A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu declarar a Mpox como uma emergência de saúde mundial em reunião extraordinária nesta quarta-feira (14). A alta de casos global, mas em especial na África Oriental e Central, e o aumento das evidências de uma maior letalidade da doença, foram consideradas determinantes para a decisão de reclassificar a doença.
Os imunizantes usados em 2022 foram feitos rapidamente a partir de versões modificadas da vacina usada contra a transmissão da varíola comum.
A OMS acredita que cerca de um milhão de doses podem ser produzidas ainda este ano e em 2025 eles estimam que serão produzidas 10 milhões de doses, mas este número ainda é insuficiente. Por isso, a organização pediu que países que ainda tenham doses guardadas do surto de 2022 as doem às nações que estão vivendo o surto.
Nova variante da mpox pode ter transmissão sexual
A comunidade científica vinha alertando desde abril deste ano sobre os riscos da doença. Um trabalho publicado em abril de 2024 relatou que 29% dos casos foram registrados entre pessoas que trabalhavam com sexo, o que pode explicar a disseminação da doença rapidamente na região de minas de extração de ouro, onde prostitutas são frequentes.
Entretanto, ainda não se sabe exatamente em que circunstâncias a transmissão ocorre: se seria nos fluidos corporais ou apenas no contato com a pele. Por isso, a responsável pela resposta da OMS a emergências sanitárias, a epidemiologista Maria Van Kerkhove, cobrou mais pesquisas sobre a doença.
“Precisamos entender melhor a mpox, como ela se transmite e como afeta o corpo. Temos que entender como o contato pode se dar, de que forma a relação sexual pode levar à contaminação — tudo isso segue sendo um mistério. A gente pode controlar a transmissão da mpox globalmente, já o fizemos, mas é preciso atuar de forma integrada e planejada para usar as poucas vacinas que temos de forma inteligente e previnir a transmissão”, explicou a epidemiologista.
O que é a mpox e quem deve se preocupar mais?
A mpox é uma doença causada pelo vírus monkeypox, que pertence ao mesmo grupo de vírus da varíola. Os primeiros sintomas da doença são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas. Em seguida, aparecem inchaço nos linfonodos e bolinhas pelo corpo, principalmente no rosto, mãos e pés. A doença evolui para a formação de crostas na pele.
Ao observar casos da República Democrática do Congo (RDC), onde começou o novo surto, os pesquisadores da OMS elaboraram uma lista das pessoas sob maior risco de ter casos severos de mpox. Pessoas com HIV são a população que mais frequentemente morreu por conta da doença. Além disso, crianças também parecem ter uma tendência maior às formas mais graves da condição, especialmente aquelas com menos de cinco anos de vida.
Com informações do Metrópoles
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