Arquiteto e poeta Ângelo Arruda lança seu terceiro livro ‘Deserto das Ideias’

Foto: divulgação
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Lançamento será na sexta-feira (1) com uma noite repleta de música e poesia

 

O arquiteto e urbanista Ângelo Arruda, também conhecido por seu trabalho como músico e compositor, lançará seu terceiro livro de poesias em Campo Grande no dia 1 de novembro, às 19h, na sede do CAU/MS (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Seus trabalhos anteriores incluem “A Invenção do Silêncio” (2017) e “A Simplicidade do Abismo” de (2021).

Ângelo Arruda morou na Capital Morena por 37 anos e é autor de 14 livros sobre a arquitetura e urbanismo de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e do Brasil. O novo trabalho será apresentado na sede do CAU/MS, um local especial para Arruda, que já atuou como conselheiro e lutou pela classe. O CAU/MS está situado em um edifício histórico ferroviário onde ele também realizou importantes trabalhos.

O título “Deserto das Ideias” surgiu de uma conversa com o também Arquiteto Fayez Rizk em 2023, onde foi mencionada a ideia de um “deserto de novas ideias” em Campo Grande (MS). Essa reflexão inspirou Arruda a compilar seus pensamentos e sentimentos durante um dos períodos mais desafiadores da vida contemporânea: a pandemia de COVID-19.

O livro é dividido em três partes: Árido, Vento e Céu Estrelado, e apresenta 50 poemas. Cada sessão reflete diferentes nuances da experiência humana, especialmente em tempos de isolamento e incerteza. A obra foi cuidadosamente produzida em Santa Catarina pela editora Traços & Capturas.

A capa do livro foi assinada pelo artista Guto Barros, de Recife, que também criou uma trilha sonora exclusiva para o poema principal. Essa trilha pode ser acessada através de um QR Code na página 77, estabelecendo uma conexão única entre a poesia e a música, elementos que permeiam a vida de Arruda.

Para Arruda, as palavras carregam uma sabedoria única, sendo compostas por uma combinação de sentimentos, ilusões e pensamentos. Ele cita o poeta Manoel de Barros: “tudo que invento é falso”, extraído do livro “Sobre Nada” (1997). O autor se considera um “poeta da invenção”, transformando suas criações em palavras e versos.

Processo Criativo

Escrever durante a pandemia foi uma atitude que Ângelo Arruda adotou para não enlouquecer. O período de isolamento, marcado por cenas deprimentes de pessoas morrendo de COVID-19, gerou uma forte contaminação em seus pensamentos. Diante desse cenário, ele decidiu se dedicar à escrita, à composição de músicas e à criação de arte. O isolamento, com momentos em que saía de carro com as janelas fechadas e sem contato com outras pessoas, serviu como um enorme combustível para sua poesia.

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Durante a pandemia de COVID-19, Ângelo Arruda encontrou na escrita uma válvula de escape para o isolamento e o desespero enfrentados em meio a um cenário devastador. O arquiteto e poeta disse para a reportagem que, ao testemunhar a morte de muitas pessoas, sentiu a necessidade urgente de se expressar

“Ficar em casa, sair de carro com as janelas fechadas e sem contato com outras pessoas se tornou um enorme combustível para a poesia”, declarou Arruda para a reportagem. Essa experiência transformadora não apenas preservou sua sanidade, mas também resultou em um novo corpo de trabalho, refletindo as emoções e pensamentos gerados durante um dos períodos mais desafiadores da história recente.

“A conversa com meu amigo arquiteto Fayez Rizk que gerou o título, foi ao fim de tudo. O trabalho estava quase pronto, mas ainda estava sem título. Falar com ele e conversar sobre a cidade onde morei e atuei como arquiteto e professor por 37 anos e ele me dizer, 7 anos depois que sai de Campo Grande, que a cidade era um deserto de idéias, foi sensacional”, relatou o autor.

Ângelo Arruda revelou que todo poeta mente de forma ampla. Para ele, inventar é essencialmente criar poesias, algo que aprendeu ao longo de sua trajetória de vida, através da leitura e da cultura.

“Eu vejo o poema como um artefato da mente, nem sempre sadia, nem comportada, mas elétrica, dinâmica. Manoel de Barros me encanta com suas esquisitices e seus ‘abestados’ seres comentados. Sou fã dele e sua poesia é uma enorme referência para mim”.

A seleção dos 50 poemas que compõem “Deserto das Ideias” ocorreu de maneira espontânea. Ângelo Arruda explica que escrever é um hábito rotineiro para ele, que costuma registrar suas ideias em diferentes suportes, como no celular ou em folhas de guardanapo. Após o lançamento de seu terceiro livro, “A Simplicidade do Abismo”, ele já tinha cerca de 10 poemas prontos. Com a chegada da pandemia, Arruda se dedicou intensamente à escrita, acumulando cerca de 70 versos.

“Eu invento poemas, nada meu é muito real. A realidade me orienta muito. O dia a dia, as coisas que vejo e sinto. Quem dividiu o livro em três partes foi meu editor: André Soltau, poeta e historiador, da Editora Traços & Capturas de Itajai (SC). Ele leu meu trabalho e recomendou essa divisão, em função das estruturas poéticas”, explicou Arruda.

Arruda planeja reunir amigos em um coquetel na sexta-feira, dia 1 de novembro, às 19 horas, e espera que os músicos que convidou compareçam para uma apresentação especial. Ele antecipa que a noite será memorável.

“Meu livro tem uma grande novidade: uma música eletrônica, um mantra, para escutar lendo o livro. Esse trabalho é do meu sobrinho Guto Barros, um artista, que fez a capa e é autor dessa trilha. Sonhe, lendo. Isso me interessa. Espero que o público goste desse meu novo trabalho”, concluiu Arruda.

Serviço: O livro “Deserto das Ideias” será lançado no dia 1 de novembro (sexta-feira), às 19h, no Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul, localizado na Rua Dr. Ferreira, 28, no bairro Vila dos Ferroviários.

 

Por Amanda Ferreira

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