Espetáculo traz mais de 90 bailarinos à cena para reviver a magia de Toy Story em uma produção cheia de dança, emoção e nostalgia para todas as idades
Quem nunca ouviu “Amigo Estou Aqui” e foi imediatamente abraçado pela nostalgia dos brinquedos e da infância retratada em Toy Story? Campo Grande recebe amanhã, 11 de dezembro, no Teatro Glauce Rocha, o espetáculo “Nossa História de Brinquedos”, produção do Espaço de Dança Suzana Leite que promete encantar públicos de todas as idades.
Inspirado no universo criado pela animação da Pixar, o espetáculo celebra a imaginação, o afeto e a criança que permanece viva dentro de cada um de nós, misturando dança, emoção e memórias afetivas.

Foto: Arquivo pessoal/Graciela Quintana
Em cena, um cowboy de chapéu surrado, um patrulheiro espacial falante e uma turma inteira de brinquedos se unem para lembrar que crescer não significa abandonar a magia da infância. A narrativa transforma brincadeira em movimento e dá espaço para que a imaginação corra livre pelo palco, conduzindo o público por uma viagem sensível e divertida.
Com mais de 90 bailarinos das unidades Jardim América e Bosque dos Ipês, a produção combina dança e encenação em uma proposta visual envolvente. Um painel de LED compõe o cenário e cria uma atmosfera imersiva, unindo coreografias, vídeos e momentos de grande apelo emocional para traduzir, em linguagem cênica, o encanto dos brinquedos que marcaram gerações.

Foto: Arquivo pessoal/Graciela Quintana
Brincar é coisa séria
A diretora Graciela Quintana contou para o Jornal O Estado que a adaptação do universo de Toy Story para o espetáculo “Nossa História de Brinquedos” nasceu de um processo de pesquisa que ela realiza com antecedência para cada nova montagem. Em 2024, ao rever o filme, percebeu que aquela narrativa unia afetivamente diferentes gerações a dela, a do marido e a dos filhos e que essa conexão poderia se transformar em um espetáculo capaz de abraçar o público por meio da nostalgia.
Para além do encantamento leve e familiar da história, o único desafio criativo foi incorporar, de forma sensível e respeitosa, um momento marcante da vida coletiva: a pandemia.
“Em 2024 eu estava assistindo ao filme e vi que era uma história que conectava tanto a minha geração quanto a dos meus filhos. Por isso decidi trazer essa adaptação, unindo nostalgia e afeto. Nada foi muito desafiador porque os temas são leves, mas quisemos abordar a pandemia de maneira respeitosa, como uma homenagem às pessoas que perdemos nesse período, inclusive aqui no estúdio, e contar a realidade do que vivemos”, afirma Graciela.
Ensaios

Foto: Arquivo pessoal/Graciela Quintana
A organização dos ensaios para reunir mais de 90 bailarinos das duas unidades do Espaço de Dança Suzana Leite começou muito antes do segundo semestre. Como o estúdio já tinha competições nacionais e internacionais previstas entre agosto e setembro, incluindo apresentações que renderam prêmios e o título de melhor escola em um festival em Buenos Aires, o cronograma do espetáculo precisou ser planejado com antecedência.
“O cronograma de ensaios começou antes de finalizar o primeiro semestre, porque eu já sabia das competições e da necessidade de ajustar tudo. Organizamos o semestre inteiro antes das férias, principalmente para os grupos principais, que têm mais coreografias”.
Desde outubro, os ensaios passaram a ocupar fins de semana e feriados, criando uma maratona contínua de criação e ajuste artístico. Além da preparação física, a diretora enfatiza que há um cuidado especial com a construção interpretativa das coreografias, garantindo que cada bailarina compreenda o sentido e a emoção por trás de cada cena.
Depois da última competição, entramos direto na maratona para o espetáculo, ensaiando desde outubro aos finais de semana e feriados. Essa preparação não é só física: trabalhamos a parte artística, converso com as bailarinas sobre o que quero representar em cada coreografia, para que entendam a concepção do que estamos construindo”, explica Graciela.
Cenografia

Foto: Arquivo pessoal/Graciela Quintana
A integração do painel de LED ao espetáculo foi pensada como um recurso narrativo que amplia a experiência cênica, funcionando não apenas como cenário, mas como parte ativa da contação visual da história. O elemento tecnológico foi incorporado para complementar a cenografia tradicional, criando ambientações que dialogam com os diferentes momentos da narrativa e preparando o público para algumas das surpresas planejadas para a apresentação.
“O painel de LED auxilia a contar a história. Ele faz parte da cenografia, assim como outros elementos que vamos usar, e será fundamental para trazer algumas surpresas para os espectadores. É um recurso que ajuda a narrar de maneira visual aquilo que estamos apresentando em cena”, destaca Graciela.
Para a equipe do espaço de dança, o impacto do espetáculo não está concentrado em um único ponto, mas na soma das cenas que convidam o público a revisitar a própria infância. Embora a diretora destaque o encanto natural das crianças pequenas, as bailarinas de 3 a 5 anos, que protagonizam alguns dos momentos mais delicados da apresentação.
Graciela acredita que cada espectador será tocado de forma diferente, seja pela memória de um brinquedo, por uma brincadeira ou pelo simples gesto de se permitir voltar no tempo. A intenção é que a plateia deixe o teatro não apenas emocionada, mas também reflexiva sobre o que permanece vivo dentro de cada um ao crescer.
“Eu acho que o momento mais marcante vai ser o todo. Cada pessoa vai se identificar em algum momento, vai se encantar. As crianças pequenas, nossas ‘babies’ de 3 a 5 anos, sempre encantam pelo ato corajoso de estar em um palco enorme diante de 700 pessoas. Mas acredito que cada um vai reviver sua infância, suas brincadeiras, seus brinquedos. Vai passar um filme na cabeça de cada pessoa, e queremos que todos saiam com algo para pensar. Será uma viagem emotiva para todos nós”, finaliza Graciela.
Serviço: O evento será realizado no dia 11 de dezembro, às 19h30, com abertura dos portões às 18h50, no Teatro Glauce Rocha. Os ingressos estarão disponíveis na plataforma Sympla, e todos pagam meia-entrada, sem necessidade de apresentar comprovante. A classificação é livre.

Foto: Arquivo pessoal/Graciela Quintana
Por Amanda Ferreira
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