“Bota, fivela e chapéu Karandá”: o sucesso de Ana Castela

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

De Sete Quedas, cantora se apresenta hoje na Expogrande. ‘É sempre muito especial voltar para o estado que eu nasci e me criei’, afirma em entrevista ao Jornal O Estado

 

Se prepara! Chegou a vez da Boiadeira voltar para a ‘terrinha’, com apresentação na 84ª edição da Expogrande de 2024, nesta sexta-feira (12). Com apenas 20 anos e uma voz com um tom sertanejo marcante, a jovem, que é natural de Amambai, mas que se considera de Sete Quedas, a 470 quilômetros de Campo Grande, conquistou as rádios em 2021, com a música Boiadeira e agora, está longe de parar, sendo uma das cantoras mais ouvidas do país.

Em entrevista exclusiva para o jornal O Estado, a cantora contou suas expectativas para o show e como é estar de volta para Mato Grosso do Sul, confira:

O Estado: Ana, como é para você retornar a Mato Grosso do Sul, sua terra natal, para se apresentar na Expogrande em Campo Grande?

Ana Castela: É sempre muito especial voltar para o estado que eu nasci e me criei. Estou ansiosa para cantar para todos vocês, será uma noite inesquecível, tenho certeza.

O Estado: Qual é a sua expectativa para esse show na Expogrande, considerando a conexão especial que você tem com a região e o público local?

Ana Castela: Minha expectativa está altíssima, estou preparando um show muito especial e espero que o público possa gostar e cantar junto.

O Estado: Como você descreveria a sua jornada artística desde os seus primeiros passos na música até agora, chegando a este ponto de se apresentar em um evento tão importante como a Expogrande?

Ana Castela: Olha, é muito doido olhar para tudo isso, sabia? Mas também é muito especial ver todas as conquistas em tão pouco tempo. Só posso agradecer a Deus por todas as oportunidades e conquistas até aqui, sou muito feliz com tudo isso.

O Estado: Podemos esperar alguma surpresa ou novidade em sua performance na Expogrande? Se sim, poderia nos dar alguma pista?

Ana Castela: Estou com um show novo desde o final do ano passado, novas músicas, danças, o ballet está diferente, tenho certeza que todos irão aproveitar.

O Estado: Considerando o cenário musical atual, o que você acha que diferencia a música sul-mato-grossense e como isso se reflete em sua própria música?

Ana Castela: O Brasil é muito diverso em relação às músicas, culturas e tudo isso contribui para a gente poder usar diversas referências em composições, melodia, fico muito feliz por ter tantas inspirações.

O Estado: Qual é a mensagem que você gostaria de transmitir para seus fãs e para o público que estará presente na Expogrande durante o seu show?

Ana Castela: Se preparem, pois teremos uma noite inesquecível, levarei um show lindo, cheio de música boa e muita diversão. Vai ser pipoco!

Começo na fazenda

Foto: Divulgação

Nascida em 2003, em Amambai, e criada em Sete Quedas, município que faz fronteira com o Paraguai, Ana Flávia Castela começou a cantar com 15 anos, em um coral da igreja em que frequentava, juntamente com as amigas, chamado ‘Coração de Maria’. Tímida, cantava apenas por diversão, sem nenhuma inspiração para se tornar artista.

Logo no início da pandemia, a jovem começou a postar vídeos de covers no YouTube, e foi com o cover de “Vaqueiro Apaixonado”, do cantor Loubet, que fez Ana Flávia ser notada no mundo da música. Após isso, ela foi chamada para gravar a música ‘Boiadeira’, ainda de aparelho ortodôntico e sem grandes produções. Mas, foi com o hit ‘Pipoco’, em parceria com a funkeira Melody que fez a jovem estourar na música, principalmente nas redes sociais, onde a música acumula mais de 200 milhões de visualizações.

A partir dai, o caminho foi cada vez mais para o topo. Ana Castela cantou ao lado dos ídolos Chitãozinho e Xororó o tema de abertura da novela “Terra e Paixão”, o clássico sertanejo ‘Sinônimos’. Em 2023, a artista foi a mais ouvida do país e teve quatro músicas no top 10 das mais ouvidas do Spotify.

Na última segunda-feira (8), Ana gravou o DVD ‘Herança Boiadeira’, em Londrina, no interior do Paraná. O projeto da cantora é um tributo as raízes sertanejas, e conta com a participação de nomes que fizeram história no sertanejo, como Pela Paraguaya (dona do hit ‘Galopeira’), Jayne, Paula Fernandes, Trio Parada Dura, GIno & Geno, Rio Negro & Solimões, Eduardo Costa, Matogrosso e Mathias, Léo & Raphael (artistas da mesma empresa) e Luan Santana.

Sucesso entre as crianças

Mesmo com algumas letras mais ‘adultas’, a vida do agro, cantada por Ana, chama a atenção também das crianças, que marcam presença no fã-clube da cantora. A empresária Karla Mayra Salles, de 37 anos, mãe da pequena Alice Salles Lopes, de 9 anos, precisou levar a menina para Cuiabá para acompanhar um show da Boiadeira.“Chorou o show inteiro, a cada música e entrada era um choro, foi muita emoção!”, relembrou em entrevista ao jornal O Estado.

Alice Salles Lopes – Foto: Arquivo pessoal

Outra que também é fã da Boiadeira é Sophia, de apenas 7 anos. Segundo a mãe, Izadora Reis, a admiração começou cedo. “”Começou com uns três anos, quando a gente escutava música pelo YouTube. Ela via os vídeos e se identificou muito, pela forma de se vestir, já que ela sempre gostou muito do movimento do agro, roupas, cavalos, fazenda. Dai então, ela se apaixonou”, contou ao jornal O Estado.

Sophia é tão fã, que no seu aniversário de 5 anos a festinha ganhou um tema especial, tudo voltado para o agro e para Ana Castela. “Eu tentei comprar um tema que chegasse o mais próximo da Ana Castela, que é um tema mais country, mais do agro, e fui montando o aniversário. Ela amou, foi maravilhoso e vai ficar na memória dela”, disse a mãe.

Sophia – Foto: Arquivo pessoal

Amizades

A jovem Bianca Viana é uma das amigas da cantora, do período em que ela morava em Sete Quedas. “Conheço ela desde 2018, quando me transferi para a escola em que ela estudava, em Sete Quedas. Nesse mesmo ano, já nos aproximamos, e viramos ótimas amigas, vivendo a adolescência juntas”, relembrou. “Desde essa época, a gente ouvia a Ana cantar, gostávamos de nos reunir na casa uma da outra para ouvir música e ficar dançando”, completa.

Para Bianca, a carreira na música estava no destino de Ana. “A ascensão foi tão rápida e foi difícil de assimilar, até mesmo porque vendo a Ana Castela nas redes sociais e programas de Tv ainda é ver a Ana Flávia, a essência nunca mudou. A pessoa que ela é e o coração ainda são os mesmos”.

Atualmente morando em Dourados, a jovem ainda contou que a rotina dificulta a comunicação diária, mas as amigas ainda se encontram algumas vezes no ano. Um dos momentos que Bianca recordou para a reportagem, foi o aniversário de Ana. “Ela sempre valoriza muito as amizades que faz, foi muito marcante que nesta festa ela tirou o foco dela para que cantassem parabéns para mim também, já que fazemos aniversário próxima uma da outra, ela dia 16 e eu 18”.

No início de sua carreira, em 2021, ainda sendo Ana Flavia, a cantora se apresentou nas 3 escolas da cidade de Sete Quedas. Em outubro de 2022, a garota fez uma apresentação na Escola Estadual 13 de maio para os estudantes ali matriculados. A cantora foi recepcionada pela garotada de forma fervorosa, que já acompanhavam os trabalhos iniciais de Ana.

Ordenil Ferreira, auxiliar administrativo da escola, relembra a passagem da artista na escola a qual ainda trabalha atualmente. “Ela foi bem receptiva com o pessoal, tirou fotos e cantou algumas músicas. Muito novinha, ela ainda era tímida em cantar para tanta gente. Ela não chegou a estudar no 13, mas sua mãe, Michelle, sim. Como é uma cidade pequena, todo mundo conhecia a família dela, então todos apoiaram logo de início.”

Ordenil finaliza destacando que ficou surpreso com o sucesso de Ana. “Não é comum para gente do interior, acompanhar todo esse sucesso. Ela virou um fenômeno e não esperava por isso, ainda mais ela sendo tão tímida”.

Serviço: A Expogrande é realizada no Parque de Exposições Laucídio Coelho, na rua Américo Carlos da Costa, 320, Vila Carvalho. Ingressos podem ser adquiridos por meio do site Balada App.

 

Por Carolina Rampi e Amanda Ferreira

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.

 

Leia mais:

Da história para o teatro, “Memória MS” resgata personalidades do Estado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *