Plano Safra será anunciado na próxima semana e equalização de juros ainda é principal entrave

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Foto/ Arquivo: Jaelson Lucas/Agência Estadual de Notícias

Ministério tenta emplacar ‘Plano Safra Verde’, que beneficiaria com taxas mais baixas produtores que prezam pela sustentabilidade

O Plano Safra 2023/24 será divulgado em dois dias, neste ano e as cerimônias estão marcadas para os dias 27 e 28, em Brasília, segundo afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em uma entrevista à Jovem Pan, na segunda-feira (20).

No primeiro dia, serão informadas as diretrizes do plano do Ministério da Agricultura – para médios e grandes produtores rurais – e no segundo, o do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para pequenos produtores e agricultores familiares.

A divisão dos planos vem acompanhando a divisão dos ministérios no terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, porém, Fávaro afirma que ainda se trata de um “Plano Safra específico, legítimo, fortalecido, reestruturado” para ambas as pastas. Ainda assim, o ministro voltou a dizer que o volume de recursos para a equalização das taxas de juros ainda é um dos principais entraves para a finalização da ferramenta.

O ministério, afinal, tem tentado emplacar o chamado “Plano Safra Verde”, que beneficiaria com taxas mais baixas de juros os produtores que possam comprovar a utilização de boas práticas agrícolas, prezando pela sustentabilidade. No entanto, uma das dificuldades é garantir um mecanismo eficiente o bastante para tais práticas possam ser comprovadas, inclusive pelos órgãos públicos de controle, como o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal, por exemplo. “Esses detalhes que ainda vamos procurar ajustar para apresentá-los no dia 27”.

Selic

E ao explicar sobre os juros que serão oferecidos, Fávaro ainda criticou a atual taxa Selic em 13,75%, afirmando que “as taxas de juros praticadas no Brasil são proibitvas”, o que seria, portanto, um limitador para trazer ao setor taxas mais acessíveis.

“Para equalizar dentro dos padrões necessários da agropecuária brasileira, ainda mais em um ano em que os preços das commodities estão muito achatados, inclusive com algumas atividades nem tendo rentabilidade, fica quase impossível”, disse.

Na edição de segunda-feira (19), Roberto Rodrigues, que ocupou o cargo de ministro da Agricultura entre os anos de 2003 e 2006, abordou as expectativas em torno do novo Plano Safra e afirmou acreditar que Carlos Fávaro esteja, de fato, lutando para ter os recursos suficientes, com um preço justo, com volumes de recursos e taxas de juros que possam atender à uma parte considerável dos produtores brasileiros.

“Tem uma safra gigantesca sem infraestrutura para guardar. O produtor rural se vê obrigado a vender, o mercado sabe disso e compra com preços baixos. Isso, ao mesmo tempo em que os custos de produção se mantém elevados”, afirmou o ex-ministro.

Diante disso, Rodrigues complementou dizendo ainda que, em um cenário como o atual, de riscos climáticos, baixos preços e falta de infraestrutura logística, o Plano Safra que será divulgado na próxima semana deve contemplar ainda o seguro rural e a comercialização. Acesse também: Produção agrícola de MS deve ter renda acima dos R$ 52 bilhões

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Com informações Notícias Agrícolas

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