Mesmo com caso suspeito descartado, Cosems e SES apelam por vacinação

Imagem: Reprodução/Agência Brasil
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Durante a campanha de imunização o Estado atingiu cobertura de 63% e Campo Grande, de apenas 25%

O Ministério da Saúde descartou um possível caso de paralisia infantil que estava sendo investigado no município de Santo Antônio do Tauá, no Pará. Segundo a pasta federal, não se trata de poliomielite, mas sim de um caso de PFA (paralisia flácida aguda), supostamente atribuível à vacina.

Entretanto, mesmo com a negativa para a paralisia infantil, doença que não é registrada no país há 33 anos, o Cosems-MS (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul) e a SES (Secretaria de Estado de Saúde) reforçam que as vacinas contra poliomielite continuam disponíveis nas unidades, mesmo com o fim da Campanha Nacional de Imunização, no Estado.

A preocupação dos órgãos é com a baixa cobertura atingida por oito municípios do Estado, incluindo a Capital, que encerrou a campanha de vacinação com apenas 25% do publico-alvo imunizado, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública). Entretanto, contando antes e depois do período de campanha, a parcial é de 75% do público estimado de 27 mil.

As demais cidades são: Água Clara (47%), Sidrolândia (45%), Nova Alvorada do Sul (44%), Bela Vista (43%), Anaurilândia (43%), Coxim (42%), Ribas do Rio Pardo (41%). Já a média estadual de cobertura terminou com 63,04% do público-alvo vacinado. E dos 79 municípios, 31 alcançaram a meta de 95%, sendo que 22 ultrapassam os 100%.

De acordo a presidente do Cosems-MS, a secretária de Santa Rita do Pardo, Maria Angélica Benetasso, é importante que os pais ou responsáveis levem as crianças que ainda não receberam a vacina contra a poliomielite até um ponto de imunização. “Há 14 cidades abaixo dos 60%, mas a Capital é a que possui o número mais preocupante, com apenas 25% da cobertura. A população precisa comparecer e entender que somente a vacinação faz com que a doença permaneça sob controle, o Pará está investigando um caso”, afirmou.

Sobre a baixa procura pela vacina, o secretário estadual de Saúde, Flávio Britto, assegura que é uma “irresponsabilidade” e que essa “campanha” pela não vacinação voltou com a pandemia da COVID. “Não foi só os indicadores da paralisia infantil que caíram, são de todos os imunizantes, porque todas são importantes e isso é de uma irresponsabilidade. Os responsáveis precisam levar seus filhos para tomar as vacinas, porque é a mesma coisa de você estar doente, ter o remédio a disposição e não tomar”, disse.

Neste sábado, em Campo Grande, os pais e responsáveis podem levar seus filhos para receber a dose contra a paralisia infantil em três unidades que atendem em sistema de plantão neste fim de semana, conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). São elas a UBS (Unidade Básica de Saúde) 26 de Agosto, localizada na Rua Rui Barbosa, 4.670, bairro São Francisco; UBS Dona Neta na Rua Corá, bairro Guanandi; e a USF (Unidade de Saúde da Família) da Moreninha, que fica na Rua Anacá, 645, na Vila Moreninha III. Nesses locais, além da poliomelite, a população poderá obter a vacina contra a COVID-19 e a influenza.

Notificação no Pará

O Ministério da Saúde informou que foi notificado de um caso de paralisia flácida aguda em uma criança de 3 anos de idade do Pará, dois dias após receber a VOP (Vacina Oral Poliomielite). Segundo eles, na caderneta de vacinação da criança não consta registro da VIP (Vacina Inativada Poliomielite), que deve ser administrada anteriormente à VOP.

“Em geral, a vacina poliomielite oral é bem tolerada, e muito raramente está associada a algum evento adverso grave. Destaca-se que o risco de paralisia flácida aguda com a VOP é muito raro e que quando a VOP é aplicada como reforço após o esquema básico com a vacina VIP esse risco é praticamente nulo”, dizia trecho da nota.

A pasta informa ainda que técnicos do Ministério da Saúde reuniram-se com a equipe da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará, do Instituto Evandro Chagas e da Organização Pan-Americana da Saúde para discussão e elaboração de estratégias de fortalecimento das coberturas vacinais no estado e acompanhamento da criança. A equipe do Ministério da Saúde está se deslocando para apoio ao estado e município.

Segundo o Ministério da Saúde, de 1989 até 2012, de 764 milhões de doses de VOP aplicadas em crianças de todo o país ocorreram somente 50 casos de pólio vacinal. A partir de 2012, com a introdução do esquema sequencial VIP/VOP, não ocorreram mais casos de pólio vacinal no país.

“É importante reforçar que poliovírus Sabin Like 3 detectado nesse caso, no Estado do Pará, não tem caráter transmissível e não altera o cenário epidemiológico no território nacional, ou seja, não há casos confirmados de poliomielite no Brasil desde o ano de 1989 e o país segue com a certificação de eliminação da poliomielite”, finalizou.

Por Rafaela Alves – Jornal O Estado do MS.

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