A cantora sul-mato-grossense também foi apadrinhada pelo músico Jerry Espíndola
A cantora Isabela Souza de Paula, conhecida como “Bela Rio”, é natural de Rio Verde de Mato Grosso, município a 229 quilômetros de Campo Grande. O interesse pela música teve início por meio do pai, que tinha um violão em casa e, às vezes, arranhava. Agora, a menina já está imersa no mundo da música, começa a se destacar na cena local “apadrinhada” por nomes como Jerry Espíndola, e acaba de lançar mais uma música, que vem caindo no gosto do público campo-grandense.
Até os 14 anos, Bela morava em uma chácara, aos 18 veio para a Capital, onde ficou por um ano, mas a música começou a atrair a atenção da moça bem antes disso. “Meu interesse pela música acho que começou com meu, pai que tinha um violão em casa e às vezes arranhava, e tinha aqueles livros de cifra que comprava em banquinha… Sempre olhava aquelas cifras e meu pai tocando, achava lindo! Mesmo ele sendo péssimo”, afirma, aos risos. Outra memória relacionada à música que Bela tem é do avô: “Meu finado avô também costumava tocar, e eu tenho a imagem dele tocando violão para mim à noite, no escuro, somente com a luz da sala que saía pela porta”.
Aos 16 anos, Bela decidiu aprender a tocar, porque gostava de cantar. “Nessa época comecei com sertanejo, tendo referências femininas de Marilia Mendonça e Maiara e Maraisa, por conta da potência vocal, e condizia com meu estilo da época. Logo mudei para Campo Grande, e um ano foi o suficiente para me conhecer, e conhecer um pouco do que é o mundo fora do ninho, apanhei muito e aprendi a voar! Logo conheci o Jerry [Espíndola], onde iniciei minha transição para o pop MPB, e onde escrevemos nosso primeiro som ‘Live das Estrelas’, que será lançado ainda em 2022 e foi o primeiro passo de um projeto que iria longe! E foi onde me encontrei”, relembra.
Bela conta que, quando foi estudar Medicina Veterinária em Lages (SC), Jerry conversou com o produtor Tadeu Patolla – que foi quem descobriu e produziu a banda Charlie Brown Jr. –, para mostrar o trabalho autoral que já tinha com a cantora, e ele gostou, o que fez com que já fechassem contrato. “O selo conta, além do Tadeu Patolla, com Paulo Vaz, que é produtor e tecladista da banda Supercombo, e Carlos Alberto, que é médico e músico. Fechamos o contrato com o selo Phant Music, e demos início aos trabalhos. Gravamos cinco músicas autorais e cinco covers de grandes músicos, projetos para serem lançados até dezembro em todas as plataformas digitais”, adianta a cantora.
Nova fase
O início da nova fase foi um turbilhão para a jovem, que aos poucos foi entendendo que começava a viver um sonho. “No início foi tudo bem louco, sempre acreditei no meu potencial, mas quando me peguei voando de avião a primeira vez a trabalho da música, foi uma emoção muito grande imaginar que pessoas gostam e apostam em mim, na mensagem que minha voz e minhas canções podem levar para as pessoas!” Mesmo assim, Bela tem os pés no chão e entende que, mesmo vivendo um sonho, precisa ficar bem acordada. “Ser artista no Brasil é um desafio! Hoje tento conciliar uma paixão com a outra, mas quando se nasce artista, mais dificil que ser um, é não poder ser. Me sinto bem com o que sou, tento ser sempre mente aberta com o novo, ignorância é o que nos deixa velhos! Quero envelhecer moça como Rita Lee, amo minhas tatuagens meus piercings, gosto de chamar atenção sendo uma boa leonina”, diz a jovem, aos risos.
Letras e influência
As músicas de Bela Rio não se resumem a falar de amor. São letras que falam da força feminina e da necessidade de consciência do poder feminino. “A música ‘Me Beija Flor’, fala sobre meninas da minha faixa de idade, às vezes até mais novas, que engravidam e se prendem a caras imaturos, irresponsáveis tóxicos, e acham que têm de viver à mercê daquela situação, ou acham que dependem daqueles caras. Sinto que muitas meninas ainda precisam se lembrar de quem são, das mulheres que elas são”, conta.
Já lançamos “Inevitável Sim”, uma musica de Jerry Espíndola que Bela diz ser sua preferida, o que levou o artista a convidá-la para regravar. “Ainda temos mais dois lançamentos autorais até dezembro, e uma session gravada em SP, na sala de estar. Gravamos um acústico de todos esses sons, autorais e covers de artistas incríveis como Lulu Santos, Nana Caymi, Liniker, e Lo Borges.”
Sobre a jam, Bela está visivelmente encantada: “A session está incrível, acompanhada pelo Jerry e pelo Guilherme Cruz, que hoje toca com o Almir Sater. Guilherme deixou todos esses covers bem bacanas, chamando a galera nova pra conhecer tambem o MPB raiz através de mim. Isso é bem legal, tenho amigos sertanejos que dizem hoje que ouvem MPB por minha causa e isso é bem legal.”
Patolla
O produtor musical Tadeu Patolla é um nome conhecido no meio artístico nacional, sendo, reconhecidamente, o homem que descobriu e produziu a banda Charlie Brown Jr., tendo trabalhado, também, com Wilson Sideral, Deborah Blando, Biquíni Cavadão (hoje Biquíni), Jorge Ben Jor e Pedra Letícia, entre outros.
Para ele, fazer sucesso é algo distinto de ser artista, e quem quer se lançar no meio artístico precisa de algo imprescindível: “Bom, primeiro de tudo precisa ser artista. Tem muita gente que quer fazer sucesso mas não é artista, não tem alma de artista, nem postura de artista. O sucesso é relativo. Músicas boas, uma boa performance, um bom empresário e acima de tudo [precisa] ser talentoso e focado no que faz”, afirma o profissional.
Patolla ainda explica que o sucesso é uma soma de fatores e, de quebra, um “golpe de sorte”. “O sucesso hoje e sempre tem a ver com estar no lugar certo, com a pessoa certa, e a equipe certa, tudo isso somado ao talento do artista.” Além disso, o produtor salienta que é necessário levar em conta as habilidades, capacidade e limites do artista, de forma que ele seja o foco da produção. “A produção é um sucesso é relativo. Músicas boas, uma boa performance, um bom empresário e acima de tudo [precisa] ser talentoso e focado no que faz”, afirma o profissional.
Patolla ainda explica que o sucesso é uma soma de fatores e, de quebra, um “golpe de sorte”. “O sucesso hoje e sempre tem a ver com estar no lugar certo, com a pessoa certa, e a equipe certa, tudo isso somado ao talento. Além disso, o produtor salienta que é necessário levar em conta as habilidades, capacidade e limites do artista, de forma que ele seja o foco da produção. “A produção é um fator muito importante, mas nunca pode ser mais que o que o artista tem a dar. Vejo alguns produtores de hoje dando tanta atenção à sua produção, que muitas vezes o artista, interprete, acaba ficando em segundo plano. Não que isso seja uma coisa proposital, mas vejo muito isso nas músicas de hoje, até porque o nível artístico no geral em alguns nichos de mercado chega a ser duvidoso na minha opinião. Mas isso é só minha opinião”, conclui.
Ao falar sobre Bela, Tadeu não mede elogios à jovem cantora. “A Bela é uma menina nova e muito talentosa, com muita vontade de encarar os desafios de um começo de carreira. Isso faz dela uma grande promessa para a música pop brasileira. Ela vem evoluindo a cada dia que passa e a cada música que a gente grava juntos. Particularmente, eu gosto muito do seu timbre de voz e de como ela coloca sua interpretação nas músicas, é algo que não se pode nem mesmo dirigir muito, senão estraga! Este talento natural em desenvolvimento que ela tem vai fazer dela uma grande cantora a curto prazo. Sou fã!”
Por Méri Oliveira – Jornal O Estado do MS.
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