Na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), durante a sessão ordinária desta terça-feira (7), o deputado estadual João Henrique (PL) foi o primeiro a abordar os temas que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trouxe em suas questões e redação, no último domingo (5).
“Abrindo os envelopes das provas, percebemos uma cena de cunho ideológico e ditatorial porque direcionou os alunos a defenderem pautas ideológicas, utilizando termos desatualizados em relação ao agronegócio, demonizando a atividade, e questionando as mulheres que exercem seus cuidados por escolha”, relatou.
“Considero que não importa se concordemos ou não, a prova tem que mostrar e reconhecer o conteúdo, não pode direcionar a resposta para quem não acredita em determinado tema, a ter que concordar com ele. A questão aqui não é dizer que qualquer aluno deve estar livre do direcionamento de qualquer pauta, podendo em uma avaliação, convencer, instigar e discordar de seus mestres”, concluiu João Henrique.
O deputado Rafael Tavares (PRTB) considera o tema pertinente ao debate em plenário. “Sempre falei sobre doutrinação ideológica nas escolas. E acredito que não está sendo ministrado em sala de aula os conteúdos comuns, de cada matéria”, declarou o parlamentar.
O deputado Coronel David (PL) parabeniza a abordagem sobre o tema. “Estão tomando conta de algo que deveria ficar na sala dos estudos. Lamento a forma que alguns temas foram tratados no Enem, principalmente nas críticas desferidas ao Agro do Brasil”, informou.
Para a deputada Gleice Jane (PT), professora por formação, atuante nos Ensinos Fundamental e Médio, o Enem 2023 foi a oportunidade de um grande debate na sociedade, sobre o trabalho invisível das mulheres.
“O Enem não obriga ninguém a seguir regras. Numa redação, podemos discordar do tema, o que se considera é exatamente a capacidade de se fazer a argumentação. Os dados trazem uma realidade cruel, e só é capaz de dizer que nós não podemos fazer isso quem não está realizando esse cuidado e não fica 24hs nesse tipo de trabalho. Quem cuida das pessoas, sem tempo livre, e não é remunerado por isso. E discordar disso é ideológico sim, do patriarcado, do machismo, e da misoginia”, definiu. Acesse também: Riedel diz que pretende brigar até o fim por critério justo a MS