A cada apito inicial, a tensão sobe. De algum sofá, poltrona ou cadeira confortável, o técnico Tite e sua comissão técnica acompanham seus jogadores, o grupo que pretendem levar ao Qatar em busca do hexa, temendo pela brutalidade do calendário. Brutalidade que no sábado (15) pode ter feito sua primeira vítima em Richarlison.
O atacante do Tottenham (ING) deixou o campo na segunda etapa mancando, com dores na panturrilha. No vestiário, desabou em lágrimas e não pôde escondê-las na entrevista na saída do estádio. De muletas a 35 dias da Copa, confessou dores até para andar e lembrou dos dois meses afastados quando teve lesão parecida no Everton (ING).
Os exames ainda serão realizados para determinar se Richarlison ainda tem chances de se recuperar até a Copa do Mundo, mas a imagem do camisa 9 naquelas condições foi suficiente para ativar o maior medo da seleção antes do Qatar.
“Eles vão estar num ápice de performance, praticamente no meio da temporada. O que nos preocupa é que o calendário europeu nesse período estará congestionado. Os times grandes vão estar jogando domingo e quarta. De agora, quando voltarem a seus clubes de origem, vão até a apresentação conosco dia 14 sem parar, não têm uma folga sequer. A performance vai estar muito boa, provavelmente, mas eles vão se apresentar para nós desgastados. Não quero, mas pode ter atleta cortado na véspera por lesão”, afirmou o preparador físico da seleção Fábio Mahseredjian durante a última data-Fifa.
O grande vilão, que ironia, é o calendário europeu, que terá até a Copa do Mundo aquilo que o criticado calendário brasileiro tem quase como padrão: jogos quarta e domingo. Isso vale para times que disputam competições continentais, como Liga dos Campeões, Liga Europa e Conference League. E quase todos os nomes frequentes na seleção atuam em clubes que disputam esses torneios.
Some-se a tudo isso a questão psicológica. Quanto mais a Copa se aproxima maior o desgaste físico e emocional. O risco de qualquer lesão simples atrapalhar a presença no Qatar também se torna real, já que não há tempo para períodos sequer médios de recuperação. Ter de ficar três, quatro semanas sem jogar, nesse momento, pode significar perder o mundial. Acesse também: Natal sofisticado tem guirlanda de R$ 150 a árvore de R$ 14 mil
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Com informações da Folhapress, por EDER TRASKINI