Conquista para o agronegócio estadual, Mato Grosso do Sul recebe status livre de febre aftosa

Autoridades comemoram em Paris o reconhecimento de status livre da aftosa sem vacinação - Foto: reprodução
Autoridades comemoram em Paris o reconhecimento de status livre da aftosa sem vacinação - Foto: reprodução

Certificação internacional contou com participação de entidades importantes para o agronegócio no Estado

 

Mato Grosso do Sul alcançou um marco histórico para o setor agropecuário, o reconhecimento oficial como área livre de febre aftosa sem vacinação. A certificação foi anunciada durante a 92ª da OMSA (Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal), realizada em Paris, reunindo representantes de mais de 180 países.

Estiveram na cerimônia, o vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, a senadora Tereza Cristina, vice-presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), a diretora de Relações Internacionais, Sueme Mori, o secretário de Estado de MS, Jaime Verruck e o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold e o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni.

O novo status sanitário representa o fim de um ciclo de décadas de vacinação no Estado e posiciona Mato Grosso do Sul entre as regiões com os mais altos padrões de vigilância e controle sanitário do mundo. Essa conquista reforça a credibilidade da pecuária sul-mato-grossense no cenário internacional.

Em nota, o governador do Estado, Eduardo Riedel, destacou a importância da conquista para Mato Grosso do Sul e o investimento contínuo na modernização da defesa sanitária. “Foi uma trajetória para conquistar isso. Mais de R$ 250 milhões investidos na nossa Iagro, em pessoal, em recursos, inteligência. Uma das agências mais modernas do País hoje. Quem foi conhecer a sala de situação, a rastreabilidade, todo o acompanhamento do trânsito animal, essa seriedade de trabalho, que é a Iagro”.

Em sua perspectiva, a certificação garantirá que os produtores sul-mato-grossenses tenham acesso a novas oportunidades comerciais e fortaleçam a competitividade do Estado. “A partir de agora, produtores vão ter mercados abertos, mercados nobres e agora temos que buscar esses mercados, porque isso amplia a nossa exportação, atrai investimento, gera mais emprego, agrega valor para os nossos produtos. Não só para a pecuária bovina, de corte, mas também para a suína, extremamente importante para o nosso Estado”.

Referência no agronegócio

O reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação é resultado de um longo processo de planejamento, controle sanitário e colaboração entre diversas instituições. Para o diretor-presidente do Iagro (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso do Sul), Daniel Ingold, a conquista reflete o compromisso do Estado com a sanidade animal e a adesão rigorosa às diretrizes nacionais.
“A Iagro teve papel fundamental em todas as etapas do processo: vigilância epidemiológica, controle de doenças, certificação sanitária, fiscalização, educação sanitária e ações de fronteira. Coletamos mais de 8 mil amostras de bovinos e ampliamos nossa equipe com mais de 50 novos fiscais agropecuários concursados. Essa conquista coroa o trabalho técnico e integrado feito nos últimos anos”.

O titular da Famasul, Marcelo Bertoni, também ressaltou a importância estratégica do novo status sanitário para o setor produtivo e destacou o papel de todos os envolvidos no processo. “O fim da vacinação e o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa colocam Mato Grosso do Sul em um novo patamar sanitário e comercial. É um selo de qualidade que chancela todo o esforço feito pelo produtor rural, pela assistência técnica, pelas entidades de classe e pelo poder público. Estamos muito orgulhosos de fazer parte dessa história desde o início.”

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, destacou o longo caminho percorrido pelo Estado até alcançar o reconhecimento internacional e enfatizou os avanços obtidos ao longo dos anos em sanidade animal. “É um momento histórico para Mato Grosso do Sul. Em 2005 tivemos a reintrodução do vírus da febre aftosa no Estado. Desde então, estruturamos nossas equipes, reforçamos as unidades de fiscalização, investimos na educação sanitária do produtor e mantivemos campanhas sistemáticas de vacinação. Nos últimos dois anos, suspendemos a vacinação e seguimos todos os protocolos internacionais. Agora, com o reconhecimento oficial da OMSA, abrimos uma nova etapa para o Estado, tanto do ponto de vista da sanidade animal quanto da ampliação de mercados”.

Reconhecimento internacional

O processo para que uma região seja considerada livre de vacinação contra a febre aftosa passa por várias etapas. Uma delas é a desativação da imunização obrigatória, que em Mato Grosso do Sul aconteceu em novembro de 2022. Além disso, é importante fortalecer a vigilância sanitária no Estado. Em 2023, a Iagro publicou portaria proibindo o uso da vacina contra a febre aftosa no território sul-mato-grossense.

Em 2024, o Ministério da Agricultura oficializou o reconhecimento nacional do novo status sanitário de Mato Grosso do Sul, junto com outros 16 estados. Já neste ano, durante o evento, além de Mato Grosso do Sul, outros 20 estados brasileiros e o Distrito Federal também receberam o status sanitário. Até então, esse reconhecimento era exclusivo de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e algumas regiões do Amazonas e do Mato Grosso.

 

Por João Buchara

Acesse as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

 

Leia mais

Em visita, embaixador de Ruanda estima que em breve haverá trocas comerciais com MS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *