A Importância das “Humanidades” na Ciência de Mato Grosso do Sul

Foto: reprodução
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Em um país que investe apenas 1,3% de seu PIB em pesquisa, desenvolvimento e inovação, as “humanidades” muitas vezes ficam em segundo plano nas discussões e nos investimentos. No entanto, a importância das ciências humanas para o desenvolvimento integral da sociedade é inegável, especialmente em um estado como Mato Grosso do Sul, que possui uma rica diversidade cultural e étnica, além de desafios socioeconômicos que demandam soluções complexas. Reconhecer o papel fundamental das “humanidades” não apenas enriquece a ciência, mas também promove uma compreensão mais ampla e inclusiva da sociedade.

O estado sul-mato-grossense possui uma população diversa, incluindo comunidades indígenas, quilombolas e descendentes de várias etnias. Compreender a cultura e as tradições desses grupos é essencial para construir políticas públicas mais eficazes e inclusivas. As ciências humanas trazem essa sensibilidade cultural e ajudam a evitar erros históricos de desrespeito e exclusão de minorias. Em particular, a antropologia e a sociologia, ao estudarem as estruturas sociais e os comportamentos culturais, proporcionam um entendimento mais profundo das necessidades e desafios específicos dessas comunidades.

A inclusão das “humanidades” na ciência também contribui para a formação de cidadãos críticos e engajados, capazes de avaliar e participar ativamente das transformações sociais. Em um mundo cada vez mais tecnológico e interconectado, é crucial que os jovens não apenas adquiram conhecimento técnico, mas também uma compreensão ética e social das consequências de suas ações. Mato Grosso do Sul, com suas universidades e centros de pesquisa, pode liderar iniciativas que integrem as “humanidades” às demais áreas do conhecimento, promovendo uma ciência mais humanizada e comprometida com o bem-estar coletivo.

O Governo Estadual valoriza as instituições acadêmicas e incentiva a pesquisa nas “humanidades”, bem como sua integração com outras áreas, conforme previsto nas prioridades da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Mato Grosso do Sul (Fundect/MS), especialmente nas tecnologias sociais. Essa interdisciplinaridade pode impulsionar a inovação ao unir o pragmatismo da ciência com a sensibilidade e a profundidade das ciências humanas. No contexto de Mato Grosso do Sul, isso significa desenvolver uma ciência que respeite e promova as identidades culturais, que enfrente os desafios sociais e ambientais, e que construa um futuro mais justo e sustentável para todos os sul-mato-grossenses.

Neste sentido, a Fundect lançará uma chamada voltada para as “humanidades”, com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como a meta de promover interconexões e estudos por meio de apoio a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação nas grandes áreas de Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes.

A ciência brasileira, e particularmente a ciência desenvolvida em Mato Grosso do Sul, tem muito a ganhar ao abraçar as “humanidades” como parte essencial do conhecimento. Juntos, todos os ramos do saber podem construir um Brasil mais integrado e consciente de sua diversidade, promovendo não apenas o progresso econômico, mas também o desenvolvimento humano e social.

Este artigo é resultado da parceria entre o Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul e o FEFICH – Fórum Estadual de Filosofia e Ciências Humanas de MS.

 

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