do Sul.”
“Minha personagem é Layla, uma mulher que sofre de depressão profunda, alternada com extremos de euforia e compulsão por compras. No decorrer do filme ela passa por uma transformação e consegue se aproximar da filha, que tem espectro autista, com uma relação de maior empatia e afeto. Como muitos, sua grande questão é dar e receber amor de uma pessoa diferente do que considera o seu “padrão de normalidade”, no caso, sua própria filha. É uma personagem de várias camadas emocionais, que possibilita ir do drama ao humor, o que gosto muito”, apontou a atriz.
A atriz já visitou o Aquário do Pantanal e questionada se já experimentou as delícias da Feira Central, ela foi enfática. “Eu ainda não fui na feira provar a gastronomia local, mas quero ir!”
A atriz Cat Dantas vive Ida, filha de Layla que tem spectro autista. Ela falou sobre a responsabilidade de interpretar uma pessoa com esse transtorno e apontou também como se preparou. ” Tenho muitos amigos no espectro autista, e esses relacionamentos me ajudaram a entender a diversidade dentro do espectro. O que eu faço é absorver todas essas informações e referências, misturando com uma preparação cuidadosa. Assistir a séries e buscar referências é crucial para não tornar a personagem um estereótipo. Por exemplo, eu gosto muito da série “The Good Doctor”, que tem sido bem recebida e serve como um bom exemplo de como se pode retratar o espectro autista de forma realista e respeitosa.” ressaltou a atriz.
O diretor, ator e produtor também falou sobre seu papel no filme. “Para mim está sendo uma grande experiência vivenciar este personagem em um filme com temas tão potentes – no meu caso ser este pai que é um pilar dedicado a esta família com seus dramas internos e desafios – falar de autismo desta forma delicada que o diretor Aaron construiu está sendo um desafio para mim como ator porque como sempre não existe personagem fácil porque temos que criar esta relação na preparação de elenco com esta tríade formada pelos nossos personagens. Fica também a experiência da positiva da geração de empregos e formação de profissionais na esfera audiovisual em Mato Grosso do Sul, eu que também sou produtor posso convidar alguns dos profissionais no futuro.”
O Três-lagoense Lucas Spirandeli falou sobre a interação que tem com o cachorro Guri, que na verdade é uma fêmea chamada Iracema. “Tem sido incrível trabalhar com ele, pois a dinâmica entre o meu personagem, que é o treinador de cães, e o guri é muito especial. O cão e o treinador se tornam quase uma coisa só, e isso é fundamental para o desenvolvimento da história. O guri é essencial para a transformação da protagonista, a Ida, e acaba se tornando uma parte importante da vida dela. Essa relação é um ponto crucial na trama, trazendo um grande impacto e mudança na maneira como ela lida com o autismo.”
Sobre Aaron Salles
A direção do filme “Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas”, é do Três-lagoense Aaron Salles Torres. O curta-metragem é uma iniciativa da Georgois Filmes LTDA, produtora audiovisual fundada em Três Lagoas em 2008 e que há alguns anos se expandiu com um braço editorial (a Georgois Livros, com títulos como “Inferno & Danação”, “O Brilho da Baliza” e “Todos os Sonhos do Mundo”, que possui distribuição nas principais redes de livrarias do país). Aaron Salles Torres possui no currículo projetos como o longa-metragem “Quando o Galo Cantar Pela Terceira Vez Renegarás Tua Mãe” (Georgois Filmes), o sitcom “Vai que Cola” (Multishow) e a série “Noturnos” (Canal Brasil).
O diretor Aaron Salles Torres explicou que a gravação do filme é a retomada de um dos projetos que foram paralisados na gestão federal passada. Durante esse tempo sem gravar os filmes ele se dedicou a escrever livros. “Como a gente não tinha um ambiente propício para o cinema e as artes, eu foquei na literatura. Eu escrevo roteiro e escrever um livro é totalmente diferente. O livro é prosa e poesia, já o roteiro você escreve pensando em filmar. Agora nós temos a possibilidade de filmar, pois o cenário está bastante positivo.”
Fomento à economia
Salles pontuou também como o cinema gera renda e emprega pessoas. “Eu acredito que cinema não é apenas cultura. Tem um efeito imediato e bem positivo no turismo, no setor de serviços e na economia como um todo, pois geramos empregos diretos e indiretos. As pessoas quando assistem a um filme querem conhecer os locais onde os filmes foram rodados. O que é importante agora é gerar essa movimentação na indústria audiovisual de Mato Grosso do Sul não pode ser algo que começa e para num festival. Essas pessoas quando acaba de rodar um filme, necessitam ter trabalho em uma nova produção. Isso permite que as pessoas se especializem.”
“Nós estamos trazendo profissionais altamente especializados do eixo Rio-São Paulo de Pernambuco e do Rio Grande do Sul para o Mato Grosso do Sul para justamente profissionalizar as pessoas. A ideia é justamente fazer cinema de uma forma contínua. Nós estamos empregando aproximadamente 50 pessoas no emprego direto e 100 pessoas com emprego indireto. Isso mostra como um curta-metragem impulsiona a economia.”, finalizou o diretor.
Por Marcelo Rezende e Amanda Ferreira
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