Nos dias de hoje, falar sobre tristeza e mau humor pode ser um desafio, em uma sociedade que busca refletir constantemente vidas felizes, principalmente nas redes sociais, onde os likes são geralmente feitos para imagens de pessoas alegres e aparentemente sem problemas. No entanto, é importante estar atento aos sinais de que a saúde mental não vai bem e cuidar das emoções.
O Dia Mundial do Transtorno Bipolar, celebrado sexta-feira (31), tem o objetivo de chamar a atenção para a doença, levar informação à população e eliminar o estigma social. De acordo com a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Flavia Farias, o transtorno bipolar causa mudanças no humor, energia e níveis de atividade, além de afetar a capacidade de levar adiante tarefas do dia a dia. “As principais características são episódios depressivos alternados com situações de euforia e, em alguns casos, há uma mescla de acontecimentos depressivos com os de euforia”, explica a mestra em psicologia.
Segundo a Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos), o transtorno bipolar afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e os sintomas geralmente aparecem antes dos 30 anos, principalmente, entre 18 e 25 anos de idade.
Para a psicóloga, o diagnóstico correto, o acompanhamento médico-psiquiatra, o uso regular das medicações, o acompanhamento psicológico do paciente e de seus familiares são determinantes para a eficácia do tratamento.
“Infelizmente, os transtornos mentais não são tratados com naturalidade, como uma hipertensão. Percebemos estigmas e preconceitos com transtornos psicológicos, o que dificulta o paciente falar sobre o seu caso e como se sente. Por isso, a importância da empatia em todos os momentos e em diferentes fases da vida”, pontua Farias.
Ansiedade e irritabilidade
Para quem busca atendimento, o SUS (Sistema Único de Saúde) disponibiliza serviços para pessoas em sofrimento psíquico, por meio da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), com UBS (Unidades Básicas de Saúde), onde geralmente começa o cuidado, em saúde mental. Além dos Consultórios de Rua, CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), Unidades de Acolhimento (adultos e infanto-juvenil) e serviços hospitalares.
Sintomas da doença na fase de euforia
Sensação de extremo bem-estar;
Aceleração do pensamento e da fala;
Agitação e hiperatividade;
Diminuição da necessidade de sono;
Euforia ou irritabilidade;
Impulsividade;
Ideias de grandiosidade e sensação de “poder”;
Sintomas característicos da fase de depressão;
Alterações de apetite, com perda ou ganho de peso;
Humor deprimido, na maior parte dos dias;
Apatia, perda de interesse ou prazer;
Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio;
Sentimento de culpa ou inutilidade;
Tendência ao isolamento, tanto social como familiar.
Por Bruna Marques – Jornal O Estado do MS.
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