Além de recuperação, um novo vertedouro será instalado no lago do Amor

Foto: Cayo Cruz
Foto: Cayo Cruz

[Texto: Rafaela Alves, Jornal O Estado de MS]

Estudo da UFMS aponta que assoreamento do lago também tem contribuído para inundações

Além da obra de recuperação da parte que desabou com o volume de água das chuvas, mais um vertedouro será instalado no lago do Amor. O dispositivo hidráulico vai fazer, justamente, o controle do nível da água, fazendo com que haja redução de transbordamentos. Cabe ressaltar que no lago já existe um vertedouro, “ladrão”, mas que não tem sido suficiente para controlar o nível de água, além do assoreamento, que também tem influência sobre as inundações.

Conforme a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), para a execução do novo vertedouro não será necessário o esvaziamento do lago. A obra, no trecho da avenida Filinto Muller, começou em 3 abril e já está prestes a completar dois meses. O reparo custará R$ 3,8 milhões e o prazo de execução é de 120 dias. A passarela e parte da ciclovia desabaram junto com o muro de contenção, em frente ao lago do Amor, por causa de chuvas, no dia 4 de janeiro.

“No mês de abril choveu um pouco acima do esperado, o que deu uma atrasada na obra. Onde está um aterro vai ser realizado um vertedouro, um dispositivo hidráulico pra fazer o controle do nível do lago, pra que ele não transborde”, explicou o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Domingos Sahib Neto.

Assoreamento

O Heros (Laboratório de Hidrologia, Erosão e Sedimentos), da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e da Hidrosed Engenharia, realizaram um estudo sobre o lago do Amor e o levantamento aponta, justamente, que o processo de assoreamento do lago do Amor está diminuindo a capacidade de armazenamento de água no local e, consequentemente, aumentando as inundações da avenida Senador Filinto Müler, visto que o lago é um reservatório de contenção.

Conforme o estudo, apresentado no ano de 2019, em 10 anos (2008 a 2018) o lago perdeu cerca de 37% de volume. Nesses 10 anos de dados, apenas no ano de 2016, em comparação com o ano de 2014, a variação de volume foi positiva. Com a pesquisa também foi possível calcular que a vida útil do lago do Amor é de 18 anos.

“Nesse período, caso não haja intervenções na bacia e no reservatório, o lago do Amor estará completamente assoreado. Vale ressaltar que a montante do lago do Amor, no córrego Bandeira, existe outro lago que sofreu processo de sedimentação e, atualmente, se encontra totalmente assoreado.”, dizia trecho do estudo.

O levantamento mostra que o completo assoreamento do lago do Amor ocorrerá no ano de 2036, isso porque há formação de bancos de areia ocasionados pela deposição de sedimentos advindos de adensamento demográfico e ausência de conservação de solo na bacia, devido aos sedimentos depositados no deságue dos córregos que abastecem o reservatório: córrego Cabaça e córrego Bandeira.

“O estudo constata o impacto da urbanização que ocorre sem planejamento ambiental, desconsiderando as práticas de conservação do solo. A bacia apresenta muitas áreas impermeáveis, terrenos sem cobertura vegetal e poucas estruturas para contenção do escoamento superficial. O assoreamento do lago impactará a rede de drenagem da bacia, que já sofreu com inundações, visto que o lago do Amor é um reservatório de contenção”, finaliza o estudo. Acesse também: Plano Safra: Mistério na linha de financiamento gera preocupação a produtores

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