Com área de cultivo de 4,2 milhões de hectares, a estimativa da safra de soja 23/24, foi lançada oficialmente, pela Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul – Aprosoja/MS, Sistema Famasul e Governo do Estado, nesta sexta-feira (15), data que libera o início da operação de plantio em MS. Para o próximo ciclo da cultura, a Associação prevê uma produção de 13,8 milhões de toneladas, redução de 7,92% e produtividade de 54 sacas por hectare, 13,52% a menos do que na safra anterior.
“A redução na produtividade e produção estimada pelo SIGA/MS para a safra 23/24, é justificada pela média histórica do estado, que considera a frustração de safra, causada pela severa estiagem que tivemos em 21/22. Apesar disso, a alta probabilidade da ocorrência do fenômeno El Niño indica um aumento no volume das chuvas. Caso isso ocorra entre os meses de janeiro e fevereiro, período de maior demanda hídrica da cultura, o produtor sul-mato-grossense pode esperar uma safra de grandes resultados”, afirmou André Dobashi, presidente da Aprosoja/MS, levando em consideração dados obtidos pelo Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio.
Sobre o custo de produção, a Associação informou que nesta safra, o custo por hectare apresentou redução de 10%, saindo de R$ 6.860,08 no ciclo anterior para R$ 6.170,61 em 2023. Contudo, o custo da saca por hectare passou de 42,88 para 51,42, incremento de 20%, justificado pela queda do preço médio da saca, que saiu de 180,00 para 120,00/sc.
O destaque deste ano é realização do custo de produção com a utilização de produtos biológicos. No total, o valor ficou em R$ 6.212,16, equivalente a 51,77 sacas por hectare, menos de 1% acima do custo tradicional.
Dobashi ressaltou que a utilização de biológicos tem ganhado espaço em Mato Grosso do Sul. “Muitos produtores estão iniciando a incorporação em áreas menores, até que comprovem a eficácia. E para a Aprosoja/MS, como Associação de produtores, é fundamental que o uso de ferramentas sustentáveis seja incentivado. Por isso, resolvemos incluir o custo dos insumos biológicos a partir desta safra”.
Segundo a senadora, Tereza Cristina, a soja exerce um papel protagonista no desempenho de brasileiro e seguirá assim. “A soja está consolidada, o Brasil vai continuar sendo o maior produtor e exportador de soja inegável. É uma pena a Argentina estar na situação que está, porque a América do Sul podia ser a OPEC da soja do mundo. Ou a América juntar com os Estados Unidos, assim seríamos fortíssimos para poder ter um empate com a Ásia, que é o grande consumidor e vai continuar sendo, cada vez mais, porque a grande população do mundo está do lado de lá. Nós temos aí agora os biocombustíveis, cada vez crescendo mais, e a soja fazendo parte disso, o milho fazendo parte disso”.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, esclareceu a influência da agropecuária no desempenho do PIB sul-mato-grossense. “As pessoas questionam de onde tiramos esses 5.5 de crescimento do PIB do Mato Grosso do Sul? Vamos olhar a mudança a mudança de uso do solo do estado, só isso já justifica. A hora que você acrescenta um milhão e meio, aumenta a produtividade, dobra a produção de milho, acrescenta um milhão e trezentas mil hectares de eucalipto. Então, só isso, esse movimento do agro é que efetivamente traz todo o desenvolvimento do PIB no estado de Mato Grosso do Sul. E depois, nós focamos obviamente, na expansão industrial pra processar esse produto no nosso estado”.
Durante o evento, ocorreu ainda o lançamento oficial da Unidade Móvel da Aprosoja/MS. O caminhão é equipado com toda a estrutura de laboratório, obedecendo as diretrizes do MAPA – Ministério da Agricultura e Pecuária. A unidade móvel realiza classificação de grãos com entrega de resultados imediatos, e coleta de amostra de sementes e fertilizantes para análise em laboratório certificado pelo Ministério, de forma gratuita aos associados.
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