Polícia soma 15 medidas cautelares em escolas e acadêmico é escoltado, após ameaças

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Apesar do medo, unidades de ensino terão aula normal no dia 20, com segurança reforçada

Constantes recados de ameaças, chacinas e massacres em escolas de todo o país têm preocupado os pais. O último caso, em Campo Grande, aconteceu ontem (18), quando um acadêmico do curso de psicologia da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) foi retirado da sala de aula pela polícia, após ameaçar os colegas de turma.

Segundo nota oficial enviada ao jornal O Estado pela UCDB, tão logo a Universidade tomou conhecimento de supostas ameaças em conversas de WhatsApp, o Conselho de Reitoria da Instituição acionou as autoridades competentes, para averiguação dos fatos. “O autor das mensagens foi identificado e suspenso preventivamente, das aulas. A família do aluno também foi chamada, para ser conscientizada sobre o ocorrido

Reafirmamos que o compartilhamento de fake news e de ameaças são crimes previstos em lei. A UCDB segue atenta, atuando para que ameaças como esta não se repitam, garantindo segurança no campus”, informou a unidade.

Questionado sobre o caso, em coletiva de imprensa realizada ontem (18), Roberto Gurgel, delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, destacou que o protocolo adotado, neste caso, foi o mesmo que já vem sendo praticado também no interior do Estado. “A informação foi repassada ao gabinete de crise, que imediatamente acionou uma equipe policial e foi até a instituição de ensino, para que fossem apuradas as circunstâncias destes fatos. Essa tem sido uma tônica de toda a segurança pública do Estado.

Todas as informações que chegam, tanto da Capital, quanto do interior, imediatamente são comunicadas para o batalhão ou a delegacia e uma viatura é acionada, para que a situação seja apurada, assim como os boletins de ocorrência relacionados a denúncias de perfis na internet. O trabalho tem sido feito muito rápido, para que toda informação seja apurada e a grande maioria dos casos é de pessoas que querem aumentar a sensação de insegurança”, destacou.

Além disso, diante de informações sobre um possível ataque nacional, previsto para esta quinta- -feira, dia 20 de abril, pais com filhos em idade escolar, em Mato Grosso do Sul, estão preocupados quanto às ameaças que circulam pela internet, fazendo referência ao massacre de Columbine, nos Estados Unidos, que completará 24 anos.

O atentado escolar foi o primeiro a chocar o mundo, em 1999, com a morte de 12 alunos, um professor, além de outras 21 pessoas feridas. Apesar da preocupação, as aulas serão mantidas normalmente, segundo as secretarias de educação. Contudo, ainda durante coletiva de imprensa, a Polícia Civil confirmou que a situação está controlada e que não existe motivo para pânico, uma vez que todas as ameaças estão sendo apuradas, com rigor.

“Estamos com um gabinete de crise instalado, para detectar não só nesta data, mas ele já vem relatando fatos anteriores a isso. Claro que este é um momento que temos ações específicas e emergenciais sendo adotadas. O momento não é para pânico e sim para tranquilizar e neutralizar a questão de temor de uma situação que vem sendo tratada com todo o rigor necessário, celeridade e a união de esforços, com a integração de todas as forças de segurança pública”, destacou a delegada Ana Cláudia Medina, do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).

A data tem sido citada em mensagens compartilhadas em grupos de WhatsApp e usada como forma de amedrontar as escolas. Apesar do temor, boa parte das mensagens que circulam na internet não menciona alvos, nem o Estado.

Aulas mantidas

O jornal O Estado perguntou às secretarias de Educação de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande sobre como ficarão as aulas no dia 20 de abril e a decisão em conjunto é de não “ficar refém” das supostas ameaças e manter as atividades normalmente, com alunos, professores e servidores.

Em nota, a SED-MS (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul) informou que “todas as ações já estão sendo feitas para tranquilizar a sociedade civil. Entre elas, os serviços para intensificar o monitoramento de escolas, para reduzir o tempo de resposta em ocorrências; ação conjunta para garantir prevenção e segurança nas unidades de ensino, em Campo Grande e no interior; plano de segurança do Bope, com capacitação de funcionários de escolas públicas e particulares no Estado”.

Ainda na semana passada, o governador Eduardo Riedel (PSDB) já havia anunciado o plano de segurança escolar, alegando que manteria a programação de aulas normalmente. “O Estado não vai ficar refém de fake news e da internet, em momento algum e em nenhuma área.

E isso não é desmerecer ou ignorar eventuais situações, mas transformar esse problema em um momento de conscientização. As escolas vão funcionar normalmente, os alunos irão para a aula e faremos tudo para que seja um dia diferente do que muitos estão pensando que será. Pelo contrário, vai ser um dia de reflexão, nas escolas”, afirmou Riedel.

Além disso, para quinta -feira também estão previstas ações de conscientização e de caráter pedagógico, para debater temas relacionados. “Os policiais estarão nas escolas na data, para que as escolas públicas e privadas possam discutir a importância deste assunto e do que deve ser cuidado e pensado sobre isso”, acrescentou o secretário de Estado de Educação, Hélio Queiroz Daher.

A reportagem também questionou a Semed (Secretaria Municipal de Educação) sobre ações de segurança específicas para o dia e quais as medidas a serem adotadas, na Capital. “O esquema de segurança já está reforçado, com policiamento e rondas. A entrada nas unidades escolares é apenas com autorização”, disse a secretária.

Denúncias falsas implantam medo, na comunidade escolar

Recentemente, a Polícia Militar citou que os “alarmes falsos” de ataques têm agravado o pânico desnecessário na comunidade escolar. “Muitas vezes esses adolescentes, que estão nas escolas, não têm noção da gravidade da distribuição de informações falsas e do pânico que essas, chamadas brincadeiras, causam”, pontuou a PM. Na maioria das vezes, os alunos, que promovem e divulgam os trotes, o fazem com o objetivo de alterar o calendário acadêmico das escolas, para escaparem de alguma obrigação escolar contida na grade de estudos. “Acontece que, geralmente, esses estudantes copiam essas mensagens de massacres de sites da internet e grupos de WhatsApp, para gerar tumulto e tentar escapar das provas do período letivo”, destacou.

Balanço

Na tarde de ontem (18), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PC-MS) conversou com a imprensa e expôs o balanço das ações desenvolvidas pelo órgão estadual nos primeiros 100 dias do ano, ou seja, o primeiro trimestre.

Na ocasião, conforme documento apresentado, já foram registradas 36.629 ocorrências, além das apreensões de mais de 54 mil quilos de drogas, 390 armas e 5.692 munições. Conforme o delegado geral da PC-MS, Roberto Gurgel, até o momento, foram 741 policiais, sendo 597 no interior do Estado e 141 na Capital, atuando nas operações, apreensões e ações da polícia.

Além de Roberto, a delegada de polícia da Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), e o delegado de polícia Wellington de Oliveira estiveram presentes na reunião que aconteceu na Acadepol (da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul).

No encontro, Gurgel lembrou e exaltou a inauguração de duas “Casa Lilás”, no Estado, nas cidades de Selvíria e Anastácio. “Os resultados mostram que, de modo geral, a segurança pública de Mato Grosso do Sul está trabalhando, dia a dia, para fortalecer a segurança dos munícipes, tanto na Capital, quanto no interior do Estado”, finalizou.

Por Brenda Leitte e Tamires Santana – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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