O programa “Estrada Viva – a fauna pede passagem” tem realizado o monitoramento contínuo das rodovias estaduais MS-040, MS-339, MS-178, MS-382, MS-345, MS-180, MS-473, MS-450 e MS-258, além da Estrada do Turismo em Bonito, município a 245 km da capital, com o objetivo de proteger a fauna e garantir a segurança das pessoas que utilizam as estradas.
Desde 2016, em parceria com o Cemap (Centro de Estudos em Meio Ambiente, Áreas Protegidas e Desenvolvimento Sustentável) da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), a iniciativa tem ações de mitigação de atropelamentos de animais silvestres, incluindo seis pontos de passagem específicos para os animais na pavimentação da MS-345, primeira construída seguindo as normas do programa em Mato Grosso do Sul.
O trabalho foi expandido em dezembro de 2021, quando o governo estadual iniciou a elaboração de um manual em parceria com ONGs ambientais. Atualmente, todas as orientações técnicas para a elaboração de projetos de pavimentação e revitalização de rodovias no estado são baseadas no “Manual de orientações técnicas para mitigação de colisões veiculares com a fauna silvestre nas rodovias de Mato Grosso do Sul”.
O programa também trabalha com o monitoramento de atropelamento de animais silvestres em algumas rodovias, como MS-040, MS-178, MS-382, MS-339, MS-345 e MS-450, catalogando as espécies atropeladas e identificando os principais pontos de passagem dos animais para propor medidas preventivas e de redução dos acidentes.
O “Estrada Viva” é um programa ligado à Agesul, com três rodovias em obras que seguem as diretrizes do manual de orientações técnicas. As principais ações desenvolvidas para a proteção dos animais incluem passagens superiores e inferiores para a fauna ao longo das rodovias e cercas guias em pontos específicos.
Ações efetivas
O promotor de Justiça no município de Bonito, Alexandre Estuqui Júnior – com atuação na área de Meio Ambiente –, afirma que algumas ações implantadas já ajudaram a garantir a segurança dos animais, porém pontua situações preocupantes na região. “Telas e lombadas foram instaladas e aparentemente diminuíram os atropelamentos. Minha preocupação maior é nas estradas que vão para pontos turísticos, como a Gruta, e ainda nas que serão asfaltadas para outros locais de visitação. Caso não seja feito nada, muitos animais podem morrer”.
As estradas apontadas pelo promotor são municipais, a primeira – a Gruta do Lago Azul – dá acesso a MS-178 e a segunda – balneários ao longo do Rio Formoso – a MS-382. “Tem que ter esses programas de mitigação de fauna, é necessário. O Estado tem muita área verde, e o atropelamento de animais é intenso. Por isso ações para que animais e pessoas não sejam feridas e mortas, são importantes”.
De acordo com o coordenador do “Estrada Viva”, Afrânio José Soares, professor da UEMS de Aquidauana, o programa do Estado tem como objetivo mapear todas as estradas e identificar os riscos existentes em cada uma delas, a fim de criar um plano de ação para reduzir esses riscos.
“A gente vai ter um mapa de alerta que vai informar a Agesul aonde atuar conforme a necessidade, onde é mais importante. Os monitoramentos estão sendo feitos, porém é necessário fazer as avaliações da eficiência da intervenção, os estudos”, finalizou o professor Afrânio.
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