Em MS as atividades agrícolas são as principais fontes de riqueza
Para muitos, o agronegócio é um “bicho de sete cabeças”, tal visão acaba criando uma barreira frente ao vasto campo de possibilidades de lucros que o agronegócio proporciona aos seus usuários. Quem pensa que o agronegócio é algo voltado somente para os produtores rurais, está perdendo dinheiro, principalmente em Mato Grosso do Sul, que é considerado um dos Estados pioneiros no Agro.
Para esta conversa, O Estado consultou o especialista CFP®? (Planejador Financeiro Internacional), Niccolò Marangon, da Safira Investimentos – contratada do maior banco de investimentos da América Latina, o BTG Pactual. O profissional orienta à cerca das aplicações que podem ser feitas no agronegócio utilizando-se de recursos do mercado financeiro, além da possibilidade de investir na cadeia produtiva responsável por cerca de 25% do PIB brasileiro (Produto Interno Bruto).
“O Brasil é o país que mais investe no agronegócio, por esse motivo tem sofisticado as formas de financiamento ao agro. O agricultor, hoje, não precisa mais correr a um banco para dar sua fazenda como garantia, por exemplo. Hoje existe no mercado financeiro, diversos instrumentos que permitem ao agro se financiar. Permitindo o aumento da produção de alimento, o barateamento do preço do alimento e ao investidor permite que obtenha ganhos financeiros e que ele tenha parte dos lucros gerados no agro”, pontuou.
Marangon ressalta ainda que através dos diversos recursos do mercado financeiro, qualquer pessoa física ou jurídica, pode se tornar um investidor, em um dos setores agrícolas que mais movimentam a economia, o agronegócio. Esse investimento pode ser através dos Fiagros, conhecidos também como fundos de investimentos nas cadeias produtivas agro.
A expectativa é que futuramente mais pessoas se tornem investidoras no agro brasileiro, devido ao aumento da produção por hectare, além da quantidade de pastagens degradadas que poderão, à medida do tempo, serem incorporadas à área agricultável brasileira. Principalmente no norte e no centro-oeste que atualmente é a nova fronteira agrícola do Brasil.
“Acredito sim que teremos aumento de produção, aumento de área agricultável e aumento de investimentos no agronegócio. Mais emissões, mais empresas procurando o mercado, mais empresas do agro, abrindo capital em bolsa com ações negociadas e um número crescente de investidores. Até porque o brasileiro está se preocupando com investimento ultimamente”, avalia o assessor da Safira Investimentos.
Saiba como investir
O segredo para obter resultados expressivos investindo no setor do Agro, é uma carteira diversificada de ativos, salienta o especialista em investimento e planejamento, Niccolò Marangon.
“Os Fiagros são veículos de investimentos estruturados, lastreados em ativos do agronegócio, seja em ativos financeiros, na produção, na indústria, ou em terras agrícolas. O Brasil tem o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), um ativo financeiro de crédito privado emitido pela empresa rural e que lastreia a produção daquela empresa. Esse ativo tem que ser pelo menos de 50% lastreado na própria produção rural”, explica o especialista.
Com uma cota de um Fiagro, o investidor compra no mercado financeiro com valores inferiores a R$ 10, conforme calcula Marangon. Enquanto com um CRA se compra mercado em torno de mil reais o preço unitário de cada um. “Esses ativos irão te pagar, no caso dos Fiagros, uma renda mensal. No caso do CRA vai depender da escritura. A escritura vai dizer como é a forma de pagamento, podendo ser mensal, trimestral, semestral ou anual”
A escritura também vai te dizer como será paga a amortização, a partir de qual ano. Todos esses instrumentos possibilitam ao agricultor se financiar de forma mais barata. Permitindo que a produção se amplie, porque a quantidade de agricultores e de produtores rurais que estarão produzindo ficará cada vez maior. Com esse cenário quem sairá ganhando também serão os consumidores.
“O alimento chegará nas feiras e nos supermercados mais barato para a dona de casa. E o investidor terá mensalmente, trimestralmente o seu juro, a sua remuneração, para compor sua reserva e sua aposentadoria”, conclui.
Aposentadoria segura com o Agro
Na última década, o número de idosos com 65 anos ou mais cresceu de forma acelerada no Brasil e alcançou o total de 22,2 milhões de pessoas, de acordo com IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ou seja, o brasileiro está vivendo mais. E chegar nessa idade com uma aposentadoria que banque todos os gastos nessa idade, com todo conforto financeiro, é o sonho de qualquer um.
Procurado com esse cenário, é que a força do agronegócio se mostra novamente forte e competente. Onde os brasileiros podem se planejar investindo em um dos segmentos econômicos de maior evolução no mundo.
“Essa geração nascida nos anos 70, 80 e 90 que ainda têm tempo de poupar e que têm capacidade de poupar, devem procurar construir uma carteira geradora de renda. Ou seja, de renda passiva, renda isenta de imposto de renda, de renda recorrente, aquela que é paga semanalmente, trimestralmente, semestralmente ou anualmente. E qual é a melhor forma de fazer isso? É de investir naquilo que o Brasil tem de mais pujante, naquilo que o Brasil tem de mais eficiente e moderno que é o nosso agronegócio”, reforça Niccolò Marangon, sobre a importância de investir no setor.
Quem busca formar patrimônio ou obter renda passiva tem nos Fiagros, um grande aliado para atingir tais objetivos. Além da valorização das cotas adquiridas, o investidor pode ganhar dividendos, que são parte do lucro dos Fiagros. Cabe destacar que os Fiagros não são os únicos produtos financeiros que pagam dividendos, existem outros.
Entretanto, conforme analisa Marangon, o fundo de investimento em cadeias agroindustriais possui alguns atrativos que devem ser considerados na hora de montar o portfólio da carteira. Um deles é que os dividendos são isentos do pagamento de imposto de renda no caso de o investidor ser pessoa física. Outro ponto é a estabilidade e a força do agronegócio brasileiro.
Agronegócio em MS
O agronegócio de Mato Grosso do Sul continua despontando em indicadores positivos no País. O VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) no Estado, em 2023 foi de R$ 69,6 bilhões. Os dados são do Mapa (Ministério de Agricultura e Pecuária).
Por Suzi Jarde
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