Estilistas apostam em conforto e inspiração regional para a folia 24

Fotos: Nair Gavilan
Fotos: Nair Gavilan

O Carnaval de rua da Capital iniciou sábado (3), com os blocos “As Depravadas” e “Calcinha Molhada”. Com programação para todos os fins de semana até o dia 17, mais de dez blocos ainda animarão as ruas de Campo Grande. Marchinhas, purpurinas e alegria são itens indispensáveis neste momento, mas outro elemento de grande destaque durante o período carnavalesco são os looks dos foliões. Espelhado, metálico, transparente ou holográfico, estilistas sul-mato-grossenses estão a todo vapor, criando coleções únicas e autorais para que os foliões arrasem no Carnaval de 2024.

Estilosos e criativos, o público do carnaval espalha um mix de cores pelas ruas. A imaginação não tem limites durante a festa. Cropped, meia-calça –do prateado ao preto, do translúcido à estampa de animal, sensuais ou descontraídos– os estilistas investem na originalidade, desenvolvendo produções únicas e sustentáveis para 2024. Para a produtora de moda Karla Velasco, a moda desempenha um papel de suma importância no carnaval. “Desde a concepção dos abadás dos bloquinhos, passando pela customização, criação de novas tendências e chegando ao figurino das escolas de samba, tudo é moda!”, afirmou a produtora.

Karla é conhecida por coordenar a área de moda dos festivais em Mato Grosso do Sul desde 2022 e participou do Brasil Eco Fashion Week em 2023. Moda e carnaval, para a produtora, são narrativas que abordam afetividades, brilhos, cores e fantasias. “Moda e Carnaval celebram juntos cultura, arte, história e identidade. É através da moda que toda a narrativa da maior festa brasileira se faz”, acrescentou Karla.

Sobre a produção autoral em Mato Grosso do Sul, customizações de abadás e coleções, os estilistas do Estado investem em looks metalizados e sustentáveis, além das queridinhas hotpants, conforme compartilha a produtora.

“O foco agora é sustentabilidade. O upcycling (reutilização criativa) está presente, transformando peças antigas em novas e dando a cara do carnaval de rua do Estado. A produção é slow fashion (alternativa sustentável à moda). Valoriza o processo de produção, a mão de obra utilizada, a matéria-prima escolhida para a confecção dos produtos, sua durabilidade e o baixo potencial de impacto ambiental. Isso também garante peças exclusivas”, explicou a produtora.

Estilo com conforto 

Para o estilista e editor de moda campo- -grandense Luis Carlos Gugliatto, responsável pela marca Why Not by Gugliatto, o diferencial de seu trabalho, além do estilo único, é a produção sustentável. Uma característica indispensável para um carnaval mais consciente. “O reuso de matéria-prima, ou seja, comprar retalhos e resíduo têxtil que provavelmente seriam descartados, são contribuições importantes para uma moda mais consciente”, afirmou Carlos.

Estilista há mais de 30 anos, para o carnaval de 2024, Gugliatto aposta em retalhos laminados, malhas de brilho e shortinhos para meninos. “O Carnaval tem que ser colorido, porém, não podemos esquecer do conforto. Meus looks foram pensados para o nosso clima!”, pontuou.

MS vira estética 

A designer de moda, especialista em comunicação e produção Nair Gavilan, destaca que a economia de Campo Grande gira em torno das festas nos meses de janeiro e fevereiro. “A moda agrega em tudo, seja abadá para os foliões, seja os estandartes para os blocos, sejam fantasias para os foliões também”, explicou.

Designer autoral há mais de 14 anos no ateliê Nair Gavilan, o espaço, acolhedor e intimista, reflete o trabalho da designer. “Eu tenho uma marca de moda praia e todas as peças que eu crio no ateliê são a partir de sobras de resíduos têxteis, com retalhos”, descreveu. Com a proposta de uma moda mais consciente, o ateliê cria peças sustentáveis por meio da produção artesanal de roupas femininas.

“Procuro trabalhar com formas sustentáveis de produção para poluir menos e agregar à peça uma forma única e exclusiva na hora da venda. O cliente não encontra peças iguais no meu trabalho”, disse Gavilan.

Desde a abertura do espaço, o ateliê já produziu três importantes coleções, todas elaboradas no formato slow fashion.”Meu diferencial sempre foi buscar elementos do meu Estado e incorporá-los nas coleções, seja nas cores, nos animais da fauna, ou nos temas que precisam ser debatidos com a sociedade. Procuro trazer isso para o meu trabalho sempre, além de exaltar a exuberância do Estado em si”.

Os interessados nos trabalhos dos estilistas, podem acessar o @whynotbygugliatto e @r.oupavel. Para conferir a programação dos blocos de rua @prefcg tem a agenda completa. Os perfis podem ser encontrados no Instagram.

Por Ana Cavalcante.

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