A Colônia Paraguaia de Campo Grande comemora hoje (8), o Dia de Nossa Senhora de Caacupé, a padroeira do Paraguai, com a celebração de uma missa, às 19h30, após a realização de uma novena. Em guarani, a palavra Caacupé significa “detrás dos montes”, além de ser o nome de uma cidade na Cordilheira dos Altos, no Paraguai, que é considerada a Capital Espiritual da República, já que o município abriga a Basílica da Virgem de Caacupé.
Conforme o diretor-presidente da Associação Colônia Paraguaia, Silvio Cantero, a festividade celebra a santa e, ainda, a gratidão a ela. “Nossa tradicional celebração em agradecimento aos pedidos e promessas alcançados, é devoção religiosa de origem católica. Na nossa história, um guarani, devoto de Nossa Senhora, mãe de Jesus Cristo, fugia de seus agressores, pediu ajuda e foi salvo pela santa.”
Silvio ainda conta que, naquele momento de angústia, o devoto suplicou pela ajuda da Virgem de Caacupé, e prometeu esculpir uma imagem da santa, caso conseguisse escapar com vida de seus perseguidores. Uma vez livre, ele esculpiu a imagem tal qual prometido.
Oficinas
Além da festividade religiosa, a Associação oferece atividades e eventos variados e, entre eles, destacam-se os cursos variados, de guarani, danças folclóricas, violão, e harpa, que voltam a partir do ano que vem.
Silvio explica que trata-se de projetos da ACP-MS. “A oficina de ensino da língua guarani é a que será proporcionada à população de Campo Grande, para aprimorar e aproximar nossos amigos e patrícios. Será oferecido também curso de violão popular e dança típica regional paraguaia e harpa, todos gratuitos”.
Colônia Paraguaia
Fundada em 14 de janeiro de 1973, com sede na Vila Pioneiros, a antiga Casa Paraguaia de Campo Grande, hoje Associação Colônia Paraguaia tem o objetivo de promover a cultura, o acolhimento aos patrícios, promover a amizade fronteiriça, proporcionar os momentos sociais de festa, música nativa e popular, promovendo, com caráter recreativo educacional, a cultura, a culinária, o idioma e nacionalidade originária do povo Paraguaio.
Com atributos de promover o estreitamento e bom relacionamento entre os associados e amigos da Colônia Paraguaia, além do intercâmbio lítero cultural, transformando os laços das nações em laços de amizade, a fim de receber os migrantes patrícios para promoverem a amizade, companheirismo e fraternidade, características de nosso povo latino.
Em Dourados
A Colônia Paraguaia de Dourados também terá festividades, com missa na Praça Paraguaia, que será realizada hoje, às 9h. Ontem (7), após o final do tríduo, que teve início na última segunda-feira (5), houve a Noite Cultural com serenata à Virgem de Caacupé e várias outras atrações.
História da Virgem de Caacupé
Segundo conta a história, no fim do século XVI um índio convertido ao Cristianismo, escultor de profissão e devoto de “Tupãsy Ka’akupe” (Nossa Senhora de Caacupé), subiu ao monte e se encontrou com selvagens Mbayaes dos quais conseguiu escapar, ocultando-se atrás de um pé de erva mate, muito comum na região.
Nos angustiantes momentos que passou em seu esconderijo, pediu à Virgem para sair vivo daquela situação. Livre daquele risco, esculpiu uma imagem com o mesmo tronco que o protegeu, tal como prometeu à Virgem.
No ano de 1603 o lago Tapaicuá transbordou e alagou todo o vale do Pirayú, destruindo tudo o que estava em seu caminho, inclusive, a imagem da Virgem. Entretanto com o recuo das águas, a imagem que o índio tinha esculpido milagrosamente apareceu e, assim, os habitantes começaram a difundir sua devoção e a invocá-la com o nome de “Virgem dos Milagres”. Um devoto vizinho, chamado José, carpinteiro de ofício, construiu-lhe uma modesta e pequena capela, onde iniciou o culto à Virgem de Caacupé.
A imagem da santa é pequena, de pouco mais de cinquenta centímetros. Seus pés descansam sobre uma pequena esfera, rodeada de uma bandagem branca de seda.
Nos dias atuais, Nossa Senhora de Caacupé é considerada a Padroeira do Paraguai, e é também conhecida como “A Virgem Azul do Paraguai”, com celebração em 8 de dezembro, quando milhares de peregrinos do país inteiro vão ao Santuário de Caacupé para venerá-la, demonstrar seu amor e gratidão por suas graças e proteção. Algumas pessoas trazem também seus animais para serem abençoados pela padroeira do país.
Por Méri Oliveira – Jornal O Estado de MS.
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