Confira a coluna ‘Conectado’

bosco martins
Foto: Acervo Pessoal

Golpe 

Calma, que ninguém aqui esqueceu que é Carnaval. Mas a operação da PF contra Jair Bolsonaro, ex-ministros e assessores é um aviso de que o gato subiu no telhado. É um preparatório do que está por vir. É o sinal de que a prisão do ex-presidente é uma questão de tempo. Foi golpe. Até 7 de fevereiro de 2024, poderíamos discutir semântica. Depois da decisão de Moraes, baseada numa investigação da PF e corroborada pela Procuradoria-Geral da República fica claro: planejou-se um golpe militar com vários generais no comando. 

Golpe 1 …

Segundo Eliane Cantanhêde: “A prisão do ex-presidente Bolsonaro tarda, mas não falha e tem até um cronograma: o STF e a PF não pretendem correr nenhum risco jurídico, policial ou político e só pretendem chegar a esse ponto depois das investigações, das instâncias de julgamento e da eventual condenação pela mais alta corte de justiça do país. Não estão previstas prisões preventivas ou temporárias, só depois da tramitação em julgado”.

Bolsonaro 

Bolsonaro, que teve de entregar seu passaporte, nega ter recebido qualquer documento referente a uma “minuta de golpe” de Martins. Ele afirmou que nem sequer despachava com o ex-auxiliar. “Nunca chegou a mim nenhum documento de minuta de golpe, nem nunca assinei nada relacionado a isso. Até porque ninguém dá ‘golpe’ com papel.” 

Lula 

Para o presidente Lula, a tentativa golpista de 8 de janeiro de 2023 não teria acontecido sem a participação de Bolsonaro. “O cidadão que estava no governo não estava preparado para ganhar, não estava preparado para perder, não estava preparado para sair. Tanto é que não teve nem coragem de me dar posse,— ficou em casa chorando e foi embora para os Estados Unidos. Ele deve ter participado da construção dessa tentativa de golpe. Então vamos esperar as investigações”, disse. 

Oposição 

…Já parlamentares da oposição criticaram a ação da PF. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nas redes sociais que “a política do Brasil hoje é feita no STF”. O ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos- -RS) disse que “inquéritos eternos” sobre a “pretensa tentativa de golpe” atacam a honra e a integridade de chefes militares “que dedicaram toda uma vida” ao país. E a senadora e ex- -ministra Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que recebeu a operação “com indignação, mas nenhuma surpresa”.

Trump 

A Suprema Corte dos EUA ouviu na tarde de ontem as alegações sobre o recurso do ex-presidente Donald Trump contra a decisão da Justiça do Colorado que o excluiu da cédula de votação nas eleições deste ano com base na 14ª emenda à Constituição, que veda acesso a cargos públicos a quem participa de insurreições. Nas perguntas aos advogados de ambos os lados, os juízes, mesmo os progressistas, deram sinais de que vão decidir em favor de Trump. Indicada por Joe Biden, a juíza Ketanji Brown Jackson lembrou que a 14ª emenda cita especificamente diversos cargos, mas não o de presidente. Já a igualmente progressista Elena Kagan indagou por que um único estado deveria decidir em quem os eleitores de todo o país devem votar. 

Zero 

O presidente Lula afirmou nesta semana que seu governo vai buscar alcançar a meta de déficit zero, mas, se isso não ocorrer, tudo “ótimo”. O não cumprimento do objetivo fiscal, proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode acionar gatilhos de contenção de gastos. “Nós temos um orçamento que foi previsto, que foi dito que nós vamos fazer tanto de investimento. Se der para fazer superávit zero, ótimo. Se não der, ótimo também”, afirmou Lula em entrevista à Rádio Itatiaia. Ele disse se incomodar quando a discussão fiscal surge na pauta nacional e citou outros países, cujas dívidas já ultrapassaram 100% do PIB. “Às vezes, inventam umas manchetes babacas aqui no Brasil. Na Itália, o déficit chega a 170% e as coisas continuam. O que a gente tem é que fazer o país crescer porque diminui a distância para a dívida.” 

Vale Lula também voltou a criticar a Vale por não ter “resolvido os problemas” relacionados aos desastres de Mariana e Brumadinho. Para ele, é preciso “brigar” por um acordo justo os atingidos pelas tragédias. 

Por Bosco Martins

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